Joaquín Piquerez.

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Eu estava terminando de organizar o quarto quando ouvi a porta da sala bater violentamente, Piquerez havia chegado. Hoje havia sido jogo entre palmeiras e corinthians e o palmeiras havia perdido, pra ele esse jogo era bem mais que apenas um jogo de futebol, era jogo de provocação.

— Amor? – o chamo enquanto desço as escadas e o vejo sentado no sofá com a cabeça apoiada em suas mãos. Suspirei e me sentei ao seu lado – Você jogou bem hoje, como sempre – sorri e levei as mãos ao cabelo dele e ele se esquivou do meu toque. — Piquerez?
— O que você quer? – Sua voz soava baixa de tanta raiva e seu sotaque era bem mais presente agora.
— O meu namorado – digo calma e ele me olha, juro que pude sentir a raiva dele cair toda em cima de mim – Quero... quero cuidar do meu homem. – Ele ainda me encarava calado, seus labios formavam uma linha e eu podia jurar que ele estava tentando se controlar – Olha eu sei que é chato... – Ele me interrompe
— O que você sabe? Você não sabe de nada, você não sabe como é entrar naquele campo e nem a responsabilidade que eu carrego. – Ele griou e se levantou do sofá e eu o olhei incrédula. Acho que se eu não tivesse passado tanto tempo na terapia pra saber que esse tipo de situação não vale a pena eu teria jogado tudo por água a baixo.
— Olha amor eu sei que você ta triste mas não precisa falar assim. – Digo tentando me manter calma e ele ri debochado e eu reviro os olhos. – Da um tempo uruguaio.
— Da um tempo você garota – eu o olho incrédula enquanto ele se aproxima – me deixa em paz, sai de perto de mim, vai continuar fazendo suas coisas e me deixa em paz. Você não sabe como eu to me sentindo agora e nem sabe como é a sensação – Ele cospe as palavras com raiva – Você não sabe de nada.

Acho que já cheguei num ponto que pouca coisa me faz chorar e essa situação se encaixa em uma delas. Piquerez é o homem mais doce que eu ja conheci mas nesse momento eu quase não tenho certeza se é o mesmo homem.

— Entendi, eu não sei de nada. – Seco as lagrimas que começaram a cair e faço um sinal de joinha com os dois polegares pra ele. — Se fode ai então, otario.

Saio da sala antes que de tempo dele falar algo e pego minha bolsa, não há a menor possibilidade de eu dormir aqui hoje. Pego a chave do meu carro e vou em direção a garagem.

— A onde você vai? – Sua voz parecia mais calma e até seus ombros pareciam relaxados, claro que estariam, ele descontou a raiva dele em mim.
— Não sei né, você disse que eu não sei de nada então eu não sei pra onde eu vou. – calço meu sapato que estava ao lado da porta e começo a destrancar ela.
— Cariño vamos conversar, me desculpa. – Ele disse cabisbaixo e eu me virei pra ele ainda segurando a maçaneta
— Me desculpa é o caralho Joaquín, se você ta puto com alguém ou alguma coisa você resolve essa porra lá fora, não vem jogar essa porra mas minhas costas não – Agora era eu quem cuspia as palavras com raiva e ele apenas me olhava – Perdeu a porra do jogo? Tranquilo caralho, essa porra acontece, mas não vem socar tudo no meu rabo sendo que eu assisti o jogo inteiro e nem pro palmeiras eu torço.
— Eu tava com raiva – ele começa e eu o interrompo
— E não ta mais porque descontou ela toda em mim, né? Que lindo isso, querido. – Sorrio ironica
— Eu entendo seus motivos. Eu fui um idiota com você. – Ele diz e eu apenas o observo – Não devo te tratar assim, eu te amo. – Ele suspira – Você sabe que esses jogos sempre me deixam nervoso, não quero me esconder atrás dessa justificativa porque não há motivos pra eu ter te tratado daquela forma. – Ele disse e eu pude sentir a sinceridade em suas palavras
— Não faz isso nunca mais – o repreendo – Eu sei que é um jogo complicado pra você por causa das provocações e tudo mais, mas eu não tenho nada haver com isso Piquerez, se você ta com raiva conversa comigo e não desconta em mim, já conversamos sobre isso antes e você sabe muito bem que eu não tolero essas coisas. – Digo seria e solto a maçaneta – Eu quero te ajudar porra, você é o homem que eu mais amo no mundo e aí você vem e me trata assim? Porra Piquerez, isso me machuca demais.

Ele me olha e vejo lágrimas descerem por seu rosto.

— Me desculpa. – Ele se joga de joelhos no chão e abraça minha cintura. – Por favor me desculpa, eu fui muito idiota, muito mesmo, a raiva tomou conta de mim e eu descontei tudo em você e você nem tem culpa de nada – Ele disse soluçando de chorar e o sentimento de tristeza me dominou por completo – Por favor me perdoa.
— Não faz isso de novo piquerez, conversa comigo – digo acariciando os cabelos dele – A gente tem que resolver no diálogo. Nós somos um casal, a gente se ajuda, a gente não joga nossos problemas um em cima do outro e nem canaliza um no outro a nossa raiva – Ele concorda com a cabeça e eu o puxo pra que ele se levante – Olha amor, tá tudo bem. – Digo e ele me olha com seus olhos doces de sempre.
— Serio cariño? – Ele pergunta e eu confirmo com a cabeça – Pensei que ia terminar comigo. – Ele diz abaixando a cabeça.
— Se a gente fugir de um relacionamento sempre que houver uma briga, nada irá durar. – Digo e o abraço, ele incrivelmente fazia meus 1,75 parecerem 1,60.
— Eu juro que nunca mais farei isso, me desculpa. – ele diz apertando minha cintura.

Tudo estava bem por aqui.

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Pedido da: @_leitora123_
Espero que gostem!

Bjos lendas!

ɪᴍᴀɢɪɴᴇs - JᴏɢᴀᴅᴏʀᴇsOnde histórias criam vida. Descubra agora