ᴄᴀᴘÍᴛᴜʟᴏ ᴜᴍ

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24/09/2002

“Eu não gosto do meu nome” Uma vez o psiquiatra ouviu de um paciente que veio somente uma vez.

— Segura, Segura!

— Vai matar ele, para!

— Se afaste!

— É uma convulsão?!

Ele se lembrava de ouvir gritarem.


Quando criança, Shinsuke tinha apenas sua avó consigo. E ela ficava na fazenda, cuidando de seu neto único.

Era um amor, ele achava. Ela dava amor e carinho, às vezes até demais, mas ele não se importava. Amava sua avó. Não sabia de seus pais. E nem queria saber.

Quando ela chegava depois de colocar a ração aos animais, dava um monte de beijos nele, passava horas com ele. Seja sentados no chão desenhando no papel, ouvindo ele tagarelar, ou fazendo um crochê enquanto ele assistia a TV a cabo.

Eles dormiam juntos, deixando uma luz acesa, pois ele tinha medo do escuro. Ele conseguiu dormir sozinho apenas depois dos 10 anos.

Com 11 anos, ela descobriu uma doença. A senhora de 78 anos tinha um câncer de mama, que já estava em estado grave. Quando ela já não podia mais levá-lo e trazê-lo da escola, ela pediu a um dos homens que trabalhavam na fazenda para fazer isso por ela.

Era um homem alto, com as mãos calejadas pelo trabalho manual pesado de carregar e dirigir caminhões. Tinha uma pele morena queimada pelo sol, uma risada alta e madura.

Shinsuke se lembrava de tal homem, - mesmo sendo poucas - trabalhava na fazenda desde que ele se entende por gente, embora Shinsuke nunca tenha gostado de tal homem. Ele poderia desgostar de muitas coisas, menos de pessoas.

E o homem conseguiu tal atrocidade.

— Roberto vai te levar, amorzinho.

A senhora disse enquanto beijava o garoto na testa e pelo rosto todo. Concordando silenciosamente, Shinsuke, em seu auge da pré adolescência, correu para pegar a mochila amarela e ir para a caminhonete. Ele estava animado, embora receoso com o homem. Não gostava de adultos em geral sem ser a sua avó, na verdade.

Entrando na caminhonete com um pouco de dificuldade pelo tamanho, Shinsuke fechou a porta em um baque alto. Ele arrumou a mochila no meio de si e de Roberto, os pés tocando um pouco o chão da caminhonete.

— Então, você é o Shinsuke, hein?

O homem disse sorrindo simples, uma mão na marcha e a outra no volante. Eles foram para escola, sem muita conversa no caminho. Shinsuke permaneceu calado.

Nos primeiros dias, foi tranquilo. Roberto era um cara legal mas meio calado, falava apenas da fazenda e de como as coisas estavam caras - às vezes, falava da cidade natal, onde estava sua esposa e filha. A criança não entendia bulhufas. Nesse meio tempo, ele ficou mais receoso ainda com o homem. Tinha vezes do homem esticar o braço, atravessando o banco e ficando com a mão nos ombros de Shinsuke, era um toque gentil e suave. Não gostava, chegou a pedir a sua avó para que parasse de trazer aquele homem para jantar na casa deles, mesmo que fosse apenas às vezes.

Quando Shinsuke já tinha seus 15 anos, ele tinha cerca de 1,67. Um rapaz maduro e calado, os cabelos brancos e negros eram macios, era dizido. Tinha alguns músculos nos braços pelo trabalho da fazenda, mas por baixo de uma roupa de fazendeiro, ele sabia que era delicado. A cintura fina masculina, um busto médio e coxas macias mas grossas.

Naquele dia, seria o primeiro treinamento de vôlei dele. E ele estava animado, logo, colocou o uniforme: um short quase curto preto e a camisa número 1. Ele era o capitão.

𝐂𝐎𝐋𝐋𝐀𝐏𝐒𝐄, Kita ShinsukeOnde histórias criam vida. Descubra agora