12: Pensem antes de agir, crianças.

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Ainda que o por do sol batesse no vidro do carro, estava tão frio que minhas mãos tremiam um pouco mesmo dentro dos bolsos quentinhos, minhas costas apoiadas no vidro do carro.

Me distraía com a fumaça que saía de minha boca quando eu soprava, vendo se ela era útil para esquentar meus dedos vermelhos e gelados. Parei prontamente quando outro carro entrou no estacionamento, parando em uma vaga um tanto longe da minha, o Onix vermelho com vidros escuros me impediu de ver quem era.

Voltei a esperar Sana voltar de novo depois que esqueceu seu casaco dentro da escola e se deparou no frio cortante assim que saiu.

— Com licença, você trabalha na escola? — A mulher ao meu lado perguntou. Percebi que ela havia saído do carro vermelho.

Encarei seu rosto por alguns segundos, o nariz avermelhado e as mãos com luvas. Era menor que eu e tinha cabelos ruivos. Assenti com a cabeça.

— Professora. Precisa de ajuda?

— Minatozaki Sana trabalha aqui?

— Ela... Sim. Quem é você? — Tirei minhas costas do vidro.

— Cho Miyeon. — Sorriu de canto. — Você?

— Chou Tzuyu. Sana nunca me falou de você.

-— Vocês são próximas? Eu vim buscar ela no trabalho, uma coisa mais romântica. — Sorriu sem jeito.

Eu ri inacreditada e dei um passo para frente.

— Deve estar confundindo. Eu estou aqui justamente para levá-la para casa. — Miyeon me encarou de cima a baixo e cruzou os braços.

— Sana nunca me falou do seu nome.

— Estranho, ela gritou meu nome quando gozou na minha boca. — A outra arregalou os olhos e empurrou meus ombros para trás.

— Quem você pensa que é?

— Miyeon? — A japonesa finalmente apareceu, intercalando o olhar entre nós duas. — Miyeon, vá embora.

— Você a conhece? —Perguntei para ela, indignada, mas não recebi resposta alguma.

Um silêncio de alguns segundos com Sana me olhando nos olhos sem saber o que dizer, antes de eu negar com a cabeça e revirar os olhos.

— Ei, Chou. — Minatozaki segurou meu braço quando tentei entrar no carro, me olhando nos olhos. — Não vá embora, eu preciso resolver isso. Posso te explicar depois.

Já ouvi muitas vezes na vida que me ver furiosa era como saber que estava prestes a morrer. O efeito não funcionava em Sana, mas ergueu meu orgulho que Miyeon estivesse pelo menos um pouco amedrontada, desviando os olhos quando a encarei.

Sana puxou a mulher para perto do carro vermelho e abaixou a cabeça, falando algo que eu não conseguia decifrar pela distância.

Posso dizer que foi gratificante ver o rosto de Cho murchar assim que Sana terminou de falar, me dando uma última olhada. Sorri de canto para ela, amando ter o gosto da vitória quando a ruiva entrou irritada dentro do carro.

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⏰ Última atualização: Jun 06 ⏰

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