CAPÍTULO NOVE

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Ferimento

Ferimento

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Gally

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Gally

Homens e mulheres se dirigiam para longe do lugar que um dia puderam chamar de lar, com suas expressões cansadas, os ombros caídos e juntas inchadas. Todos seguiam uma organização dada por Abby sobre o ritmo que o grupo deveria seguir em acontecimentos bruscos.

- Os primeiros que se encontravam a frente são os velhos, doentes e feridos. Com sua presença naquela posição, iriam definir o ritmo.
- O próximo grupo são os homens e mulheres mais fortes. Eles protegem a parte frontal de qualquer ataque.
- O grupo que se localizar ao meio estarão totalmente protegidos. Mulheres e crianças.
- Logo atrás deles estão outro grupo de homens e mulheres fortes.
— E Abby se mantinha como a última. Para garantir que ninguém fosse deixado para trás.

Como Abby estava ferida e desacordada em meus braços, Roger que ocupava o cargo da liderança. Haviam tantos feridos que era quase impossível contar, era claro que metade do grupo estava ferido após um ataque terrível como aquele.

— Ela estás bem? - Chris perguntou, enquanto caminhava com seu fuzil logo atrás de mim. Ele se preocupando com Abby? — Se estiver cansado, eu ajudo a levá-la.

Comecei a observar Chris constantemente após o dia em que tentou me matar, não o culpo, eu faria o mesmo pelo meu grupo. Ele estava com medo, mas se ele fizer qualquer coisa contra Abby, eu não respondo por mim mesmo.

Chris não aparentava ser muito Velho, poderia ter entre 25 a 18 anos. Ele andava com o cenho franzido constantemente, não duvido que já tenha rugas, seus cabelos com fios grossos em um tom mais escuro e curtos bem aparados. Aparentava odiar deixar os cabelos longos.

— Está tudo bem. - respondi, sentindo o fuzil de Abby bater contra o meu, os dois estavam presos na bandoleira ao redor de meu pescoço, o que dificultava um pouco ao respirar.

Chris vendo isso, se aproximou e apanhou as duas bandoleiras, retirando as armas de volta de meu pescoço. Por que insiste tanto em ajudar? Saia daqui, loiro amargo.

— Tudo bem, eu consigo carregá-las. - indaguei, me virando para Chris.

— Calado, Loiro. Estou tentando lhe ajudar e estás a negar? - Chris questionou, me fazendo franzir o cenho com seu sotaque.

Abby pronunciava constantemente o final de algumas palavras com "S". Um exemplo constante: estás melhorando?

Comecei a notar que diversas pessoas do abrigo de Abby também pronunciavam da mesma forma, puxando o "S" no final de algumas palavras.

Em todos os meses que estive aqui, Chris nunca demonstrou qualquer tipo de afeição por alguém. Pelo menos, o que eu pude observar.

Senti o corpo de Abby se estremecer em meus braços, sua pele estava começando a se esquentar, suspirei, baixando o olhar para a garota desacordada que começou a dar alguns espasmos.

— Onde está Roger? - questionei pelo mais velho, mas ele estava muito distante de nós.

Avistei rapidamente uma mão sobre a testa de Abby, e por reflexo, a afastei rapidamente. Chris ergueu seu olhar até mim, com seu rosto enrijecido como sempre. Loiro amargo.

— Se quer vê-la morrer em teus braços, diga-me rápido. - ele ironizou, balancei a cabeça em negação e o vi balançar os braços, e assobiar logo em seguida. Era um assobio alto e agudo, na intenção de alertar sobre o aliado ferido.

Pude ver Roger assobiar de volta e sinalizar para James ir até nós, o mesmo acenou em concordância e correu em nossa direção.

— O que houve? - James perguntou, correndo até mim e Chris com um fuzil em mãos.

— O ferimento foi profundo, provavelmente deve estar a infeccionar. - Chris explicou.

No total o abrigo havia quatro carros, dois Jeps e duas caminhonetes. Os Jeps são todos modificados, com janelas reforçadas de metal e uma ponta de escavadeira na frente, na intenção de carregar qualquer coisa ou infectado. Os Jeps se encontravam alguns atiradores que abriam caminho e alertavam a Roger se era livre para prosseguirem o percurso, as caminhonetes estavam sendo revezadas pelos mais velhos, feridos e crianças. Mas no momento, estava cheio.

— Você retirou a estaca por completo? - Chris questionou, levantando seu olhar até mim, o olhei em questionamento. — Não sabe sobre as estacas?!

— Tem algo nas estacas? - perguntei, me sentindo cada vez mais nervoso. — Diga logo, porra!

— A estaca tem um pequeno dispositivo que entrando em contato com o corpo ela começa a injetar um líquido venenoso, gênio! Se tiver qualquer pedaço dele aí, já era. - Chris respondeu. — Eu falei que devíamos ter te deixado no labirinto.

Vai se fuder.

Não temos tempo para lamentações agora, Chris. Como podemos ajudar a Abby? - Indaguei, levando os olhares dos mesmos para a garota desacordada em meus braços.

Precisamos neutralizar o veneno e depois injetar o antídoto. - James respondeu.

Que veneno é? - questionei.

— É uma substância que roubamos do CRUEL. - Chris diz, e James assobia logo em seguida para alguns carros com suprimentos.

Roger, devemos parar. Estão todos cansados e preciso retirar a estaca de Abby. - James berrou, Roger assobiou em sinal para todos descansarem por algumas horas.

Vamos nos abrigar por algumas horas, ajudem os doentes e feridos. Quem estiver com fome, suprimentos na caminhonete. Não exagerem, tem bastante gente e não sabemos por quanto tempo teremos que caminhar. - Roger diz, com sua voz grossa cortando o vento.

Chris sinalizou para seguirmos James, o mesmo apanhou um lençol e nos direcionou para uma área um pouco mais isolada na intenção de crianças não avistarem sua líder naquele estado. Ele carregava uma maleta com alguns itens de primeiros socorros, objetos que aterrorizam qualquer um.

Eu havia retirado os sapatos de Abby assim que a mesma foi atingida, seria burrice deixar. James observou a área que havia sido atingida, tirou uma garrafinha d'água que estava dentro e jogou um pouco sobre o ferimento.

Que sorte, ainda não está profundo. - James falou, colocando luvas em suas mãos com maestria. — A deite aqui.

Me abaixei lentamente e com cuidado coloquei o corpo de Abby ainda desacordado sobre o lençol. James indicou para que Chris erguesse a perna da garota, ele apanhou um bisturi e uma pinça e logo em seguida passou um líquido incolor no local particularmente inchado e avermelhado. Senti seu corpo se enrijecer sobre o meu, mas Abby continuava desacordada.

James enfiava uma pinça no pé de Abby, e logo em seguida, retirando algo metálico e pontiagudo. Os lençóis se banhavam com sangue de Abby, fazendo com que me sentisse agoniado por vê-la nesse estado. Tão frágil.

Me sinto culpado.

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⏰ Última atualização: Jul 23, 2024 ⏰

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