05 - Papo desafinado.

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O SOL QUE BATIA NAS CORTINAS do castelo foi o grande responsável por acordar a princesa.
Não pode ver direito onde estava por causa do sono. Foi apenas quando abriu os olhos por completo que percebeu onde se encontrava.

Eu em uma maca. UMA MACA. O que diabos será que rolou?

Foi o que a mesma pensou enquanto despertava por completo. Não lembrava de nada que ocorrera no dia anterior. Muito menos sabia o que fazia ali.
Só se lembrava de uma coisa;

A carta de Jungwon.

Não tinha como esquecer.

Sua visão ainda não estava inteiramente perfeita, além de que a mesma se sentia um pouco cansada.
Já estava ficando impaciente formulando hipóteses sobre o que talvez tivesse acontecido até ver uma silhueta chegar à porta da ala hospitalar.

Seu coração errou uma batida. Teve a esperança idiota de que fosse Jungwon. E se ele tivesse lido a carta? E respondido? Não sabia nem como iria reagir caso realmente fosse. De repente, começou a sentir tanta alegria ao ponto de quase entrar em êxtase.

— Filha?

Tinha mesmo esquecido do dia anterior.

Se despertou das ilusões assim que reconheceu a voz de seu pai. O que ele fazia lá?
É claro Jang Wonyoung, aquela silhueta parecia alta demais 'pra ser ele.

Oi...pai — disse fingindo ainda estar com sono.

— Já está se sentindo melhor? — interrogou enquanto se aproximava da maca onde a filha se encontrava.

Acenou positivamente com a cabeça.

— Ótimo. Não faça isso de ficar rondando pelo castelo às escuras novamente, viu?

Wonyoung expressou uma feição de confusão.

— Como assim?

— Como assim o quê minha filha? — retrucou o pai. — Ontem você veio parar aqui por causa desse motivo.

A menor ficou uns segundos em silêncio antes de voltar a falar.

— Que motivo? Eu me machuquei tão grave assim? Não tô sentindo nada...

Examinava o próprio corpo enquanto falava. O mais velho começou a entender a situação.

— Certo, então acredito que se esqueceu — disse JongSuk. — Ontem você acabou desmaiando, um dos guardas disse que foi uma queda de pressão,
a enfermeira disse que não foi nada grave, mas trouxemos você aqui de qualquer forma.

Foi quando finalmente compreendeu toda a situação. E voltou a se lembrar do dia anterior.

— Qual soldado lhe disse isso? — perguntou a Jang, que já adivinhara que algum deles havia "omitido".

— Duard.

— Ah — foi o que conseguiu dizer.
Ela estava tão grata. Eles sabiam que se seu pai descobrisse sobre a carta, ela estaria ferrada.
Com certeza o agradeceria por isso.

— Sua mãe ficou tão preocupada — acrescentou JongSuk. — E eu não dormi muito bem.

— Agradeço a preocupação, mas já estou melhor.

Disse Wonyoung, com um sorriso satisfeito.

— Aliás, como você ficou sabendo? — a menina continuou.

— Eu? Bem... — disse meio constrangido com a pergunta repentina — Estava passeando mesmo. Tenho que verificar o castelo todas as noites, é um hábito meu. Que bom né?

Ambos riram da situação.

— Ah! Quase esqueci — exclamou o rei JongSuk. — A família real Park virá ao castelo hoje.

O sorriso da Jang se desfez na hora.

— O quê? — interrogou, se segurando para não se exaltar. — Por quê?

— Ué, filha — estranhou. — você sabe, aliança, acordos, negócios, detalhes para acertar aqui e ali, e mais um turbilhão de coisas.

— Um turbilhão mesmo, que não vai acabar tão cedo — murmurou Wonyoung, desviando o olhar para a janela.

— Filha eu sei que não gosta disso, mas tem que aceitar que essa é uma solução. Estamos em guerra.

— Por quê vocês não fizeram a aliança com a família de Cartier então?

Atirou as palavras. Foi uma das maneiras que Wonyoung encontrou para desabafar um pouco do que queria contar. Para a garota, aquilo que sugeriu era tudo o que queria.

— Querida, não vamos falar sobre isso agora. Vá tomar um banho, se troque e ao menos tente receber bem a família Park. É assim que se comporta uma princesa.

Cruzou os braços.

— Diga para eles que eu não vou poder ir.

— O quê?

— Estou cansada — admitiu. — Minha cabeça está cheia demais pra isso. Se quiserem falar comigo, peça para virem aqui. Sobre as roupas, pedirei às minhas criadas para que venham aqui também.

O rei não quis contestar. Sabia que Wonyoung era difícil, então seria impossível convencê-la.
Seguiu as ordens da mesma e se retirou da ala hospitalar.

Só bastou uma hora para a família Park finalmente chegar ao palácio. Todos dali os receberam calorosamente e estavam motivados a ter uma conversa franca para enfim acertar todo aquele assunto de alianças.

— Onde está a senhorita Wonyoung? — interrogou a rainha Joohyun. — Seria ótimo se também pudéssemos ouvir a opinião dela sobre o assunto.

O rei e a rainha Jang se entreolharam.

Que opinião?
De que ela simplesmente odeia o fato de tudo isso estar acontecendo? De que ela acha essa coisa toda uma tolice?

— Err...bem... — o rei JongSuk respondeu balbuciando. — a nossa filha não está muito bem no momento. Então era melhor ela não ter vindo conosco.

Sunghoon olhou confuso enquanto os seus pais pareciam satisfeitos com a fala do rei.

— Vamos, sentem-se — sugeriu a rainha Jang.

E enfim todos se sentaram à mesa. Se passaram alguns minutos meio tensos de conversa sobre a aliança até o príncipe mudar completamente de assunto.

— Onde ela está? — perguntou hesitante.

Todos viraram a cabeça para o menino, totalmente confusos com a sua fala.

— O quê? — interrogou o seu pai.

— A princesa — respondeu baixinho.

As famílias se entreolharam.

— Já está interessado na Jang? — perguntava a rainha Joohyun, com os olhos brilhando. — Que ótimo! O casamento vai ocorrer perfeitamente então!

— Não! — gritou Sunghoon num tom mais diferenciado do comum.

Mas nem ele sabia por que diabos ele tinha feito aquela pergunta.

— Eu só acho que é melhor conversarmos com ela também. Ela também faz parte do plano. Ela já deve estar melhor, né?

— Acredito que sim.

Foram as últimas palavras ditas por JongSuk antes de ele guiar o príncipe Sunghoon até a ala hospitalar.

 

ℜoyalty, jangkku.Onde histórias criam vida. Descubra agora