07 - Contos de fadas sem muitas fadas.

119 10 7
                                    



— POR AQUI, POR AQUI — Wonyoung pediu aos sussurros.

O guarda estava mais confuso do que nunca com as ordens que recebia da princesa — claro, sempre fora obediente à mesma, realizou os seus pedidos, dos mais estranhos aos mais impossíveis. — mas desta vez as ideias que preenchiam a cabecinha daquela jovem poderiam levá-lo para um rumo diferente: o seu possível desemprego.

Wonyoung era realmente uma princesa difícil.

— Senhorita, você tem mesmo certeza de que isso vai dar certo?

Era facilmente possível ver a preocupação esboçada no rosto de Duard. As suas sobrancelhas unidas. O corpo suando frio.

— Ô, qual é . . . pensei que você confiava em mim — a Jang disse já chaegando perto da "saída". — Relaxa, já tenho tudo em mente.

— Eu não sei não . . . — murmurou. A outra não deu ouvidos.

— Caralho! Por quê tem tanta tralha aqui? — resmungou, a voz de Wonyoung já estava sendo abafada pelo esconderijo onde ela se encontrava. — Faz quanto tempo desde a última vez que limparam esse lugar?

— Uhm . . . Err . . . Senhorita? Você precisa de alguma coisa? — Duard esticou o pescoço, sem olhar para onde a outra estava.

— Não, não! — gritou. — Tá tudo bem aqu . . . Ai porra! Meu joelho . . .

O guarda estava quase morrendo de ansiedade.
Iria perder o emprego ali mesmo.

E se passaram enormes 3 minutos silenciosos.

— DUARD! Vai lá pra janela! — o som da voz da princesa já não soava mais tão abafada. — Eu acho que eu consegui!

Ao ouvir os seus pedidos, o guarda Duard subiu ao primeiro andar correndo. Seguiu rumo à janela.

Correu os olhos pelo jardim, em busca de Wonyoung. Assim que avistou um pontinho vermelho — supôs que era o seu vestido — contrastando com a grama verde, pulando e correndo, teve certeza de que a encontrou.
Ainda preocupado, fez um sinal de "o.k" e se despediu no momento em que a outra sumiu de sua vista.

 
— Não tô nem aí pra aquela carta idiota — disse Jang, enquanto seguia discretamente rumo ao castelo vizinho: o do próprio Jungwon. — Não vão me ver mesmo.

Mesmo parecendo estável por fora, Wonyoung estava com o coração à mil.
Nada parecia real. Nada mesmo.
E tudo poderia desabar a qualquer instante.

— Ei, ei, ei, garotinha — ecoou uma voz feminina.

Jang se virou lentamente. Estranhou o som, mesmo parecendo a voz de uma pessoa jovem, ela estava em um lugar onde não era muito comum encontrar alguém ali.

— Sim, é você mesmo — foi finalmente possível ver o sorriso daquela que chamava.

Wonyoung não disse nada. Somente reagiu; começou a andar de ré devagarinho. Franziu as sobrancelhas; estava desconfiada.

Quem era aquela garota? Será que fazia parte dos rebeldes? Não. Ela estava vestida como uma princesa . . . fazia parte da realeza. Será que era de Garway? Queria guerra?

— Não precisa fugir! — avisou. — Nossa, você parece um coelhinho assustado — riu.

A garota desconhecida despertou Jang dos seus devaneios. Porém permaneceu desconfiada.

— Não quero guerra — assegurou. — Também sou uma princesa — estendeu a mão, exibindo um sorriso amigável.

— Como posso ter certeza? — finalmente foi a vez de Wonyoung falar, ainda receosa.

A outra não disse nada, somente apontou para o sul.

— É onde se encontra meu castelo.

Jang não disse nada. A princesa continuou:

— Me chamo Cho Miyeon. Sou de Briden.

— Jang Wonyoung, de Schizenland — apertou a sua mão.

— Sem querer incomodar, mas . . . — hesitou. — O que você faz aqui?

A pergunta de Miyeon fora repentina. Wonyoung sentiu um tremendo frio na barriga. Ela não poderia entregar o seu plano para alguém desconhecido.

— Só tomando um ar — omitiu. — E você?

— Vou confiar em você — disse Miyeon. — Bem, eu não me sinto capaz de realizar algumas obrigações de princesa que estou recebendo dos meus pais então . . . vim até aqui pra tentar . . . me distrair um pouco.

A mais nova se sentiu mal por não ter contado o real motivo por estar ali para a outra garota, já que ela mesma disse confiaria nela.
Mas ela simplesmente não poderia contar.
Seu problema era imenso.

— Ah . . . sei como é — disse Jang. — Nós podemos nos encontrar mais vezes, já que o seu reino não faz parte da guerra, eu posso pedir 'pros meus pais deixarem a sua família visitar o castelo de vez em quando.

Arregalou os olhos.

— Você faria isso por mim?

— Por que não? Nós até poderíamos conversar as vezes — sorriu, e em seguida recebeu um forte abraço da mais velha.

— Muito obrigada mesmo!

— Sem problemas. Mas . . . — fez uma pausa. — eu preciso ir agora, a gente se fala depois, viu?

Wonyoung disse e assim fez. Miyeon apenas acenou com a mão, se despedindo.

Será que se eu aparecer na janela dele, ele vai me ver?

Foi o que pensou enquanto hesitava em decidir se arriscava ou não a sua vida pelo garoto.
Ela tinha duas coisas em mente:
1 - gritar o nome dele pela janela (o palácio todo vai ouvir) ;
2 - mandar outra carta pedindo pra ele aparecer pela janela.

Os dois pareciam muito difíceis, mas a mesma estaria disposta a arriscar qualquer coisa por um simples reencontro.

— Jang Wonyoung?!

As coisas andaram totalmente diferente do planejado.

Aquela era a voz de Jungwon?

    

ℜoyalty, jangkku.Onde histórias criam vida. Descubra agora