No dia seguinte, Kita acordou com uma dor imensa no quadril, soluçou no banho antes de ir pra escola - ele rezou para que no futuro, se houvesse, não precisasse acordar tão cedo - , colocou um suéter e uma calça moletom pesada. Embora tenha se arrumado, ficou deitado na cama. A respiração densa e o coração na garganta, as pernas meio encolhidas. Ele sentia frio, calor, e tudo que era possível.
E principalmente, sentia nojo. Desejava ser uma daquelas garotas que sabiam maquiar para esconder os chupões do namorado. Mas ele não era uma garota para fazer maquiagem. E ele também não tinham chupões feitos por um namorado para esconder.
Olhando para o lado, viu desenhos incompletos e folhas antigas. Deveria fazer alguns meses que não desenhava, embora sempre rabiscasse o próprio caderno. Ele era variado, gostando das coisas mais simples, até as mais detalhadas. Como sempre gostava de deixar o guarda roupa de um jeito e a cama de outro.
Saiu do quarto devagar, passos pesados enquanto desejava cair ali mesmo no chão, se abraçar a chorar sozinho.
Ele estava sozinho. Pensou por um curto período de tempo.
Ele havia passado por aquilo sozinho.
Escutou o click da porta ao sair da casa, calçando um tênis marrom grande (que se parecia com uma botina) que ele nem se lembrava que tinha - geralmente calçava apenas um tênis fino e estava ok. Mas ele sabia que um tênis grande daquele dificultaria a passagem da calça.
Entrando na caminhonete que já o esperava, ele pensou se não haveria como faltar aula. Mas ele já estava lá e seria difícil convencer sua avó. E Roberto estava encarando.
- Entra, Shin.
Kita não respondeu, entrando e ficando meio afastado. Ele havia se atrasado o máximo possível, para que Roberto tivesse alguma consciência de que ele não podia chegar atrasado na escola.
Engolindo seco, ouviu as portas serem trancadas e o carro começar a andar, observou o campo, a cerca e então a estrada que passava pelas montanhas começar. O silêncio se acomodou, sua cabeça girou quando sentiu novamente a mão do homem em sua coxa já machucada - estava dolorido por conta dos apertos para segurar Kita no lugar. Passava os dedos pela coxa interna, perto da virilha.
- Suas coxas devem estar bonitas.
Com as marcas?
Ele não respondeu, a respiração pesada e o coração acelerado. Por que eu não respondo?
- Você tá ficando mocinho, sabe, tem um corpo bonito. Parece uma garota, mas diferente.
Ah.
- Hm? Responde... - murmurou baixo, enquanto desacelerava, andando devagar no asfalto quente.
Não havia se passado nem 10 minutos direito. Se aproximava perto de matas altas.
O homem olhou para Kita, acariciando a coxa coberta pela calça grossa, e agradeceu silenciosamente por ter se vestido assim.
- cadê seu uniforme? Eles não vão deixar você entrar.
Silêncio.
- Não quer vestir agora?
- Não.
- Certeza?
Ele falou, enquanto tirava a mão da coxa e colocava na marcha, colocando do D para o P, fazendo o platinado observar o tronco impulsionar conforme mudava a marcha.
Kita se sentiu falho.
Que poderia vomitar, e depois se matar enquanto se jogava da caminhonete em movimento. Ele poderia usar algum movimento para sua cabeça arrancar rápido por baixo da roda. Daria certo? Talvez meu pescoço quebre antes de entrar na roda.
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𝐂𝐎𝐋𝐋𝐀𝐏𝐒𝐄, Kita Shinsuke
أدب الهواة"Eu não gosto do meu nome." Um dia o psiquiatra ouviu de um paciente que veio somente uma vez. [Concluída] ‼️ATENÇÃO!‼️ Está não é uma história de shipp. Esta história foi baseada em fatos reais e experiências próprias, não tente reproduzir ou ataca...