[...]
2 semanas depois
O átrio está lotado, embora nem cinquenta por cento dos estudantes de Vince esteja aqui.
Estamos tendo uma palestra especial, que não é obrigatória. Portanto, muitos dos universitários não compareceram, foram embora ou simplesmente estão "por aí" pela universidade; assim como Jenny. Ela está com duas de nossas amigas, fazendo sei lá o quê. Já eu, estou com outros amigos no grande espaço que uns chamam de teatro e alguns denominam de salão de reuniões. Já faz uns trinta minutos que a palestra começou e, talvez, eu me arrependa de ter vindo para cá. Na verdade, eu com certeza me arrependo.
Está bem chato. Um tédio. E eu odeio ficar entediada.Então, quando recebo as mensagens de Jenny me convocando para "caçar uma fofoca" que está acontecendo perto de onde ela está; e que, de acordo com a ruiva, eu vou achar bastante interessante; não me demoro em avisar baixinho aos meus amigos que estou me retirando.
| "Onde você tá?" |
Digito animada enquanto me afasto do teatro.
| "Bloco-69." |
É aquele mais isolado e pouco usado.
Não existem 69 blocos. Apelidamos de "69" pelo fato de ser quase um... motel.Faço uma boa caminhada até chegar lá, atravessando o campus todo praticamente. Já no primeiro andar do "bloco-69", ando pelo corredor principal vazio. Viro em um outro corredor, em direção à escada no fim deste, também vazia. Subo dois lances de degraus. Saio no corredor do interditado segundo andar, obviamente vazio, já que as obras estão paralisadas há tempos. Passo por debaixo das fitas plásticas amarela-e-preta de "mantenha a distância" e pelos avisos de "localidade em obras", fazendo um trajeto rápido até a escadaria para o terceiro e último andar. Subo dois lances de escada e, finalmente, chego no corredor de onde posso ouvir uma calorosa discussão ocorrendo, num outro corredor adjacente. Deve se tratar da tal fofoca que Jenny sugeriu que eu viesse atrás verificar.
Dou passos cuidadosos até estar mais próxima, na quina, ficando encostada bem na virada dos dois corredores para poder escutar melhor essa briga.
— O que eu vou fazer da minha vida agora?! Me diz! O que eu vou fazer?! — uma voz feminina exclama, aos prantos. — Criar esse filho sozinha?! — ouço um choro.
— Pare com isso. Não vai funcionar comigo. — um timbre masculino rebate, sua voz é dura, fria.
— A criança é sua! É sua e não adianta dizer o contrário! — ela começa a chorar e falar cada vez mais alto. — É mais fácil negar a paternidade do que ser homem e assumir a sua responsabilidade?!
— Não é minha responsabilidade. — ele diz, com convicção e escárnio em seu tom, o que faz o meu estômago embrulhar de tanto nojo.
Como assim não é responsabilidade dele? Uma mulher não faz um filho sozinha.
— O FILHO É SEU! — grita a mulher, começando a fazer um verdadeiro escândalo. — VOCÊ ME ENGRAVIDOU E AGORA QUER ME DEIXAR DESAMPARADA?! SEU DESGRAÇADO! ESSA CRIANÇA É SUA! É SUA! FAÇA ALGUMA COISA! EU NÃO VOU ABORTAR! E VOCÊ NÃO VAI FICAR LONGE DE MIM! O FILHO É SEU! VOCÊ VAI CRIAR ELE COMIGO!
— Cale a boca! — ele grita de volta com ela, totalmente rude. Escuto-a chorando ainda mais alto e me sinto ferver de ódio por esse homem. — Você é louca. Para com essa merda doentia! — ouço as lamúrias dela e um impacto contra a parede, um soco.
VOCÊ ESTÁ LENDO
fetish
FanfictionAs palavras dele tinham poder. E ele me atraía por elas. Eu não sabia quem ele era, mas ele se tornou o meu fetiche e eu me tornei o fetiche dele. +18 | BDSM | DirtyTalk |