Capítulo III - Nova vida

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Kazuha

[Quebra de tempo]

Alguns dias se passaram dês de que conheci o Scaramouche, para ser exato 37 dias. Sim, andei contando dês de que conheci a pessoa mais perfeita desse mundo.

Scaramouche fez vários amigos, mas não fico com ciúmes. Passamos o dia juntos, e tudo parece mais animado em meu coração.

Quero estar com ele em todos os momentos da minha vida.

Atualmente estou no ateliê, tendo que aturar uma aula secante. A única obra de arte que eu quero ver, é o Scaramouche.

Scaramouche

Fiquei o dia a volta de amigos, é estranho e confesso que ainda não me acostumei, porém não é tão ruim quanto eu imaginava ser.

Minhas mães ficaram contentes com isso, e dizem ser uma mudança e tanto!

Devo agradecer Kazuha, por me dar a chance de ter um amigo de verdade, é alguém com quem me sinto confortável. Mas as vezes me sinto... Diferente... Quando ficamos sozinhos eu me sinto-... Hm... Esqueça.

[Quebra de tempo]

Fiquei esperando as aulas de artes do Kazuha acabarem, já estava um pouco tarde chovendo.

Acabei adormecendo sentado ao lado da porta do ateliê.

Quando dei por mim, estava sendo carregado por alguém.

    – Hm~... S-só mais cinco minutos-...–

Ouvi uma leve risada e uma voz bem familiar.

    – Relaxa, você é leve como uma pena.–

A voz de Kazuha me fez acordar completamente, quase que de imediato.

    – Q-Que?!... O que você tá fazendo?!! Me coloca no chão!–

Ele riu novamente, senti meu rosto esquentar e minhas bochechas ficaram completamente vermelhas.

    – Já disse para relaxar! Vou te levar para casa então trate de continuar descansando. Eu te avisei que não precisava ficar me esperando.–

   – M-Mesmo assim! Não é motivo para me tratar como uma criança mal comportada!–

    – E não é isso que você é?~–

Senti o tom levemente arrogante nas palavras de Kazuha.

Fiquei quieto por um momento, desviei o olhar e juntei completamente as pernas, facilitando para Kazuha me carregar.

   – E se alguém nos ver? É constrangedor!–

Kazuha sorriu ao ouvir minhas palavras e perceber o rubor que florecia nas minhas bochechas.

    – A escola fica quase vazia a esse horário. Feche os olhos, e durma.–

Eu fecho os olhos lentamente, contrariando minhas ações em meus pensamentos.

Com o balançar leve que senti, aquela sensação de estar seguro me fez cair no sono novamente.

Quando acordei já estava em casa, olho em volta e vejo minha mãe, escorada na porta e me olhando com uma cara de deboche.

    – ... Qual é a dessa cara?–

Perguntei, um pouco irritado. Ela riu.

    –  Tá gostando de ter amigos?~ Eu me lembro de quando você ficava o dia dizendo que não precisa de 'amigos'. Nem precisou andar para vir para casa, é melhor agradecer aquele seu amigo amanhã, a maioria dariam uns tapas na sua cara para te acordar.–

Revirei os olhos, vi o horário e ainda era um pouco tarde. Me virei na cama e tentei voltar a dormir.

Sem sucesso, comecei a pensar... Realmente, eu deveria agradecer Kazuha.

Ele é sempre muito gentil e amigável comigo, quase como se me conhecesse dês de que eu era uma criança.

Quando penso nele sinto uma sensação de saudade, que se destaca e é de facto eminente-... N-Não espera aí... N-No que é que eu estou pensando?!... Me viro na cama, incomodado comigo mesmo. Caí no sono logo em seguida.

É... Pelo visto parece que eu tentei fugir dos meus sentimentos.

Eu pensava estar confuso por culpa das mudanças de rotina e na minha vida em geral, lembro de minha mãe comentar que seria o começo de uma nova vida quando contei-lhe que fiz amigos na escola.

--Continua--

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