Capítulo 19: Laços na Escuridão

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A rua estreita estendia-se à frente, uma trilha fugaz sob a luz tímida da lua. Luna e Alexander corriam, seus passos ressoando como um eco da luta que deixavam para trás. O suor misturava-se à chuva, enquanto a exaustão pesava nos músculos cansados.

Com o coração batendo descompassadamente, os dois diminuíram o ritmo, deixando que a realidade de sua fuga os alcançasse. Cada respiração era um lembrete do perigo que haviam enfrentado, mas a esperança renovada iluminava seus olhos.

À distância, uma camionete de transporte de legumes desacelerava, dando-lhes uma oportunidade para um breve descanso. A traseira do veículo estava repleta de caixas empilhadas, proporcionando um esconderijo temporário.

Cobertos pelo manto da noite, Luna e Alexander subiram na parte de trás da camionete, onde o cheiro adocicado dos legumes se misturava ao aroma da chuva. A exaustão finalmente os alcançou, envolvendo-os em um abraço gentil.

Com as costas apoiadas nas caixas, a camionete começou a se mover, levando-os para longe da casa sinistra e dos horrores que haviam vivido. A oscilação suave do veículo embalou-os, e, em meio à escuridão, os dois encontraram refúgio na inconsciência temporária do sono.

A viagem silenciosa, sob as estrelas indiferentes, era uma jornada de fuga e renascimento. O ronco do motor tornou-se uma melodia suave, acompanhando os suspiros de alívio e o eco suave dos sonhos que começaram a acalentar os fugitivos.

Enquanto a camionete seguia seu rumo silencioso pelas estradas noturnas, Luna e Alexander encontraram conforto um no outro, como se o silêncio compartilhado fosse a linguagem que os unisse. Sentados entre as caixas de legumes, trocaram olhares que carregavam o peso do que haviam vivido.

"Alexander," começou Luna, sua voz suave cortando o silêncio. "Nunca pensei que encontraria alguém disposto a enfrentar o que você enfrentou por mim."

Alexander, olhando nos olhos dela, respondeu com sinceridade. "Luna, minha busca por você foi mais do que um resgate. Foi uma descoberta de força que eu não sabia que possuía."

Os dedos deles se entrelaçaram, como se a união de suas mãos fosse um vínculo que transcendesse as palavras. O futuro, incerto e desafiador, se revelava diante deles como uma tela em branco.

"Minha mãe..." Luna começou, sua voz tingida de saudade. "Ela era meu pilar, minha fonte de conforto. Sinto falta dela todos os dias. O que aconteceu conosco, Alexander, lembra-me das histórias que ela contava sobre almas gêmeas."

Alexander ouvia atentamente, seu coração respondendo à melodia triste das palavras de Luna. "Eu também sinto falta dela, Luna. Às vezes, parece que a escuridão nos engoliu, mas estamos aqui, juntos, emergindo dela."

Enquanto compartilhavam suas histórias e anseios, a camionete aproximou-se do destino final. O veículo parou, e Luna e Alexander desceram juntos, suas mãos ainda entrelaçadas. Diante deles, uma encruzilhada esperava, simbolizando a escolha que teriam que fazer sobre o caminho a seguir.

"Não sei o que o futuro reserva para nós," confessou Luna, olhando para o horizonte desconhecido. "Mas sei que, aconteça o que acontecer, não estaremos sozinhos."

Alexander sorriu, sua confiança refletindo nos olhos. "Estamos juntos, Luna. Como almas gêmeas, enfrentaremos o que quer que venha. Nossa história está apenas começando."

De mãos dadas, Luna e Alexander avançaram na noite, prontos para enfrentar o futuro incerto, mas unidos por laços que a escuridão jamais poderia desfazer.

Roubada pelo chefe da máfiaOnde histórias criam vida. Descubra agora