08 - Toca do coelho.

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E PELA PRIMEIRA VEZ, Jang permaneceu em silêncio ao ouvir um som "estranho".

— Princesa? — repetiu.

Ainda não era possível ouvir um ruído.

— Quem quer que seja, responda. Serei obrigado a ir até aí se você não disser nada — Yang ameaçou.

E Wonyoung ainda se encontrava em choque. Parada como uma pedra. Fria como um cubo de gelo.

— Sou eu sim! — gritou.

— O quê? — era possível ouvir a outra voz, mesmo permanecendo distante.

— Isso mesmo que você ouviu.

E disse com um sorriso nos lábios. Os olhos brilhantes como glitter.
Jungwon, ainda hesitante, se aproximou de onde vinha a voz feminina. Não podia acreditar que se tratava da voz de Jang, sua velha amiga.

E assim que os olhares curiosos e esperançosos se encontraram, correram para um abraço longo.

— Não acredito.

— Nem eu — Yang desfez o abraço. — O que você faz aqui?

— Isso não é óbvio? Eu vim falar com você!

— É claro, é claro — fez uma pausa. — Mas sobre o quê exatamente?

Se entreolharam. Ele continuou:

— Desculpa, Wony. Mas é que você sabe . . . infelizmente nós não temos muito tempo. Se nos pegarem aqui, estamos fritos.

— Lógico — suspirou enquanto balançava a cabeça, desapontada. — Bem . . . é complicado.

— O que há?

— Sabe a guerra?

— Sim? — Jungwon não entendeu, mas respondeu mesmo assim.

A princesa escolheu as palavras antes de falar:

— Meus pais decidiram aliar o reino de Schizenland com o reino de Gindland 'pra nos proteger dessa guerra idiota, ou seja, tivemos que nos comprometer com aquela família Park . . . e eu já não gostava dela! Eu acho eles muito frios, além de que eu não consigo me aproximar deles de jeito nenhum! E sabe o que é pior? EU tenho que me CASAR com o príncipe deles. Você ouviu isso? C A S A R! E eles nem ao menos dão a mínima 'pra nossa opinião! Eu não sei o que fazer, Jungwon.

E disparou as palavras. Desabafando aos poucos.
O outro parecia mais confuso que cego em tiroteio.

— Err . . . eu . . . — coçou a nuca.

— Não tem jeito né? — suspirou. — Cada um tem seus destinos, esse é o meu. E o dele.

— Olha . . . Não. Se não o quer, lute. Faça o que puder para reverter essa situação. És capaz, Wony.

— Jura?

— Juro, eu acredito em você. E te conheço mais do que conheço a mim mesmo.

— Muito obrigada — e o abraçou novamente. — Eu só queria que tudo isso acabasse e nós pudéssemos ser como antes.

— Eu também, Wony — lamentou. — eu também.




— Eu não sei, querido. Acredito que vão contra-atacar o reino de Garway primeiro. Depois passarão pra Schizenland. Cartien é o último.

A rainha Joohyun e o rei Bogum comentavam sobre a guerra. Com o mapa de Kentgard — o país onde viviam e onde se encontravam os reinos — apoiado sobre a grande mesa circular na sala principal.

— Nós não anunciamos a aliança ainda — o monarca comentou. — e não podemos atacar Schizenland. O anúncio deve ser hoje.

— Hoje?

O rei Bogum não disse nada, apenas pareceu estar com uma grande interrogação no topo da sua cabeça. A rainha continuou:

— Nós ainda não falamos com a equipe do Jornal Oficial.

Joohyun mantinha um olhar preocupado enquanto o outro colocava as mãos sobre a cabeça, devido à frustração.

— Não. Não pode ser assim. O que podemos fazer? Devemos resolver isso hoje mesmo.

— Ou ao menos tentar.

E estava aí a sua missão: fazer o Jornal Oficial anunciar a aliança entre Schizenland e Gindland o quanto antes. Caso contrário, ambos os reinos seriam obrigados a entrar em guerra.
Não havia outra opção ou outra escolha a ser feita.


Só demorou algumas horas para Bogum e Joohyun chegarem ao prédio da emissora do Jornal.
Podia se dizer que o clima de Gindland não estava facilitando o processo: estava frio e cheio de ventanias.
Ao menos estava combinando com o humor dos dois ali.

— Com licença . . . — o recepcionista checou os visitantes. — Vossa Majestade?

— Exatamente — responderam juntos.

— Sem querer incomodar, Vossa Majestade . . . mas o que fazem aqui na empresa?

—  Estamos aqui para fazer um anúncio.

O outro pareceu confuso com a resposta, mesmo assim continuou quieto. O rei começou:

— Como você pode ver, estamos em um cenário catastrófico de uma possível guerra, e claro, o reino de Gindland não pode se ferrar com isso, é nosso dever como pai e mãe — e rei e rainha — proteger nosso pequeno príncipe.

O recepcionista insinuou — em sua mente — o que o rei quis dizer. "Será que devo falar com a imprensa sobre isso?" "O que o filho deles tem com isso?" "Afinal, vou ganhar alguma recompensa no final?"

A rainha continuou:

— Queríamos vir aqui avisar que nós, do reino de Gindland, criamos uma aliança com o reino de Schizenland: nossos filhos irão casar, e assim, poderemos ficar fortes juntos para nos proteger dessa guerra.

Joohyun e Bogum permaneciam de olhos no recepcionista. Olhares ansiosos.

— Bem...eu... — hesitou. — vou falar com... o pessoal do estúdio. Vou ver o que podemos fazer.

Os outros dois olharam com...
decepção?

— O que quer dizer? — disse Bogum.

Joohyun apenas cruzou os braços, esperando por uma resposta.

— Vossa Majestade...não me entenda mal...

— Vamos passar todos os detalhes para vocês ainda hoje! Então tratem de resolver isso e anunciem a noticia no próximo programa o quanto antes! Sem desculpas esfarrapadas! — vociferou a rainha.

— Claro, claro — o recepcionista falou em um tom mais baixo.

E assim foi, as figuras da realeza saíram do cômodo, ansiosos por respostas.
Precisavam resolver isso o quanto antes.

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⏰ Última atualização: Jul 08 ⏰

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