Capítulo 33

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    Quando se é criança e temos aquele alguém para cuidar e beijar nossas feridas, aprendemos a lidar com a dor como algo irrelevante, sabemos que será algo de momento e que não impedirá que a diversão continuasse. Entretanto,ao alcançar a fase adulta, compreendemos que estávamos enganados, entendemos que jamais tivemos a destreza para lidar com ela, apenas aprendemos a encobri -la. Criança são inocentes, aceitam o que a vida tem a lhes oferecer e não conseguem entender que tudo no mundo se é cobrado, seja de forma ruim ou boa,e infelizmente. As consequências da vida são como uma árvore frutífera: você a escolhe entre milhares de opções,a coloca sob o solo e rega, e tempo a frente, quando ao menos nós recordamos daquela planta, ela surgi para lhe dar os frutos. Assim é a vida: fazemos nossas escolhas, as colocámos em prática e, quando ao menos esperamos, as consequências surgem. Então, sentimos a dor de forma avassaladora, uma sensação que desmente todas as outras.

   E Bryan poderia dizer como era essa sensação. Ele sabia que parte daquilo era resultado do despeito que nutriu por Jade, compreendia que se tivesse cumprindo com sua palavra de sempre a proteger, de ficar ao seu lado, as coisas poderiam ter acontecido diferente, o que estava passando poderia ser evitado. Não diria sentir muito, pois tinha certeza de aquelas palavras não poderia repercutir no que está enfrentando e em como Jade se encontrava, mas jamais negaria o quão estava lhe doendo ver aquela imagem dela.

   Em um pensamento aparte e se ela estivesse consciente, era certo de que Jade optaria por estar dormindo, optaria para não sentir mais nada. Jade estaria cansada de olhar a imagem de Bryan, de pensar o quão ele poderia estar se martirizando por algo que ele jamais conseguiria impedir. Ela estava ali. Naquela cama. Com o corpo perfurada por agulhas, seu coração sendo monitorado a cada novo minutinho por medo de ele falhasse e ninguém percebesse. Estava adormecida sobre um jeito hospitalar, não estava ciente de nada a sua volta, não tinha sonhos e pensamentos, tão pouco, reação.

    Do lado de fora daquele hospital, no estacionamento, houveram tantos repórteres e curiosos, tantas pessoas para questionar o estado clínico de Jade Campbell. Mas não se enganem! Não era por real interesse, e sim, para terem o que ser publicado em seu próximos sites,jornais e revistas. Naquele hospital, Jade não era o que realmente importava para aquelas pessoas, mas sim, o legado que estaria deixando e quais informações teriam caso ela viesse a óbito ou tivesse um excelente recuperação. O mundo era assim e permanece sendo, nada é como realmente as melhores pessoas imaginam: todos querem algo para se apegar e usar a seu favor, pouco se importando a quem estariam afetando e machucando. Todos querem um pedaço do que pode lhes matar, ou lhes dar sucesso.

    O nome daquela garota esteve em todos os lugares, seguido de inúmeros questionamentos sobre o que a colocou em uma cama de hospital e naquela situação. Nenhuma informou palavra foi dada, no entanto, quando a polícia procurou Bryan para um interrogatório, eles tiveram a verdade em suas mãos, e logo em seguida, as estamparam nas capas de noticiários e jornais, sites aos quais trouxeram tantos problemas para a vida de um alguém que vivia com medo de acordar em um dia e receber a cruel notícia de que alguém que amava com todas as suas forças, já não acordaria. As outras pessoas fizeram a sua vida um inferno, mas nada lhe preparava para a dor de uma possível despedida.

    Então, contrariando todo o seu medo, no dia vinte e sete. Após dois meses em uma intensa batalha para se recuperar, Jade acordou naquele quarto de hospital, encarou todo o ambiente e odiou a certeza que teve: estava viva e teria que lidar com tudo o que estava por vir. Jade Campbell odiou a certeza de que sua vida estaria, mais uma vez, marcada pelas ações pede um alguém que se matou diante seus olhos. E isso de deixava fraca, cansada e depressiva.

    E uma semana depois, Jade foi transferida para um quarto ,onde poderia receber visitas, ter contato com as pessoas que lhe amavam e estavam preocupados, no entanto, ela se negou, não aceitou que entrasse em seu quarto. Mas, após três dias, Bryan ignorou os pedidos dela e atravessou aquela porta, onde a encontrou sentada naquela cama, encarando o prato com seu café da manhã intocado.

Meu Irmão Mais Velho|Conclusão Em Breve |♡Onde histórias criam vida. Descubra agora