"Entramos no castelo e seguimos os alunos por corredores sinuosos e iluminados parcialmente por velas, sei que estamos indo para o salão principal, para a Cerimônia de Seleção. Lembro do meu irmão, em casa, falando sobre esse momento.
- ... E agora...
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Depois de ter meus pontos concedidos pelo Guarda-Caça de manhã bem cedo, dou uma volta no pátio e acabo encontrando Penny.
— Tem alguma coisa errada? Você não parece bem — pergunto, sentando-me ao seu lado na fonte.
— Não é nada, Nyx. Eu só... Tive um pesadelo horrível ontem à noite.
— Que tipo de pesadelo?
— Foi com o personagem da história do Hagrid, o Johny Abóbora!
— É mesmo? — pergunto, cética. — Você quer contar o que aconteceu? Pode te ajudar a se sentir melhor.
— Tá bom, mas não me culpe se você ficar assustada — ela suspira. — No sonho, eu estava andando pelos corredores do castelo... Era como se eles não terminassem nunca! — ela esboça um semblante frustrado. — E o tempo todo eu sentia como se tivesse alguma coisa, ou alguém, atrás de mim, me seguindo... Mas sempre que eu me virava, não tinha ninguém — sua expressão muda, está assustada como ontem, no jardim do Hagrid. — Foi então que eu ouvi... Uma respiração, fora do meu campo de visão. Eu me virei novamente e vi ele. O Johny Abóbora.
Eu pisco. Penny parece realmente apavorada.
— Ele ergueu a varinha e me acertou com uma Azaração Cabeça-de-Abóbora. Mas não era uma azaração normal, essa era permanente! — ela põe as mãos no rosto, aperta a bochechas até elas ficarem vermelhas. — Eu fiquei presa numa cabeça de abóbora pra sempre! E aí acordei.
— Sinto muito, Penny — é tudo que digo. Não sei ao certo como confortá-la, pensei que ninguém havia dado muita importância à história do Guarda-Caça, mas pelo visto, me enganei.
— Foi só um sonho, né? — ela dá uma risadinha envergonhada. — Ele não pode ser real...
— É claro que não. Ele é só um personagem de uma história.
— Espero que seja isso, Nyx — Penny balança os pés, suas sapatilhas raspando nas pedras. — Não tenho mais tanta certeza...
— Eu ouvi direito? — reviro os olhos antes que ela apareça no meu ponto de vista. — Você teve um sonho ruim, Haywood?
— Para, Snyde — olho dela para Ismelda. — Agora não é hora pra isso.
— Não acredito nisso — ela me ignora, encarando Penny. — Vocês não conseguem lidar com uma historinha de terror!
— É melhor você tomar cuidado, Mérula. Se o Johny Abóbora for real, ele virá atrás de você também!
— Deixa ele vir. Não tenho medo de um garoto com cabeça de abóbora.
— Snyde, faça um favor pra todo mundo e vá embora daqui!
Ela e Ismelda nos deixam, tirando sarro do medo de Penny.
