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LYA QUILLAN

Icarus passa suas mãos pela minha cintura, puxando-me para cima dele. Meu corpo parece ter sua própria vontade agora, obedecendo apenas aos meus pensamentos enquanto me acomodo em seu colo, de frente para ele. O olhar dele muda, carregado de uma intensidade que me faz arrepiar.

— Eu preciso de você — ele diz, sua voz baixa e rouca.

Sinto suas mãos firmes em minha cintura, e seu calor se mistura ao meu. A proximidade é eletrizante; já trocamos beijos antes, mas isso é diferente. A tensão no ar é palpável, como se estivéssemos prestes a cruzar uma linha que não tem volta.

Enquanto ele me segura contra seu corpo quente, sinto seu volume pressionando-se contra mim através da calça. Um misto de desejo e hesitação toma conta de mim. Ele começa a descer beijos pelo meu pescoço, fazendo cada fio de cabelo se arrepiar sob seu toque. Seus dedos se cravam em meus cabelos soltos enquanto seus lábios descem mais até encontrarem meus seios.

Um impulso me faz afastar o corpo dele; não quero isso agora.

— Não quer? — pergunta ele, a surpresa em sua voz quase palpável.

Digo que não e me retiro de seu colo, mas ele não desiste tão fácil. Levanta-se e vem atrás de mim enquanto eu me deslizo para outro banco entre os vários sofás da sala.

— Tudo bem — ele fala, mas o tom da sua voz carrega uma nota de frustração contida.

— Não me sinto pronta para isso — admito, lembrando dos beijos ardentes que trocamos antes. Nunca pensei que estar tão perto dele poderia ser tão avassalador.

Ele se senta ao meu lado, olhando para frente com um olhar paralisado que parece perdido em pensamentos obscuros. O clima entre nós é denso e palpável.

Sento-me em seu colo novamente, e seus olhos se arregalam como se fossem saltar do rosto dele ao sentir meu peso sobre ele. A ereção dele é inegável contra o pano jeans que está usando.

Com coragem crescente, beijo seu pescoço novamente, provocando grunhidos baixos que escapam dos lábios dele — sons que me excitam ainda mais.

Ele prende suas mãos na minha cintura, fazendo um arrepio percorrer minha espinha enquanto continuo a explorar seu pescoço com beijos suaves.

Agora é minha vez de brincar com esse lindo sedutor.

Começo a rebolar no colo dele, sentindo sua ereção pulsar contra mim. Seus olhos estão fechados, e posso ver suas mãos movimentando minha cintura com uma urgência crescente.

— Você me quer, Icarus? — sussurro em seu ouvido, minha voz carregada de provocação.

A resposta demora a vir, mas quando chega é como música.

— Quero. Eu te quero, pirralha pervertida — ele responde com um tom baixo e sedutor que faz meu coração disparar.

As palavras dele são como um convite inegável para um jogo perigoso entre nós dois.

Levanto-me do seu colo com a chave que estava em seu bolso.

── O karma é um filho da puta! ─ digo, enquanto me retiro da sala, deixando-o com uma ereção tão enorme quanto o monte Everest.

── Filha da puta! ─ grita ele.

(...)

Depois de expulsar Icarus da sala de filmes, só sei que minha vida vai piorar aqui. Minha paz agora acabou. Se ele consegue invadir meu quarto mesmo trancado, imagina como tudo vai ficar agora.

Fudeu.

São exatamente 23:00 e todos já estão dormindo. Não quero dormir sozinha; sinto falta do calor humano do meu hermanito.

Dou uma olhada para a varanda e levo um susto ao ver Icarus lá fora.

Os vidros estão trancados e provavelmente ele não conseguirá entrar por ali. Como ele conseguiu pular de uma varanda para outra? A altura é enorme e ele com certeza morreria se caísse dali.

Suas mãos batem nos vidros e ele faz mímica com as mãos pedindo para entrar.

Abro a janela, dando passagem para ele.

── O que queres? ─ pergunto, desconfiada.

── Vou dormir aqui ─ diz ele, se jogando na cama.

── Não vai não! ─ respondo, fechando a janela. ─ Faça o favor de ir para o seu quarto.

── Não.

Aceito sua resposta; não vai ser ruim tê-lo por perto. Não estou me sentindo tão segura quanto gostaria.

── Draven volta amanhã ─ comento, animada.

── Sério? ─ pergunto, dando pulinhos pelo quarto.

── Deita, vamos dormir.

Obedeço sua ordem pela primeira vez. Deito no meu lado da cama e, em seguida, ele se deita no outro lado.

Todas as luzes estão desligadas e o quarto é iluminado apenas pelo LED do teto na cor roxa.

── Posso te contar uma coisa? ─ pergunto a ele, que está deitado de costas para mim.

── Pode.

── Tenho medo do escuro ─ digo, a voz trêmula. ─ ─ Todas as noites, revivo o que aconteceu há um mês atrás.

Ele se vira para mim, os olhos cheios de preocupação.

── Você sabe que está segura, né? ─ pergunta ele, com um tom suave.

── Sim, mas... ─ sou interrompida por ele.

── Não vou deixar que isso aconteça de novo. Prometo.

── Promete? ─ pergunto, a esperança misturada com um medo palpável.

Vejo-o balançar a cabeça afirmativamente e, em seguida, tenta me arrancar um selinho.

Mas falhou novamente.

Me viro para ele, sentindo meu coração acelerar.

── Quero te beijar ─ deixo as palavras escaparem da minha boca, como um sussurro carregado de desejo.

── Então me beija ─ ele responde, desafiador.

Levanto-me da cama, a ansiedade invadindo cada fibra do meu ser enquanto ando em círculos, como se estivesse presa em uma tempestade interna.

Ele se levanta também e me puxa pela cintura, seu olhar intenso queimando nos meus.

Seus lábios macios pressionam os meus. E ali, no meu quarto iluminado apenas pela luz roxa do LED, Icarus Zephyr me beija.








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