12

397 30 11
                                    

LYA QUILLAN

Queria dizer que não correspondi ao beijo, que empurrei Icarus e fugi dele. Mas, no momento em que seus lábios macios tocaram os meus, perdi toda a noção de tempo e espaço.

Correspondi ao beijo no mesmo instante. O beijo de Icarus não era suave nem romântico; era exigente, apaixonado e possessivo.

Ele me beija como se quisesse me devorar, e é absolutamente delicioso. Cada toque é como um fogo que arde dentro de mim, aquecendo cada parte do meu ser.

Ele segura meu rosto entre suas mãos, aprofundando o beijo. Nossas bocas se movem em sincronia, enquanto a língua dele me provoca com uma intensidade que me deixa tonta.

Nossas respirações se aceleram, sinto que posso desmaiar a qualquer momento com a paixão desenfreada desse beijo. Me derreto em seus braços, como se todas as minhas defesas estivessem derretendo sob o calor dele.

Nunca pensei que alguém pudesse me fazer sentir assim. Todo o meu corpo está eletrificado, o sangue corre rapidamente pelas veias, pulsando como um tambor em meu coração acelerado.

Icarus pressiona meu corpo contra o dele, roubando-me um pequeno gemido que fica preso em sua boca. A conexão entre nós é palpável, como se o mundo ao nosso redor tivesse desaparecido.

Seus lábios se movem agressivamente, a língua invade minha boca de forma sutil, enviando arrepios de prazer por todo meu corpo. É uma dança primal, cheia de desejo e urgência.

Icarus me levanta com facilidade, e eu imediatamente o envolvo com minhas pernas. Um suspiro ofegante escapa dos meus lábios quando sinto o quão duro ele está. A intensidade do momento é quase avassaladora; ele não para de me beijar um segundo sequer enquanto me carrega até a cama.

Lentamente, ele me deita e sobe em cima de mim. Passo as mãos por seu peito e pelo abdômen, sentindo cada músculo tenso sob minha pele. Nossa! Ele é irresistivelmente sexy.

A proximidade é elétrica; somos separados apenas pela maldita falta de ar. Coloco a mão em seu abdômen, recusando mais alguma interação por um momento, tentando processar tudo isso.

── Tudo bem ─ diz ele, sua voz baixa e cheia de promessas enquanto nossos olhares se encontram.

Me viro para olhar pela janela quando sinto suas mãos sobre minha cintura, me puxando para perto. Um frio na barriga percorre meu corpo, e um sorriso involuntário surge nos meus lábios.

Acho que toda garota sonha em viver um romance. Muitas leem sobre isso, mas poucas conhecem a maravilhosa sensação de se sentir segura nos braços do homem que ama. Icarus me conhece desde o jardim de infância, quando éramos pequenos demais para saber que um dia sentiríamos algo um pelo outro.

Na pré-adolescência, já percebia uma faísca entre nós, mas é agora que seu verdadeiro sentimento está florescendo.

── Boa noite, pirralha.─ ele sussurra, beijando minha bochecha com uma intensidade que ecoa nossa relação.

Sinto meus olhos se fecharem lentamente, e assim se vai mais um dia.

(...)

Outro dia.

Acordo olhando para o lado da cama e percebo que Icarus não está lá. Um nó se forma no meu estômago.

Quão babaca pode ser um homem?

Levanto-me e vou direto tomar meu banho. Escolho o de sempre: um short curto de moletom e um cropped preto que me faz sentir confiante.

Desço as escadas e chego à sala de jantar.

Draven?

Pulo no colo dele, que me espera em pé na porta com um ursinho na mão. Ele me ergue no colo e me gira, enquanto eu envolvo minhas pernas ao redor de seu quadril e enterrando meu rosto em seu pescoço.

Seu cheiro ainda é o mesmo, familiar e reconfortante. Passo alguns segundos naquela posição; não quero descer. Aqui é seguro.

Ele passa a mão pelos meus cabelos soltos.

── Ah, que saudade, Hermano... ─ digo, dando vários beijinhos em seu rosto.

── Hermanita ─ ele responde com um sorriso carinhoso, enquanto me entrega o urso.

Nesse momento, sinto o olhar de Icarus por trás do meu irmão. Não quero encará-lo hoje; meu coração ainda está confuso.

── Já posso ir embora para casa, Hermanito? ─ pergunto, tentando escapar da tensão no ar.

── Temos que conversar ─ diz Draven, a preocupação em sua voz me faz hesitar. O que aconteceu?

Ele me puxa até a mesa onde meu prato já está servido.

── Come, precisamos ir ─ ele insiste.

Obedeço sem protestar, devorando minha comida rapidamente antes de seguir Draven até o meu quarto, onde Icarus também entra.

(...)

── Que bom que chegou ─ Draven diz com um brilho nos olhos. ─ Bom, Lya, vamos embora para a Flórida.

Arregalo os olhos como se aquilo fosse impossível.

Como assim? Vamos embora?



THE OBSESSION¹⁸ (Está Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora