As nacionais estavam chegando. E Kita planejava entregar seu cargo. Ele não estava treinando, ficava sentado, sentindo a dor no quadril enquanto segurava alguma coisa na garganta. E ele sabia que seu treinador estava querendo dizer algo sobre.
Eu não sirvo para muita coisa. Disso eu sei. Talvez eu apenas apoie meus amigos fora da quadra.
Eu sirvo para algo além de alimentar e cuidar da colheita? Ah, a colheita está perto. Quanto vamos vender?
Verdade. Eu sirvo para mais alguma coisa.
Bebeu um pouco da água que estava na garrafinha ao seu lado.
Talvez eu realmente tenha nascido apenas para ele. Eu sirvo bem pra isso. Até hoje ele nunca enjoou. Ele sabe que me abusa?
Ou pra ele, ele está apenas transando?
Para transar, os dois tem que gostar, certo? Eu não gosto, gosto? Olhou para o teto, e então focou os olhos nos amigos. Atsumu se deleitava enquanto zoava Osamu, que tentava jogar bola de vôlei nele. Suna gravava.
Meus amigos também fazem isso? Eles não parecem transar todos os dias. Talvez Suna e Osamu tenham um caso? Ou Atsumu e Suna? É difícil perceber.
Mas eu transo?
Kita parecia realmente, disposto a tentar pensar sobre isso. Apesar de que um adolescente de 17 anos não poderia saber de muita coisa naquela época.
Transar é para aqueles que sentem prazer.
Eu sinto apenas dor.
Atsumu jogando uma garrafa de água no gêmeo acinzentado despertou Kita, o fazendo se forçar a levantar com um gemido de cansaço baixo, pronto para separar a briga dos gêmeos - que ele sabia que iria evoluir para algo pior, porque foi Atsumu que partiu primeiro.
Antes que pudesse fazer algo, Osamu deu um último chute nas costas do gêmeo, o fazendo dar um gemido de dor e começar a xingar até quem não tinha nada haver.
— Pra parar um doido, só um doido e meio. – Ouviu Suna dizer enquanto gravava. Ele havia cansado de ficar em pé, suspirando agora que estava sentado no chão quase ao lado da rede, ainda recuperando fôlego das flexões que estava fazendo.
— Um doido e meio?
O platinado estreitou os olhos, pensando na frase.
Chegando em casa - após ele drasticamente fingir passar mal dentro do carro e forçado vômito, fazendo Roberto ficar com nojo (apesar de não se esquivar de mãos bobas) - Kita se deitou na cama que ele nunca arrumava completamente. Pegou o celular, abrindo a aba do Google.
Abuso sexual
Lendo os resultados, via pdf 's de psicologia, alguns relatos de pessoas que já foram vítimas.
Literalmente todas eram mulheres. Sejam jovens, crianças, adultas, idosas. Ele leu tudo com atenção, acostumado com tal tipo de coisa - afinal, como não se acostumar?
Minha psicóloga disse uma vez a mim que eu provavelmente tinha me esquecido do meu passado. O que é verdade, confirmei quando comecei a me lembrar que na infância também fui assediada :(
E há como esquecer? O platinado pensou. Tentou se lembrar de algo, mas era a mesma coisa: não sabia como havia chegado na casa da avó, mas ele sempre esteve lá. Foi ela que sempre cuidou dele. Apesar de ter sensação de que aquilo - o assédio - era algo comum.
Eu não tenho tempo pra isso.
Na verdade ele tinha. Ele apenas não queria pensar nas respostas. Se levantou, estava fresco lá fora, quase chovendo, provavelmente haveria algum tipo de tempestade e nevoeiro. Embora pareça terrível dizer tempestade, o adolescente amava aquele clima. Quando as nuvens estavam cinzentas e escuras. Talvez fosse por isso que ele nunca tenha enlouquecido.
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𝐂𝐎𝐋𝐋𝐀𝐏𝐒𝐄, Kita Shinsuke
Fanfic"Eu não gosto do meu nome." Um dia o psiquiatra ouviu de um paciente que veio somente uma vez. [Concluída] ‼️ATENÇÃO!‼️ Está não é uma história de shipp. Esta história foi baseada em fatos reais e experiências próprias, não tente reproduzir ou ataca...