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Hongjoong estava inquieto quanto eles chegaram aos aposentos do Príncipe. Quando Seonghwa o deu passagem para entrar, ele ficou atônito com o tamanho daquele lugar.

Era enorme, como todos contam.

— Uau... você tem uma biblioteca só para você?

— Sim...

Eles estavam desconfortáveis pois sabiam o que viria a seguir: os segredos daquele castelo.

— Certo, alteza, estou muito preocupado e não consigo apreciar a beleza de seu quarto. Por favor, me diga, o que está acontecendo aqui?

Seonghwa ainda procurou algum indício de que não deveria contar. Ele não queria acreditar totalmente em Hongjoong. Mas, mesmo olhando diretamente em seus olhos, Seonghwa viu que eles só transmitiam pura preocupação, pura empatia.

Puro carinho e afeição.

Ele suspirou e abaixou a cabeça olhando para o chão para confessar.

— É sim o rei. Se faço algo que o desagrada é necessário a disciplina.

— Que tipo de disciplina?

Seonghwa exitou, mas sabia que não tinha volta.

— Ele... ele... você deve saber que estou bem, primeiramente.

— Bem de verdade?

Não, infernos. Ele não estava bem. Ele queria gritar e chorar. Sentou-se na cama tentando acalmar seu coração. Hongjoong sentou-se ao lado.

— Quando algo está minimamente errado em seu ponto de vista, ele chicoteia a mim ou a meu irmão. Já chegou a acontecer três vezes no mesmo dia e só piorou desde que o contei sobre como seria bom se Sujong assumisse o reino em meu lugar, já que é algo que ele realmente almeja.

Seonghwa então criou coragem para encarar Hongjoong. Ele tinha uma expressão de raiva no rosto e ao mesmo tempo de profunda tristeza.

— Isso... é horrível. Não está certo. Ele não pôde fazer isso com você, independente de ser o rei ou não, ele ainda é o seu pai. Você não deve aceitar tal tratamento.

O príncipe sentiu uma pontada de inveja do menino, ele com certeza sabia o que era ser amado pelo pai. Mas Hongjoong disse algo que o pôs a pensar:

"Você não deve aceitar tal tratamento. "

Ele achava que merecia.

Colocaram em sua cabeça a ideia de que todos aqueles acontecimentos eram aceitáveis, eram normais. Ninguém que viveu com ele, nem mesmo sua mãe, já o havia dito que aquilo realmente era errado. Não tinha como ele considerar sair dessa situação se, para ele, aquilo era certo.

Mas seus olhos estavam totalmente abertos e ele já não queria mais aquela vida.

— Como assim todos aqui sabem disso e não fazem nada? Se ele trata assim os próprios filhos como ele poderia se importar com o povo. Ninguém merece ser tratado assim, ninguém. É tão injusto que não sei como lidar com tamanha frustração. Sei que posso estar falando sobre coisas que não sei, afinal todos são disciplinados pelos pais, mas açoitamento?

Ele falava muito e até um pouco consigo mesmo, indignado com tudo. Ele nem tinha percebido que estava com as mãos de Seonghwa nas suas novamente e que as apertava fortemente. Seonghwa olhava aquela cena e, mesmo que estivesse triste, a achava encantadora.

Quando mais uma vez naquela noite uma lágrima percorreu o rosto do príncipe, Hongjoong parou de falar. De repente, como que por instinto, sua mão se apoiava no rosto do menor ali e seu polegar limpava o líquido salgado.

Enchanted - Seongjoong Onde histórias criam vida. Descubra agora