Amor & Redenção

Capítulo 1 _ Tragédia aérea

Capitulo 1

No meio do caos, entre gritos e choros de pessoas desesperadas, estava Helena, desnorteada, e Israel, tentando entender toda a situação que acontecia ao redor. Mais uma manhã difícil; azar em sua vida já era algo com o qual estava acostumada, mas agora a possibilidade de morrer era demais.

- Abaixem! - um dos homens mascarados gritava enquanto girava, apontando a arma para todos. A intenção era clara: roubar os pertences dos passageiros do avião. "Que ousadia, um roubo aéreo," pensou Helena.

- J P, anda depressa com isso! - ordenou Israel baixinho.

- Tô tentando, mas ainda não achei - respondeu JP, sua voz ecoando através dos fones de ouvido.

Helena deduziu que eles estavam procurando por algo específico. De acordo com a informações, no avião havia apenas mulheres e crianças, a maioria parentes dos jogadores da seleção dos EUA. Entre os passageiros, estavam também algumas mulheres que trabalhavam na  Casa Branca, que tinham vindo assistir aos amistosos para a Copa do Mundo. "O que será que eles estão procurando?", ela se perguntou. Era de se imaginar que todas ali carregassem pertences valiosos, encontrar algo de valor realmente em meio a tudo aquilo seria fácil. Então porque tudo aquilo?

O som ensurdecedor das turbinas do avião era abafado pelo nervosismo que pairava no ar.

- Ninguém se mexe! - ele gritou novamente, sua voz reverberando pela cabine. - Este avião está sob nosso controle!

O pânico já havia se espalhado entre os passageiros, com murmúrios ansiosos e gritos abafados enchendo o ambiente. Helena e Israel trocaram um olhar rápido e decidido. Era o momento de agir, mas precisavam ser estratégicos para não colocar a vida dos inocentes em risco.

Uma mulher segurava sua filha pequena com força, tentando protegê-la, enquanto lágrimas escorriam pelo rosto da criança. Outra mulher, ao lado, rezava em voz alta, suas palavras um mantra em busca de proteção divina. As comissárias de bordo estavam sentadas nas primeiras poltronas, com uma arma apontada para elas, e com as mão amarradas. Nem sequer tentavam acalmar os passageiros, cientes do risco iminente.

- Mantenha a calma, - Helena murmurou para Israel, enquanto sua mão deslizava discretamente para a arma escondida sob o casaco.

Os bandidos começaram a se mover pelo corredor, verificando cada passageiro. O líder, com um sorriso cruel nos lábios, aproximou-se de Helena e Israel, seus olhos percorrendo-as com suspeita.

- Levantem, - ele ordenou, sua voz fria e autoritária. - Vamos, sem gracinhas.

Helena se levantou lentamente, com as mãos erguidas em sinal de rendição aparente. Israel fez o mesmo, seu coração batendo rápido, mas mantendo o rosto impassível.

O líder dos bandidos riu, uma risada áspera e sarcástica enquanto olhava para Helena.

- Se não fosse por você, o plano teria sido perfeito, mas por que você tinha que estar aqui? - Ele completou. - Agora, sentem-se lá na frente e fiquem quietos.

Helena ficou confusa. Será que ele a conhecia? Se sim, ele saberia que ela era da Polícia Nacional. Uma gota de suor escorreu pela testa dela. Helena engoliu em seco quando viu o líder engatilhar a arma.

- Não faça isso, Rames! - um dos bandidos o alertou.

- Você ainda vai me pagar por isso, Helena, - ele pronunciou o nome dela calmamente. - Agora anda.

Conforme Helena e Israel caminhavam lentamente pelo corredor, seus olhos se encontraram brevemente. Em um movimento quase imperceptível, Israel fez um leve sinal com a cabeça, indicando que estava pronto. Helena assentiu ligeiramente, sentindo a adrenalina correr por suas veias.