Enchanted - Seongjoong

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— Como assim você sabe?

Seonghwa estava se segurando para não gritar.

Meu querido leitor, saibam que a realeza é ótima em fingir o que pensam e sentem, por isso nunca considerei Seonghwa como parte da realeza, ele é um livro aberto.

Chora por tudo.

É engraçado de se conviver.

Bem... Seonghwa estava um turbilhão de emoções quando Hongjoong tocou sua música. Ele não se lembrava do menino porque teve alguns esquecimentos depois da morte da mãe. Talvez num futuro distante haja alguma explicação científica para esse ocorrido.

"Quando ele me ouviu cantando?"

Hongjoong apenas segurou sua mão e o tirou daquela cozinha cheia de olhos e ouvidos atentos.

Seonghwa, percebendo que fez uma cena no meio dos empregados, sentiu medo de alguém reportar a seu pai o acontecido e de precisar aprender mais uma vez como um príncipe deve se portar em frente a outros.

Bruscamente, Kim Hongjoong parou de correr. Ele levou o príncipe para a área externa do castelo. As estrelas brilhavam fortemente e eram a única fonte de luz.

— Eu te ouvi cantando, na verdade já te ouvi tocando piano também.

— Como assim, você...

Hongjoong cortou Seonghwa rapidamente.

— Príncipe Park, não sei se lembra de quando sua mãe lecionava aulas de piano no orfanato.

A mente de Seonghwa abriu uma porta que parecia fechada e imagens se passaram por sua cabeça. Ele olhou bem para o rosto do menino ao lado e, click, ele lembrou.

— Baixinho!

Ele praticamente gritou. Hongjoong sorriu largamente.

— Você lembra?

— Eu não lembrava mas... agora veio à minha mente. Eu nunca mais fui àquelas aulas, mesmo querendo tanto.

Seonghwa deu um sorriso triste.

— Eu senti a sua falta.

Hongjoong admitiu sem rodeios.

— Eu... eu tinha muitas coisas a fazer, ainda tenho.

Um silêncio melancólico tinha se instalado. Mas Hongjoong continuou.

— Eu acabei voltando para a casa dos meus pais, e cuidei da floricultura deles. Mas, ao mesmo tempo, eu queria ser um pianista profissional. Tocar piano me lembrava de como sua mãe havia me ajudado e consolado. Me lembrava de uma forma alegre dos meus pais e me lembrava de você.

"Um dia eu vim até o portão do castelo tarde da noite, estava apenas de passagem voltando do... do enterro da rainha, quando vi alguém correndo ali — disse apontando — no meio das margaridas e, tudo o que essa pessoa fazia era chorar.

Hongjoong dizia andando calmamente enquanto alternava seu olhar entre Seonghwa e as estrelas. Ele não conseguia falar nada.

— Eu fiquei muito preocupado, ainda mais quando percebi que era você. Você gritava e gritava, mas nada aqui dentro se consertava.

Ele apontou para o peito de Seonghwa. Esperou um pouco para ver se o príncipe falaria algo. Quando viu que ele estava totalmente atento a si, decidiu continuar.

— Não consegui dormir aquele dia. Trabalhei o dia seguinte de qualquer forma e esperei a noite chegar para vir ao castelo, apenas para ver se conseguia alguma informação de que você estava bem, para que acalmasse minha alma. Mas, ao longe ouvi algo. O assobio de alguma canção.