11: Night full of Terror

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When the night was full of Terror, and your eyes were filled with tears.
-Lord Huron

ROSE

Antes de Dominic acabar de tomar banho, fui em meu quarto e peguei algumas roupas que meu irmão deixava aqui, deixei na porta do banheiro e fui para a sala.

Ter Dominic ali não era estranho, mas eu ficava nervosa. Não nervosa "ele vai me matar", mas nervosa "ele é muito gostoso e eu não posso fazer nada".

Pensei em ligar para o departamento e avisar que ele estava comigo, mas não queria correr o risco de uma viatura vir busca-lo. Além disso, que jeito melhor de conhecer alguém do que dormindo na mesma cama que a outra pessoa, heim?

Minha mente deu uma risada nervosa.

As próximas 12 horas seriam difíceis.

Dominic saiu do banho já com as roupas de meu irmão. Era um shorts azul escuro fino de pijama, que batia na metade de duas coxas musculosas, e uma camiseta cinza que ficou um pouco justa.

Ele me olhou de cima, o cabelo molhado do banho conferindo a ele um ar mais atraente. Vestido daquele jeito, com o cabelo recém lavado e os pés descalços, era fácil esquecer que ele não era como qualquer outro cara.

Mas ele me olhava sério.

— Você tem certeza que não tem namorado? - Dominic perguntou, indicando a própria roupa com a cabeça.

Eu sorri e me levantei do sofá, ficando de frente para ele.

— São do meu irmão. As vezes ele passa o fim de semana aqui.

Ele me encarou por alguns segundos antes de parecer aceitar a resposta, e o interfone tocou. Como era arriscado que as pessoas vissem ele por aí, achei melhor que eu descesse. Mas deixar ele sozinho no apartamento me deixa ansiosa por um motivo: e se ele encontrasse coisas pessoais demais lá?

Já era um pouco difícil para mim a questão de dormir no meu quarto (demorei 3 meses para deixar meu antigo namorado dormir lá), e pensar em Dominic ali não era muito tranquilizante.

Subi o mais rápido possível e ele estava exatamente no lugar em que o deixei.

— Ia pegar os pratos e talheres, mas achei melhor não abrir os armários sem te perguntar. - Ele disse, sorrindo um pouco.

Meus ombros relaxaram.

E eu aqui com medo de ele bisbilhotar meu quarto...o homem era, em todos os aspectos que importavam, um cavalheiro.

Comemos em silêncio, e ele me agradeceu pelo menos dez vezes, além de lavar a louça e guardar. Era minha vez de tomar um banho, e só quando saí do chuveiro que percebi...

Eu tinha esquecido minha roupa.

Comecei a pensar nas possibilidades: 1°, eu podia chamar ele e pedir que pegasse uma roupa e deixar na porta...mas isso envolveria ele mexendo nas minhas coisas. Descartei imediatamente.

2°, eu poderia avisar que estava saindo do banheiro e pedir que ele não olhasse...mas só de pensar em gritar uma coisa dessas meu rosto fervia de vergonha.

E 3°, eu poderia simplesmente sair correndo. Eram uns 4 metros do banheiro até meu quarto. Ele nem notaria, provavelmente estava na sala.

Respirei fundo e destranquei a porta.

1, 2...3!

Abri a porta e saí correndo, mas bati contra um muro no meio do caminho. Franzi o cenho e abri os olhos.

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