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Os últimos dias passaram tão rápido, escondendo todo o meu trabalho para reunir minhas documentações que eu tinha e até as que eu não tinha para poder entregar a senhora Jeon. E para o meu nervosismo ser alimentado, hoje já é sexta-feira, dia de sair com SeokJin, Namjoon, TaeHyung, Seokmin e Louis, um amigo britânico de Tae.

A verdade é que eu passei o dia inteiro pensando em que roupa usar hoje a noite, mas já está dando a hora de eu sair e eu não escolhi o que usar. Ultimamente tenho ficado tão livre que as horas passam e mesmo assim, sinto que não fiz nada, mesmo fazendo várias coisas durante o dia. As vezes, eu acordo e preciso me lembrar de que o último ano da minha vida realmente existiu, ou então vou dormir me sentindo triste sem nenhum motivo, o que é uma droga.

Isso não significa que eu esteja entrando em um estado depressivo, mas também não quer dizer que eu não deva me preocupar. Acredito que o estresse de estar desempregado tenha me deixado assim, me fazendo autocobranças absurdas, por eu apenas estar seguindo o meu tempo. Eu adoraria poder controlar as minhas emoções igual controlamos a vazão da água quando sai da torneira.

-Acho que isso ficou bom--falei, quando vi meu visual no espelho.

Não queria nada exagerada, sei que vamos para uma balada, mas o básico também funciona.

Desci do apartamento logo quando Tae me enviou uma mensagem dizendo que já tinha chegado. Ele estava no seu Toyota Cross preto, pois disse que não iria beber essa noite, já que ele tá fazendo algum tratamento estético que proíbe o consumo de álcool durante um período.

-Você vai matar o Seokmin com essa roupa.

-Não tem nada demais aqui--falei e analisei a minha própria roupa--já você, tá parecendo uma árvore de Natal--me referi ao tanto de brilho que tinha na roupa dele, que estavam transmitindo reflexo com a pouca iluminação que atravessava as janelas.

-Isso se chama tendência--ele riu, descontraído--aliás, tô querendo voltar pra academia, meus braços tão magrelos.

-Pra quê? Pra ir só três dias na primeira semana e abandonar?

-Uau, Park, você me subestima muito--ele fez um bico com os lábios--mas agora eu sou um homem mudado.

-Sei--falei, na total ironia.

TaeHyung sempre ficava empolgado com algo do nada e não demorava muito tempo para desistir disso.

A fila da balada mais bem frequentada da cidade estava enorme, quase dobrando a esquina.

-Caramba, a gente vai pegar essa fila aí?--perguntei quando TaeHyung deu a chave do carro para o manobrista.

-Você acha que eu sou fraco, é?--ele tirou dois ingressos VIP do bolso do casaco e mostrou para o segurança, que sorriu ao vê-lo.

-É um prazer em tê-lo em nossa casa novamente, senhor Kim--ele disse, dando espaço para que pudéssemos passar.

-Vocês são a melhor da Coréia--Tae respondeu, entrando no local.

-As vezes eu esqueço que sua família é influente--revirei os olhos, o seguindo.

A minha também é, mas eu não deixo a bajulação que eles recebem cair sobre mim. No entanto, TaeHyung adora isso, e faz questão que todos saibam quem são os seus pais.

A música dentro do ambiente era alta e envolvente, lá dentro já tinha gente tanto quanto tinha lá fora. TaeHyung pegou na minha mão e me guiou para o andar de cima, onde tinha mesas mais reservadas e um bar reservado para os clientes VIP. Meus olhos foram de encontro com os de Seokmin, que sorriu meio sem graça e olhou diretamente para a minha mão entrelaçada com a de TaeHyung.

E o vento me levou até você - JikookOnde histórias criam vida. Descubra agora