🔸️CAPÍTULO 03🔸️

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🔸️Apollo

Meu espírito corria por entre as florestas, livre e natural, despido de toda forma, apenas uma essência que pairava sobre a terra dos homens e os dava calor do Sol do amanhecer.

Minhas obras fizeram da terra um lugar ideal para a vida, ensinei aos homens a arte da medicina, ensinei aos primeiros homens a como se tratarem os outros com justiça e sabedoria. Eu sou venerado como o deus do Sol, da profecia, da poesia, das artes, da beleza, da música, da cura, da justiça, da lei, da ordem.

Chego a um vilarejo dos humanos e sinto a claridade tomar as casas e formar uma bela paisagem. Avisto de longe, saindo de uma casa, uma criança com suas sandálias de coro, vejo que sua expressão é de sono, seus cabelos são dourados e sua pele é bronzeada, depois o pai dela chega e a pega pelo braço a colocando em seu cangote e sai pela floresta brincando com o menino.

Ao acompanhar os dois vejo que ambos brincam no rio, penso o quão bom deve ser ter uma família, ter filhos, alguém para dar carinho, dar um sentido a tudo. Toco as águas e de imediato elas se tornam cristalinas e os dois humanos olham com adoração. Chego perto da criança e a vejo do perto, dou um sopro em suas narinas e a protejo das doenças a dando uma boa saúde.

Depois de muito admirar os dois juntos tomo meu caminho até os jardins do meus domínios, os jardins de sol. Volto para o meu mundo vagando pela terra a ver os homens e a criação, chego aos meus domínios e me sinto sozinho. Por mais de meus seres criados por mim se assentar-se na cidade grande abaixo dos meus domínios eu me sentia só, por que no final de tudo alguém me falta, mas éramos muito diferentes em tudo e jamais ficaríamos juntos um dia.

Vago pela existência com uma constante saudade daquilo que nunca foi meu um dia, um sentimento que seja alegria, paz, cuidado, esperança, vontade, decisão e valor, mas nada eu consegui denominar. Tomo o meu acento no trono de Sol e passo a pensar em como devo proceder com os humanos que provocam queimadas nas florestas, devo matá-los com peste ou simplesmente esquecer que tal acontecimento houve.

Na verdade eu sei muito bem a quem eu devo culpar por tudo, o que faz os homens terem sentimentos de propriedade, horror, raiva, dor e crueldade? Quem se não Ares? O deus da guerra e do ódio, o ser que personifica a desordem e a defesa da arte da guerra. Olho para o mundo e vejo sua atuação crescente, de imediato descido conversar com quem precisa para conter aquele bestial.

Pela minha vontade pouso sobre o Olimpo e entro na sala dos tronos, onde Zeus e Arlo estavam, junto deles estava Azriel, a quem muito meu irmão tinha prazer, o mais amado dos irmãos fora Arlo.

Apollo, há quanto tempo não aparece aqui irmão, estava a vigiar os homens mais uma vez? Ele disse se levantando de seu torno e eu dei um leve cumprimento ao meu irmão Arlo.

Sim, é meu dever, mas não estou aqui para muita conversa, quero que contenha Ares, sua insistência em colocar os humanos uns contra os outros provoca dor e guerra aos mais irmãos na existência! Eu disse me sentando no meu trono.

Sabe que não posso interferir nos domínios de Ares! Ele disse mostrando sua condição.

Nem eu devo simplesmente ver o que criei ser destruído por aquele monstro do mal! Deveria tê-lo colocado junto de Kronos e Morgorth nas profundezas do tártaro enquanto era tempo! Eu disse em alta voz.

Basta! Sua implicância com Ares precisa parar! Vocês dois não passam um milênio sem que entrem em conflito direto! Da outra vez levaram Athena e Poseidon com vocês dois. Meu irmão me disse gritando.

Calma irmão, podemos conversar calmamente com os dois, chegaremos a um justa medida. Falou Azriel.

Vejo que já veio fazer fofocas, não é príncipezinho dos homens! Disse Ares invadindo a sala com sua dominância obscura, me levanto de imediato para que ele não pense que eu irei baixar a guarda.

Você é um demônio! Destrói os homens e os faz entrar em guerra, inspira ódio e rancor no coração deles, quando a Lua cai seus servos invadem casas e matam mulheres e crianças, matam animais, fadas, elfos e muito mais. Eu disse chegando cara a cara com ele, sua cara de deboche reinando.

É mesmo? Eu quem faço isso, ou talvez seja tu quem deixa os humanos bomzinhos de mais? A ponto de nem saberem se defender dos seres de Morgorth que ainda habitam a terra! Você é fraco Apolo, não deixarei que os mais fortes morram por sua bondade e porra de justiça! Ele disse me peitando, mas Arlo logo veio ao nosso encontro nos separando.

Parem já com isso! De novo não, respeitem minha casa ou saiam daqui! Disse meu irmão mais novo, a quem eu amava muito.

Devem se unir para que haja equilíbrio contínuo na terra, juntos podem levar a criação a prosperidade, agora se brigarem por qualquer besteira simplesmente iremos nos destruir! Disse Zeus gritando com seus cabelos e flutuando de raiva.

Eu sempre farei o que pedir irmão. Eu disse olhando para o de olhos cinzas.

Puxa saco! Eu farei o que meu pai, a desordem me deu como presente, gostem ou não. Vai se perder se ainda der ouvidos a esse... Ele parou quando Arlo pousou a mão sobre o ombro de Ares.

Pare, por favor. Disse Arlo bem baixinho e ele obedeceu, pois eu sabia que Ares o amava muito.

É tempo de equilíbrio irmãos, um grande presente nos foi dado pela eternidade... Zeus falou feliz vindo até Arlo e pousando as mãos sobre a barriga do menor.

Arlo... vocês? Eu perguntei não acreditando.

Sim, finalmente... Ele disse feliz, Ares olhou para a barriga de Arlo com o rosto mais ameno.

Quando virá? Eu perguntei animado com a notícia do nascimento do primogênito dos reis do Olimpo e do meu melhor irmão.

Acho que quando a Lua e o Sol se encontrarem... bem que poderia dar uma ajudinha. Ele me disse e olhou para Ares que fez cara de birra.

Isso é impossível! Ares disse saindo do lugar com raiva e Azriel o seguiu.

Que ele venha com saúde Arlo... e que seja um presente para todos nós. Eu disse beijando a testa do meu querido amigo.

Obrigado meu irmão. Falou Arlo sentando no seu trono ao lado de Zeus, o explendor dos dois era notório.

Farei um belo presente para o semi deus irmão. Antes que ele parta para o mundo dos homens. Eu disse e ambos sorriram com agradecimento. Depois da notícia eu sai para os meus domínios.

Continua...

A ORIGEM DE EROS [CONCLUÍDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora