ᴄᴀᴘÍᴛᴜʟᴏ ᴄɪɴᴄᴏ

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Kita não conseguiu ter... Reação.

Em choque, olhou para o homem moreno, que olhava com amor para a mulher que agora o abraçava tão forte, o fazendo tropeçar e ter que se agarrar a ela.

Ah.

São meus pais.

Kita parou um pouco, a garganta fechando - o sentimento tão comum que ele já havia se acostumado.

- Mamãe sentiu tanto a sua falta. Te amo tanto, meu amor...

As mãos tremiam, enquanto tentava decidir se abraçava ela de volta. Pela cabeça do jovem, passou um filme de tudo que aconteceu. E então se pôs a chorar, empurrando fracamente a mulher que se dizia sua mãe.

- N-não! Mãe nada!

Ele falou com a voz embargada.

- Vocês!.. vocês me deixaram! Onde vocês estavam?!

Ele gritou exasperado na recepção do hospital psiquiátrico. Eu não entendo. Eu realmente não entendo.

- Vocês não sabem nada de mim! Como podem dormir com a consciência limpa?! Desde que deixou a porcaria do filho sozinho por 17 anos!

O pai franziu a testa, engolindo a seco enquanto a mãe negava com a cabeça e a mão na boca. Ela deu um passo a frente, o cabelo branco caindo um fio na testa.

- A gente deixou você com a vovó, você viveu bem, meu amor... A gente tava passando por algumas coisas... Nós não pudemos...

A mãe falou baixo, a voz chorosa.

- O que é viver bem pra vocês, porra!

O platinado gritou com as mãos na cabeça, mas quase não sentiu quando dois médicos agarraram seus braços.

Raciocinando, Kita sentiu as pernas falharem.

- Ei ... não. Me soltem. Vocês-

Olhou em desespero para os pais. Eles olhavam para Kita como se... Como se Kita estivesse fora de si, sem razão.

- ... Vocês não...

Kita murmurou desacreditado. Como ele havia passado por isso?

- Quem são vocês para achar algo?...

Eu não acredito.

A porta da recepção abriu ao entrar alguém. Kita olhou para cima para ver Roberto entrar com uma camisa social e calça jeans.

E então riu, mas falhou.

Eu poderia facilmente acabar com sua vida agora mesmo, seu verme. Mas você não sabe o que criou.

Se acalmando, Kita puxou o braço direito do médico, se libertando.

- ... Eu quero ir pra casa.

Os pais não falaram nada, ainda em choque e emotivos. Ele andou até a saída, esbarrando no ombro de Roberto, que provavelmente foi para lá para vê-lo. Ele não queria ver Roberto.

Olhou para os lados na rua, não achando nada que ele conhecia. Entretanto, lá estava a caminhonete onde ele desenvolveu todo seu trauma.

Correndo com as pernas trêmulas, ele entrou, as chaves do lado de dentro mostravam o quão descuidado Roberto foi. Ligando, ele deu ré, com uma manobra que ele não deu tempo para os adultos e começou a dirigir na rua urbana.

No retrovisor, viu seus pais e o homem que destruiu sua vida saindo do hospital e gritando para ele parar. Kita desligou o rádio, atento a qualquer barulho do lado de fora enquanto os olhos prestavam atenção nas ruas.

𝐂𝐎𝐋𝐋𝐀𝐏𝐒𝐄, Kita ShinsukeOnde histórias criam vida. Descubra agora