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A noite de quando partiram estava fria, o vento soprava em meio a penumbra, fazendo os pequenos hobbits tremerem. Todos foram acordados no meio da noite, para cumprirem seu propósito em destruir o anel. Elrond aconselhou que a comitiva viajasse oculta ao entardecer se afastando o mais rápido que conseguissem de Valfenda. Tinha certeza que a notícia da derrota dos serviçais de Sauron logo chegaria aos seus ouvidos, trazendo consigo a sua ira.

A comitiva levava um armamento leve, e Sam um pequeno pônei, que segundo o Hobbit, insistiu em ser levado junto dele para a grande jornada. Rawena não tinha um de seus melhores sorrisos no rosto, irritada pela presença de Boromir. O homem soou a sua trompa anunciando a partida, acordando todos os que dormiam, anunciando a sua presença a quem quisesse.

── Cuidado ao soar a trompa novamente Boromir ──  o senhor élfico advertiu, vendo-o guardar o chifre branco em sua bolsa.

── Mesmo que caminhemos nas sombras, não irei como um ladrão. Sempre anunciei minha partida, que assim seja a partida dos senhores de Gondor, agora e para sempre ── disse antes de caminhar à frente de Aragorn.

── Homem irritante ── sussurrou a mulher, chamando atenção do elfo que selava o pônei para Sam.

A partida de Valfenda era planejada para sete dias após a reunião da Sociedade do Anel, dias estes que a ursa passou ignorando o elfo. Não sabia se era proposital, ou pelo acaso, entretanto, talvez por conta de algum feitiço ele tinha um grande controle sobre suas emoções, oque a deixava possessa. Sempre foi dona de si mesma, independente, se recusava a acreditar que Legolas estava afetando-a.

Frodo e Bilbo se despediram com olhares cheios de esperança e carinho, que fez a troca peles dar um sorriso mínimo enquanto puxava Gimli, que discutia algo com o senhor de Valfenda, que logo se tornaria uma briga se não fosse apartado.

── Sei que não sente muito frio, mas deveria se transformar agora, seria melhor para a sua proteção ── instruiu o pequeno homem.

── A ideia é irmos ocultos, minha ursa chama muita atenção. Quando estivermos mais longe, me transformarei ── respondeu, andando junto dos outros ── Elfos não gostam de anões certo? ── perguntou, querendo confirmar.

── Não que me importe, mas sim, eles nos detestam. A presença de alguns não é incômoda, mas prefiro a solidão.   

── Aquele elfo, Legolas, ele fica me encarando ── contou, tentando falar o mais baixo possível  ── O que ele está tramando? ── seus olhos se estreitaram.

── Vamos manter os olhos atentos. ── o ruivo respondeu usando o mesmo tom baixo.

── Devemos continuar a direção a oeste das montanhas sombrias durante quarenta dias. Se tivermos sorte o desfiladeiro de Rowen ainda estará aberto de lá nosso caminho se desvia para oeste, para Mordor. ──  Gandalf tomou a palavra.

Andaram durante o dia e a noite, parando apenas quando Boromir disse que suas forças humanas estavam se esgotando e que acabaria desmaiando pelo caminho, se não tivesse uma boa noite de sono. Os hobbits concordaram, não tinham feito uma boa refeição a dias, e como aquelas criaturas comem doze vezes, de fato, podiam abater um grande javali. Seus pequenos olhos estavam com olheiras e seus grandes pés doidos, temendo ficar com calos.

Passolargo pegou algumas pequenas pedras, tentando em vão fazer uma fogueira, quando Gandalf sorriu ladino, fazendo fogo com seu poderoso cajado, ato que fez Pippin e Merry se assustarem, questionando se o mago pensava no futuro transformar alguém em pedra, ou queimar os cabelos de alguém.

Sam com o fogo pronto, pôs a assar suas preciosas linguiças temperadas do Condado, compartilhando com todos. Legolas negou o presente, estranhando o fato de Rawena aceitar, se alimentando de carne. As lembas eram suficientes para ele.

𝐑𝐀𝐖𝐄𝐍𝐀, 𝐋𝐞́𝐠𝐨𝐥𝐚𝐬 𝐆𝐫𝐞𝐞𝐧𝐥𝐞𝐚𝐟.Onde histórias criam vida. Descubra agora