Eu não poderia estar mais inquieto. Quando cheguei em casa, após o meu encontro com Seokmin, nós fomos para a cama. Os dois sóbrios o suficiente para ter ciência de tudo, mas embriagados demais para levar tudo a sério. Então os risos eram inevitáveis. E quase não paramos de rir quando Seokmin escorregou na ponta do meu lençol e ficou de joelhos na cama, como se estivesse rezando.
Após todos os nossos atos obscenos, tomei um banho enquanto Seokmin dormia, peguei o meu notebook e fui para a mesa de duas cadeiras da cozinha, que eu usava como escrivania.
A primeira pesquisa foi se pessoas em estado vegetativo poderiam ter espasmos, e como imaginei, sim, podem ter sim.
Uma pessoa em estado vegetativo conserva algumas funções autônomas e cerebrais como a respiração e a deglutição espontânea e até mesmo apresenta reações a ruídos muito altos, rigidez e espasmos dos membros superiores e inferiores. O paciente pode manter os olhos abertos, mas não dirige o olhar a nenhum estímulo específico. Ocasionalmente, pode até fazer caretas, chorar ou rir, mas não falam e são incapazes de responder a comandos.
Então não posso considerar a falta da dose daquele medicamento como responsável pela reação dele, até porque, não achei respostas para isso.
Eu talvez estivesse pronto para surtar com tantos questionamentos, mas já era tarde, e Seokmin e eu prometemos a TaeHyung a ajudar no dia de promoções da galeria dele. Então fechei os olhos, joguei a cabeça para trás e suspirei pesado, tentando relaxar.
Pela manhã, Seokmin me acordou com um cheiro atrás da orelha e um beijo no canto da boca. Nós dois parecíamos adolescentes loucamente apaixonados e envolvidos. Sem rótulos, sem uma relação definida ainda e isso me deixava tranquilo.
-Você gosta de ovo pochê?--ele me perguntou enquanto colocava os ovos na água.
-Meu favorito--falei, enquanto retirava as papeladas que estavam em cima da mesa.
-Perfeito--ele riu.
Depois do nosso café da manhã, fomos a galeria de TaeHyung, que parecia mais bagunçada do que o normal.
-Olha só quem lembrou que tem amigo--foi a primeira coisa que TaeHyung disse ao nos ver.
-Quanto drama--revirei os olhos.
-Vocês desde que começaram a se comer me esqueceram completamente, principalmente o Seokmin, esse pilantra.
-Eu trabalho também viu--Seokmin colocou as mãos pra cima como se estivesse se rendendo.
-Preciso que me ajudem levar essas caixas pesadas lá pro estoque.
-E a sua academia não tá servindo de nada, não?--perguntei, o provocando.
-Eu não tô indo mais não.
-Eu falei--ri, olhando para Seokmin.
-Mas não foi por falta de vontade não--ele se explicou--foi porque eu tava ficando com a filha do meu personal e ele descobriu--ele baixou o tom de voz--mas o que me deixou mais surpreso, foi o fato dele tá interessado em mim e ter ficado irritado por eu ter preferido a filha.
Fiz uma cara de repulsa.
-Que nojo.
-Por que você não pegou os dois?--Seokmin perguntou e eu me segurei para não rir, batendo no ombro dele.
-Isso não é incesto?--Tae perguntou--eu sei que pego muita gente, mas isso seria fora dos meus padrões.
-Como se você tivesse algum...--falei e me virei para pegar uma caixa menor e levar até o estoque.
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E o vento me levou até você - Jikook
FanfictionPark Jimin é um enfermeiro recém formado. Grande parte do seu estágio foi em trabalhos domiciliares de pessoas que necessitavam de cuidados mais específicos. Em meio ao desespero por estar desempregado, ele foi chamado para trabalhar na casa da famí...