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Passei boa parte de minha vida sem saber a onde pertencia, como uma adolescente idiota que pensava que poderia viver da única coisa que sabia fazer: escrituras. Como esperado, o primeiro livro que lancei - um pouco depois de completar a maior idade - foi um completo fracasso, as pessoas sequer olhavam para ele nas prateleiras e se teve cinco feedbacks foi muito. Eu gostava de meu livro, ele contava a história de uma garota com a adolescência cheia de turbulência, que conseguiu achar paz na música e, através dela, achou o amor de sua vida. Mas claro, as pessoas não queriam comprar um livro nacional que sequer era famoso.Depois que fui morar com meu ex-namorado, pensei que as coisas mudariam e meus problemas familiares, disfarçados no livro, desapareceriam. Estava errada novamente. O que aconteceu foi que dois jovens sem responsabilidade não se importaram em não usar a merda de uma camisinha e, aos meus vinte e um anos, dei a luz a uma linda garotinha e dei a ela o nome de Yuna, significando que ela é a causa de encontrarmos nossos lugares no mundo. Depois de seu nascimento, comecei a estudar mais sobre a cabecinha dessas pequenas criaturas e, então, me dei conta de que gostava muito de crianças e me dava genuínamente bem com elas. Foi assim que, aos meus vinte e dois anos, resolvi começar a faculdade de pedagogia.
Bang Chan acabou sendo um ótimo pai e me apoiou bastante na luta contra os comentários maldosos de minha família, mas já não sentíamos todo aquele romance, estávamos juntos por conta de Yuna e, dito isso, nos separamos. Afinal, não é como se a garotinha fosse crescer com o trauma pelo amor dos pais que acabou, nós ainda o faziam, mas como dois melhores amigos que decidiram adotar uma criança.
— Yuna, hora de ir! — Ergo minha cabeça para ver a garotinha, que assistia tranquilamente seu desenho.
— Só mais um episódio, omma. — Pediu, mas eu não podia lhe dar o luxo.
— Agora não dá, filha. — Yuna fez um beicinho. — Você pode assistir outro assim que chegar da escola, tudo bem? Seu pai vem te buscar hoje.
— Tudo bem, eu poso esperar.
Ela levantou-se do sofá e pegou sua mochila, enquanto eu fazia o mesmo com minha bolsa. Minatozaki Yuna sempre foi uma criança incrível, a real junção de eu e Cristopher, tão compreensiva quanto ele e tão alegre quanto eu costumava ser, antes da vida abalar-me. As vezes, sozinha, sinto vontade de prender minha filha apenas para mim, para que nunca perca seu brilho por conta de pessoas que o invejam. Isso, infelizmente, quebraria o coração dela, alguém irá fazer isso um dia, mas não quero que seja eu.
Não vi muitos alunos quando avistei os muros altos, o estacionamento era exclusivo para professores e tinha uma porta que ia diretamente para a sala deles. A Índigo School of Korea era realmente muito organizada.
— Olá! Você deve ser a Sra. Minatozaki. — Uma mulher sorridente exclamou, tinha uma franja adorável e seus cabelos presos em um rabo de cavalo.
— Apenas Sana, por favor. — Eu sorri para ela.
— É um prazer te conhecer, Sana. — Apertamos nossas mãos. — Eu sou Park Jihyo, coordenadora, se tiver duvidas com algo, basta me perguntar.
— Pode ter certeza que farei.
— Estes são seus mais novos colegas de trabalho — Jihyo se virou para os professores. — Kim Seungmin, Kim Taehyung, Im Nayeon, Yoo Jeongyeon e... Chou Tzuyu. Você conhecerá mais colegas depois, alguns não estão aqui.
Todos que ela apontou estavam bem ocupados, mas sorriram para mim quando perceberam a nova presença ali, exceto pela tal Chou. A mulher usava uma calça social e uma regata de gola cumprida azul marinho, seus cabelos estavam caindo no rosto e seus óculos precisavam urgentemente ser ajeitados, se não, cairiam no livro que ela lia. Ela sequer levantou o olhar. Era um pecado de mulher, eu diria, principalmente quando tinha sua expressão tão focada naquele livro.
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Índigo | Satzu
FanficNos auge de seus vinte e sete anos, Minatozaki Sana recebe a grande oportunidade de trabalhar em uma escola particular, cheia de crianças prodígios e professores incríveis. Em seu primeiro dia de trabalho, ela conhece Chou Tzuyu, uma profesora amarg...