Like a beautiful flower... - Genmui

Capítulo 1 - Hashira da Névoa

{Pov's Genya Shinazugawa}

Finalmente estava em minha casa, aquela missão foi realmente complicada, o ferimento em minha barriga é bem fundo, mas Shinobu já cuidou disso. As vezes penso que poderia ter morrido naquela batalha. Olho para o céu e vejo a lua, ela estava linda, aquela noite estava bem agradável. A brisa do vento era fresca e entra pela janela. Porém aquela calmaria dura pouco, batidas na porta retiram a minha atenção e me trazem de volta á realidade, caminho até a porta principal da casa e a abro.

- Posso ajudar em algo mestre Gyomei? - ainda era complicado andar ou ficar em pé, o incômodo dos pontos em meu abdômen atrapalhava um pouco, mas agora falando de Gyomei, sua expressão parece bem séria.

- Sim, Genya, entregue isso na casa de Muichiro Tokito por favor. - tinha que ser logo para o Tokito? Praticamente o único Hashira que eu não me dou bem. Gyomei estava segurando uma cesta com uns remédios e alguns lanches.

- Tem que ser eu? É que eu sou o único que não consegue manter uma conversa estável com o Tokito sem cair na porrada. - um sorriso simpático surge nos lábios de Himejima, eu falei algo engraçado?

- Eu sei, por isso estou pedindo que você entregue á ele, quero que ao menos façam as pazes e tenham uma boa convivência. - mesmo com receio eu pego a cesta, não posso negar um pedido de meu mestre.

- Mestre, mais uma pergunta, por quê ele precisa desses remédios? E principalmente essa hora da noite. - por quê eu parecia preocupado? Eu nem ligo para o Tokito, ele é só mais um Hashira.

- Tokito ainda não se recuperou totalmente da sua missão anterior, seu corvo mandou uma carta para a mansão borboleta dizendo que o Tokito precisava de remédios. - me sinto um pouco um mal agora, é melhor levar isso o quanto antes então

- Entendi, então levarei agora. - me despeço de Gyomei e fecho a casa.

Caminho até a casa de Tokito, o vento gelava meus braços e parecia que estava começando a chover, cheguei na residência, mas parecia que não havia ninguém acordado. Bato na porta e nada, bato mais uma vez, nada, a chuva começa a aumentar.

- Tokito, é o Genya Shinagawa, abre aqui. - vem logo Tokito, aqui tá frio pra' caralho.

- Oh Tokito, se você não abrir eu vou arrombar, aqui tá frio sabia? - minha paciência já não é muita muito e esse anão cabeludo ainda abusa.

Vejo a porta abrir e uma figura surge de trás dela, sinto meu coração errar uma batida, minhas pernas bambearam um pouco. Tokito estava com uma mantinha enrolada em seu corpo, seu cabelo desarrumado e seus olhos um pouco inchados, eu achei aquilo tão.........fofo.. Espera, o que você está pensando Genya?! Você não vai com a cara dele!

- O que você faz na minha casa? - sua voz estava arrastada e meio rouca, acho que acabei acordando ele

- Eu vim trazer os seus remédios. - ergo a cesta em sua direção, ele olha para a mesma e dá espaço para mim entrar

- Ah, não, obrigado, eu só vim lhe entregar e depois vou voltar para casa.

- Entra. 

- Não é necessário. -  a chuva aumentava cada vez mais, minhas roupas estão ficando molhadas

- Você irá se molhar muito até chegar na sua casa, fique aqui e quando a chuva parar você vai. - antes mesmo que eu pudesse responder ele me puxa para dentro de sua casa.

- Agradeço a sua preocupação, mas quem não está bem aqui é você. - coloco a cesta em cima da mesa e dou alguns passos até Tokito.

Elevo minha mão até sua testa e coloco a mesma no local, ele está com febre, tiro minha mão e pego um remédio que havia na cesta, seguro o pulso de Tokito e coloco os comprimidos em sua mão.

- Toma. - o garoto de cabelos longos inclina sua cabeça para o lado.

- Por quê? Pra que é esses comprimidos? - seus olhos estavam caídos, seu corpo deve estar cansado.

- Você está com febre, tome os comprimidos e depois vá deitar. - um olhar repreensivo é colocado sobre mim.

- Não me dê ordens, eu sou um Hashira. - um arrepio percorre minha espinha com o olhar dele sobre mim, parecia que ele olhava dentro da minha alma.

- Estou cuidando de você, Tokito, por favor, tome seu remédio e descanse. - tento formular as palavras para saírem mais 'gentis'.

- Por quê? - esse garoto está me tirando do sério.

- Porque eu quero, agora toma. - que parte do 'toma seu remédio' ele não entendeu?

- Eu preciso de água. - suspiro pesado, vou até a cozinha, já sabia de có pois todas as casas eram praticamente idênticas, menos a mansão borboleta, pego um copo e o encho com água, caminho de volta até Tokito.

- Pronto, sua água, agora toma. - entrego o copo ao Hashira e o mesmo toma seus comprimidos e ingere sua água.

- Agora deite-se. - pego a cesta e a coloco na cozinha.

- Vou arrumar um futon para você. - Tokito caminha até o que parecia ser seu quarto, caminho até o mesmo ambiente e me deparo com um quarto com quase nada decorativo.

- Você realmente está doente. - ajudo-o a arrumar o meu futon, assim que terminamos nos deitamos.

Meu futon estava a uns 10 metros do de Tokito, mas mesmo assim, consigo ver que o pequeno Hashira não conseguia dormir. Horas se passam e só consigo ouvir o barulho da chuva caindo e do Tokito se revirando em seu futon. Me sento em meu futon e encaro Tokito.

- O que você quer? - sua voz estava arrastada, será que eu devo dar outro remédio?

- Por quê você está se remexendo tanto? - fixo meu olhar sobre o Hashira.

Nunca havia notado como seus cabelos eram bonitos e como sua feição era calma, ele parecia tão sereno; seu olhar, agora iluminado apenas pela luz da lua, parecia tão vivo e ao mesmo tempo morto, era realmente lindo como aqueles olhos verde-água conseguiam ser belos.

- Não é dá sua conta. - seus olhos se fecham, ele realmente acha que eu sou idiota?

- É sim, fala logo. - parece que a chuva está aumentando.

- Estou com frio, aqui está gelado. - agora percebo que seu corpo está encolhido, será que há mais algum cobertor para dar para ele?

Passo meu olhar pelo quarto, não localizo nada, suspiro ao pensar em algo que posso fazer para deixa-lo mais quente, sinto meu rosto aquecer. Me aproximo de Tokito, junto com a coberta do meu futon.

- Tokito, o que eu vou fazer agora pode ser bem estranho, desculpe-me se se sentir desconfortável. - levanto suas cobertas e me deito embaixo delas junto á Tokito, coloco minha coberta sobre as do Hashira.

Agora vem a parte mais vergonhosa, abraço a cintura de Tokito e colo seu corpo no meu, mas o que mais me assustava é que ele não se movia, apenas me observava, quieto.

- Genya, você sabe que eu tenho um problema em me lembrar das coisas não é? - sua voz saiu como um sussurro, meu Deus que vergonha tê-lo tão perto de mim.

- Sim, mas o que isso tem a ver? - minha confusão é clara.

- Talvez eu não me lembre dessa noite, ou desse dia, então, obrigado. - sua voz foi afinando e diminuindo conforme as palavras saíam de sua boca, sinto um peso em meu peito.

- Não foi nada, boa noite Tokito. - fecho meus olhos lentamente, não sei por quê, mas eu não queria que essa noite acabasse.