SUNGHOON DEIXOU O SALÃO somente um minutos depois de Wonyoung. Não pode sentir menos raiva. Mais cedo, toda aquela conversa sobre alianças que tivera com os seus pais parecia bem promissora — se não houvesse a parte do casamento, é claro — mas o garoto sempre soube que querendo ou não aquele assunto seria motivo de frustração para todos.E mais: somente a presença de Wonyoung fazia a sua cabeça rodopiar. Somente o ato de pensar nela fazia ele ficar ainda mais agoniado.
E pelo visto agora ele teria de se comprometer com ela somente por causa de uma aliança de paz entre as suas respectivas províncias. Puro terror.O Park não queria ter que acreditar que aquilo tudo podia ser verdade. Simplesmente queria poder ter o poder de voltar no tempo e poder elaborar uma ideia diferente, mas infelizmente, não pode.
Sua cabeça estava tão cheia que nem pode pensar direito. Não conseguiu nem raciocinar; estava acontecendo tudo de uma vez.
E só lembrar que os seus pais haviam escondido tudo do mesmo o fazia sentir ainda mais frustração.
Beliscou o ombro na esperança de o fazer acordar daquele pesadelo.
Wonyoung se sentia cada vez mais enjoada de ser princesa. Tudo aquilo foi a gota d'água para a menina. Não sentia a mínima vontade de fazer parte dessa aliança, não dava a mínima para Sunghoon — muito menos imaginava que algum dia iria se casar com ele — e não dava a mínima para essa coisa de guerra toda, era tudo tolice.
Apesar de tudo, não tinha escolha. Mesmo que quisesse fazer algo, não podia. Era princesa, então a sua voz não tinha muito valor no castelo.
Antes de dormir, lembrou de Jungwon e a sua carta. Também lembrou do plano que tinha em mente. Queria vê-lo. Somente o Yang seria capaz de tranquilizar a sua mente.
A Jang não era a princesa prendada que todos esperavam que ela fosse. Muito pelo contrário. Ela contrariava todas as expectativas que tinham dela; seu rosto escondia sua personalidade.
Então, ela gostava de aventuras, lutar e de fazer justiça. Odiava quando as coisas não se saiam como havia planejado. E odiava mais ainda quando a forçavam a fazer algo que não era de sua vontade.
Sem hesitar muito, se dirigiu até o corredor e seguiu em busca dos guardas do castelo, atrás da resposta de Jungwon.
Procurou bastante pelo guarda que ela havia entregado a carta. Durante o percurso, imaginava qual havia sido a sua resposta. Fazia um tempo desde que não se viam e a mais nova ansiava por ouvir as palavras de conforto do outro. Jungwon era de fato um garoto muito sábio. Para Wonyoung, o mesmo era o seu porto seguro, e sempre que precisava de ajuda, buscava por ele, e vice-versa.
A princesa também não deixou de observar o cenário. Era Dezembro e o Natal já se aproximava.
De vez em quando era possível ver neve do lado de fora. Dentro do castelo haviam luzes coloridas por toda a parte. Enfeites extravagantes. Tudo contrastava com a atual situação de guerra que o país vivenciava. Lembrar disso dava nos nervos da garota.Depois de um tempo rondando, encontrou o guarda.
— Voce é o soldado Duard, certo? — perguntava a princesa em um tom mais baixo, já que já estava meio tarde. E haviam pessoas dormindo no castelo.
— Sim, senhorita Jang — confirmou o soldado. — Mas, se me permite perguntar, o que faz aqui à essa hora? Já está tarde.
Felizmente, a princesa conseguiu esconder a vergonha que sentiu no momento, enquanto o guarda só demonstrou mais preocupação.
— Ah sim, eu... — balbuciou. — só queria saber... sobre aquele papel que eu havia lhe entregado.
A mais nova hesitava ao falar. O outro ainda parecia confuso.
— Perdão, senhorita, eu não sei se entendi muito bem — fez uma pausa. — Mas estás a falar do papel que me entregou na terça-feira?
— Esse mesmo.
Balbuciou as palavras novamente. Wonyoung não fazia ideia do dia exato em que tinha entregado a carta. Estava tão absorta por causa da aliança que nem ao menos parou para pensar sobre isso. Seguiu a sua intuição e se deixou por acreditar que o acontecido tinha sido terça-feira mesmo.
— Certo, então espere aí um segundo — pediu o guarda antes de se retirar completamente do local.
A menina esperava ansiosamente pelas palavras de Yang. Porém ao mesmo tempo ponderava sobre a sua decisão. Começou a repensar sobre o que havia acabado de acontecer. Havia um medo na mesma. Medo de que alguém descobrisse que ela enviava cartas para outro príncipe — mesmo que fosse só como amigos — ainda mais agora, que estava prestes a ter que se casar com um outro que ela nem conhecia.
Pensar nisso tudo enquanto esperava um simples papel só fazia a garota se sentir mais e mais ansiosa. E não era uma ansiedade qualquer; estava misturada de raiva e arrependimento. Ela queria poder voltar no tempo mais do que qualquer pessoa.
Precisava ler as palavras de Jungwon urgentemente.
— Senhorita Jang, me desculpe, mas a única coisa que consegui encontrar foi isto.
O soldado voltou para o local onde estavam com um pouco mais depressa. Mostrou para a menina uma carta que havia sido enviada diretamente do reino de Cartien.
Seria Jungwon?
Finalmente?— O que é isso?
Foi a única coisa que a princesa disse antes de finalmente abrir o envelope.
"Cara Jang Wonyoung,
Sabemos que é a amiga de nosso filho.
E também sabemos que já faz um tempo desde que não se veem pessoalmente.Mas não iremos tolerar que se encontrem na nossa ausência. Nem na ausência de seus pais.
Ainda mais agora que sabemos que está noiva de outro garoto.
Rei e Rainha de Cartien.
O soldado olhava aflito para a garota.
Até ela finalmente desabar e explodir ao mesmo tempo.
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ℜoyalty, jangkku.
Fanfiction[*. ⋆] Em andamento. long fic. 𓂃Em que as famílias reais Jang e Park assinam um acordo com o fito de construir uma aliança entre as províncias. Entretanto, não era qualquer acordo; assim que ambas as famílias assinassem o papel, estariam dispostos...