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Após a última aula, Reo se separou de Yukimiya, buscando Nagi e Isagi pela quadra. Notou que ambos jogavam futebol, o que era raro e, na visão de Reo, era muito bom de se ver. Nagi estava com a bola em seus pés e Isagi, como sua dupla, pediu um passe dele para que pudessem marcar o gol. Reo olhou aquilo, admirando os dois de longe. Ao final da partida, que não demorou muito, Isagi e Nagi caminharam até Reo, para irem embora juntos.
— Não sabia que você jogava fut, Nagi. — O grisalho o olhou rapidamente e olhou pra frente em seguida.
— Eu não costumo jogar, mas como você não quis vôleizin hoje, eu não tive muita escolha. — Deu de ombros, segurando a alça de sua mochila enquanto olhava para ele. — Aliás, quem era aquele quatro-olhos com você?
— Ah, bom... — Organizou suas palavras. — Um novo amigo meu, Yukimiya. Ele é sócio dos meus pais e-
— Yukimiya? — Isagi se pronunciou e parou de andar. — Da turma 2-C?
— Isso! Vocês se conhecem? — Isagi corou e negou com a cabeça, voltando a caminhar, agora de cabeça baixa. — Tem certeza, Sasagi? — Reo o olhou, lhe dando um pequeno sorrisinho. — Eu te arranjo ele, se quiser.
— Que?! Não! — Balançou sua cabeça repetidas vezes, tentando ignorar o que o mesmo dizia. — Escuta aqui, eu sou apenas um fã dele! Nada demais.
— Fã? — Perguntou, parecendo chocado. — Isagi, não sabia que gostava de moda.
— Eu não gosto. — Abanou sua mão. — Mas o Kenya joga fut também e... — Abaixou a cabeça. — Sou fã do futebol dele.
— Posso apresentar vocês.
— Oh, céus! — Negou com a cabeça novamente. Yoichi claramente estava sem reação. — Nem pense nisso! — Reo lhe deu um sorriso e aquele assunto se deu por encerrado.
Quando chegaram na sorveteria, viram Bachira ali no caixa, atendendo um cliente enquanto continha seu sorriso de sempre, animado e sincero. Por mais que a sorveteria não seja o que Bachira deseja fazer pelo resto de sua vida, o mesmo quer sim aproveitar enquanto pode. Sua infância e adolecência se passaram naquele local, era claro que gostava dali. O trio esperou a cliente sair do caixa e ir para sua mesa para que pudessem ir até o mesclado.
— Hey, Megu. — Isagi acenou para ele, chamando a atenção do mais baixo. Este, que quando viu Isagi saiu correndo do caixa, pulando em seu colo e lhe dando um enorme abraço. — Também senti sua falta, Megu.
— Fala ae, Bachira. — Nagi acenou, vendo o mesmo sair do colo de Isagi, também lhe dando um abraço e logo em seguida voltando a abraçar Isagi. — Gays... — Sussurrou. — Bom, Reo. Esse é o Bachira, eu te falei dele hoje de manhã.
— É um prazer. — Se curvou por um momento. — Meu nome é Reo e-
— Você é namorado do Nagi?! — Percebeu o violeta travar, fazendo Bachira lhe dar um riso e o abraçar. — Em partes, eu sinto pena de você, mas, em outras partes, eu fico feliz do Nagi ter desencalhado com um menino como você.
— Não! Bachira, não! — Nagi o puxou. — Ele é meu amigo. A-m-i-g-o. Amigo. — Bachira revirou os olhos. — Entendeu?
— Entendi, mas se ele é seu amigo, porque está com vergonha? — Olharam para Reo, vendo que o mesmo estava travado, em pé, com as mãos tremendo e as bochechas esquentadas. — Hehe, saquei. — Caminhou até o balcão novamente. — Bom, podem se servir, podem deixar que hoje é por minha conta, então comam à vontade.
Reo e Nagi se sentaram em uma mesa, já com seus sorvetes em mãos e conversaram sobre o dia que tiveram, enquanto Isagi estava no balcão, com Bachira falando sobre mil coisas ao mesmo tempo. O mais alto conhecia o jeito de Bachira, sem filtro e completamente puxado para as emoções e mesmo assim, admirava o jeito dele, citando sempre o mesmo como seu melhor amigo.
— Ah, eu não sei se te contei, mas minha mãe contratou um menino pra me substituir na parte da manhã, então muito provavelmente eu vou voltar a estudar na escola. — Contou, animado.
— Então a gente vai voltar a ser o triozinho. — Comentou, claramente feliz pelo acontecimento. Percebeu que Bachira anotou algo em seu caderno e saiu do balcão, novamente dando um abraço em Isagi.
— Sim, sim! Mas agora, — Olhou para Reo e lhe deu um sorriso sincero. — um quarteto. Nossa, eu senti muita falta do seu abraço. — Notou que Isagi deu um riso e retribuiu seu abraço.
— Ah, Bachira? — O mesclado saiu de seu conforto e olhou para a pessoa que tinha o chamado. — Sua mãe disse que vocês iam sair e que a gente precisava trocar de turno hoje. Ela te falou? — Era o tal novo fucionário.
O menino tinha cabelos espetados e alaranjados, com olhos da mesma cor. Estava usando o mesmo uniforme branco de Bachira e nem preciso citar o fato dele ser mais alto que Isagi. Quando o moreno o olhou, deu um aceno e percebeu que Meguru tinha ido na direção do ruivo.
— Ela me falou sim. — Lhe deu um sorriso. — O bloco de anotações está aqui no balcão, caso precise e.. — Olhou para Isagi. — Aliás, Isagi, esse é o Kunigami. Novo fucionário da mamãe.
Os dois mais altos trocaram aceno enquanto Bachira tirava seu avental e pegava do seu bolso um pente para arrumar seus fios mesclados, enquanto citava para Kunigami coisas que tinha que fazer no local, como adcionar mais sorvete e limpar as mesas. O ruivo apenas assentia.
— Isagi. — O mesmo ouviu seu nome ser chamado e olhou para trás, vendo Nagi e Reo ali. O grisalho segurava seu pote em uma mão enquanto Reo estava olhando para baixo, para seu celular. — Eu e o Reo vamos sair, a Anri chamou a gente, ta? — O mesmo assentiu e quando Reo levantou sua cabeça, notou Kunigami ali.
Recuou.
— Reo?.. — O ruivo o olhou, parecendo assustado, mas feliz ao mesmo tempo. — Reo! O que faz aqui em Tóquio?! — Reo recuou novamente. — E como o Chigiri está? Você trouxe ele com você né? — As perguntas não paravam e Reo travou de uma forma que nunca havia travado antes.
Não travou de vergonha ou timidez como normalmente acontecia. Travou de pânico. Medo. Sua visão estava turva e sua respiração estava pesada. Suas mãos tremiam mais do que o comum e de sua boca não saia nenhum som. Recuou, recuou, recuou.
E no final, saiu correndo daquele local.
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𝐌𝐄𝐔𝐒 𝐏𝐄𝐒𝐀𝐃𝐄𝐋𝐎𝐒 , reonagi [cancelada]
Fanfiction" иασ αтє σ υlтiмσ vєяασ, иασ αтє σ fiм dσ мυиdσ " Após o terrível suicídio de seu irmão mais novo, Seishiro Nagi começa a ver a vida sem propósito, onde tudo é sem graça, sem animação e sem cor. Tudo fora do padrão de como costumava ser antes do tr...