cαρiтυlσ 7

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Nem preciso dizer que as aulas foram quase do mesmo jeito de sempre, certo?

As únicas diferenças, era que Nagi, agora não dormia, mas também não prestava atenção no que o professor fazia, ao invés disso, trocava bilhetes com Reo, enquanto o mesmo lhe pedia para parar, visto que queria assistir a aula. No entanto, no final ele acabava sedendo e lia a carta, mandando uma resposta pra ele no mesmo bilhete. Além disso, Reo não estava mais com as meninas de antes, agora ele se sentava no meio entre Isagi e Nagi, onde antes eles colocavam suas mochilas.

Ter Reo como acompanhante era bom, já que o mesmo era inteligente com matérias difíceis como física e literatura e explicava para ambos de maneira que os dois possam entender o que se passa. Além disso, o mesmo não precisava mais ficar quieto, agora podia falar o que estava em sua mente, diferente de como fazia quando estava com as meninas.

Durante o recreio, Reo e Isagi conversaram sobre o dia anterior e o azulado citou o quanto Rin e Sae dependiam de Nagi, pelo fato de quase não terem amor paterno e sua mãe trabalhar demais. E, apesar de serem crianças, tinham diversos problemas psicológicos. Sae conseguia se livrar deles em alguns momentos, tomando remédio e se distraindo com seus jogos de futebol, Rin, no entanto, dependia apenas do amor e carinho que Nagi o dava. E, em crises como a que teve no dia anterior, apenas Seishiro — e agora, Reo — conseguia o acalmar.

Ao ouvir aquilo, Reo se perguntou o motivo de Isagi os conhecer tão bem, por um momento achou que fosse por ter uma amizade longa com Nagi, mas se convenceu de que, assim como havia acontecido consigo, Isagi deve ter visto Rin ter uma de suas crises e acabar por ganhar um certo apego a criança. Sim, Rin parece ser uma boa pessoa.

Reo o adorou.

Depois do recreio, seria aula prática de biologia e, como normalmente é feito, o professor pediu a todos para formarem duplas ou trios. Nagi, Reo e Isagi ficaram como uma dupla enquanto todas as meninas da sala olhavam para o grisalho com, claramente, um olhar mortal. Saber que Reo não faria trio com elas novamente deixavam elas terrivelmente irritadas.

— Ah, Nagi, elas estão olhando pra gente.. — Isagi se pronunciou, as olhando com um olhar amedrontado.

— Deixa olhar. — O grisalho olhou de volta e revirou os olhos. — Mas eu não vou dar meu Reo pra elas. Nunca.

— S-Seu Reo?.. — O menino violeta perguntou, corando com as palavras ditas por Nagi.

— É. Não fique surpreso, você sabe disso. — Novamente ele negou saber de algo. — Se não soubesse, Reo, eu não teria dormido na sua casa. — Olhou para ele, sério e depois de encarar seus olhos violetas por um tempo, abaixou sua cabeça de novo, tentando focar na odiada tarefa que estava em sua mesa.

Com as tarefas feitas, o trio saiu da sala de aula, caminhando em direção ao pátio da escola onde teria aulas de educação física novamente. Reo não estava afim de fazer e, por conta disso, se negou a jogar vôlei com as meninas. Se sentou em um canto, colocando seu queixo apoiado em sua mão enquanto olhava ao seu redor.

— Não vai jogar? — Ouviu a voz de alguém perto de si.

— Ah.. Oi. — Acenou. — Não, não. Eu tô cansado e não quero suar. — Percebeu que o menino assentiu e, rodando os polegares um no outro, mordeu seu lábio, claramente querendo falar algo. — Você quer algo?

— P-Posso sentar aqui?.. Com.. Você?

Reo travou. Não era Nagi, não era Isagi. O que faria?! Podia ser só mais um menino querendo se aproveitar da popularidade para ganhar espaço, mas poderia sim ser outro menino parecido consigo. Suspirou fundo e deu batidinhas ao seu lado, vendo o menino sorrir e se sentar ao seu lado.

— Desculpe mesmo por incomodar, eu sou novo aqui e não queria ficar só, sabe?

— Também é novo? — Ele assentiu.

— Eu estudava em casa até um dia desses, mas né — Deu de ombros e suspirou fundo. — Queriam que eu me formasse em uma escola, então eu não tive escolha. E você?

— Eu? — O outro assentiu. — Bom, eu vim de outro estado. Meus pais se separaram e eu quis me mudar, pra não ficar, sabe, ouvindo gritos e berros toda a hora. — Revirou seus olhos. O outro menino pareceu ficar triste pela sua situação e lhe deu um abraço rápido. — Ei, ei, qual foi?

— Ah, desculpe! — Se afastou. — Não curte abraços? Nem eu! Eu quase não abraço, só quis tentar te ajudar a, sei lá, melhorar seu humor de alguma forma, haha! — Colocou sua mão em sua nuca, claravamente envergonhado. — Desculpe.

— Não se preocupe. E eu gosto de abraços, sim. Mas foi do nada, sabe?

— Entendo. — Reuniu sua coragem e o encarou. — Posso te dar um abraço agora, então? — Reo o olhou. Seus braços estavam abertos e o mesmo estava com um sorriso pequeno na face. O violeta sorriu e lhe deu um abraço. — Aliás, perdão! Que falta de educação a minha. Meu nome é Kenya Yukimiya, é um prazer.

— Reo Mikage. O prazer é meu. — Acenou.

— Mikage? — Pôs sua mão no lábio, pensativo. — Da família dos Mikage?!

— Ah, sim é eu sou de lá mas-

— Nossos pais são sócios! —O interrompeu, fazendo Reo levantar sua cabeça, agora de fato animado. — Sou da família Yukimiya!

— Eu sabia que esse nome me era familiar!

— Né?! Que coincidência! — Lhe deu uma risada gostosa e pegou seu celular dentro de sua mochila. — Posso te invadir um pouco, e pedir seu número de celular? Sabe, pra manter contato? — O violeta assentiu e lhe deu seu telefone, tirando foto do número do quatro-olhos a sua frente. — Falta pouco pra aula acabar, quer jogar algum jogo?

— Nah, pode ir. Eu vou ficar aqui mesmo. — Yukimiya o olhou e negou com a cabeça, se sentando em seu lado novamente.

— Vamos ficar aqui conversando então!

𝐌𝐄𝐔𝐒 𝐏𝐄𝐒𝐀𝐃𝐄𝐋𝐎𝐒  , reonagi [cancelada]Onde histórias criam vida. Descubra agora