Capítulo 3

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TRAVIS KELCE POINT OF VIEW

- Annie! - chamo minha filha, que está sentada na mesa da sala de jantar, desenhando concentradamente em uma folha de papel - Vem aqui, Ann, sua avó quer falar com você.

Assim que digo as últimas palavras, Annie surge em questão de segundos na minha frente, com um sorriso de orelha a orelha, e pula no meu colo, me fazendo encostar as costas na poltrona. Ela já está de pijamas, pronta para dormir, mas eu a deixei desenhar um pouco enquanto esperávamos a ligação de minha mãe. Ela não aceita de forma alguma que ligue de vídeo e não fale com a neta.

- Oi, minha querida. - Donna Kelce diz, olhando para Annie através da câmera do celular - Como você está?

Como esperado, a conversa se estende por minutos, e quando menos espero estou perdido em pensamentos, passando as mãos pelos cabelos longos de Ann até que não percebo quando minha mãe pergunta algo para mim. Pisco algumas vezes antes de direcionar minha atenção para ela.

- Desculpe, não ouvi o que disse. - digo, passando as mãos pelos meus próprios cabelos e suspirando, antes de me virar para a minha filha - E você, mocinha? Já terminou de falar com a sua avó?

- Sim!

- Então, vai lá pro seu quarto que já chego. - Annie se despede com um boa noite! animado, e sai correndo casa afora, me deixando novamente sozinho com minha mãe - O que a senhora havia perguntado?

- Se você já se decidiu sobre o Natal. - ela fala, e sei que novamente vai insistir no assunto - Travis, eu sei que você prefere ficar em casa com a Annie... mas, por favor, é um feriado familiar, e tenho de que ela gostaria muito de passá-lo aqui em Kansas City, com os avós, os tios e as primas. Assim como você.

- Mãe, a Annie só tem seis anos. - digo, começando a me levantar da poltrona para ir até a cozinha - Tenho certeza de que ela não vai notar a diferença entre se encontrar com a família agora, no Natal, ou algumas semanas depois. E além do mais, já expliquei que vou estar ocupado.

Quando olho para a tela do celular, vejo minha mãe me encarando com um ar pesaroso. Ela já sabia que não valeria a pena insistir antes mesmo de entrar no assunto.

- Sim, explicou. É uma pena que esteja ocupado todos os anos. - fala, desviando o olhar da câmera para baixo por alguns segundos - Boa noite, meu filho.

Depois de terminar a chamada, ando até o quarto de Annie, esperando encontrá-la na cama, mas ela está sentada na sua pequena mesinha, aparentemente terminando o mesmo desenho que estava pintando na mesa.

- Filha, o que está fazendo aí? - pergunto, me aproximando dela - Era pra você estar na cama, Ann.

- Eu já vou papai, só mais um pouquinho. - ela fala, e começa a pintar rapidamente na folha de papel.

- E que desenho é esse aí, que é tão importante assim que não pode esperar nem até amanhã?

- É pra Taylor, acho que ela gosta de desenhos.

Respiro fundo quando a ouço falar, e sento em sua cama. Sei que Annie se sente um pouco sozinha vivendo aqui só comigo, mas eu teria que fazê-la entender que a moça do chalé não viveria lá pra sempre.

Meu Deus, ela só viu a mulher uma vez.

- Vamos lá Ann, vem aqui dormir.

Relutantemente, minha filha se levanta da cadeira e se deita na cama, eu a cubro com o edredom, volto a me sentar, e começo a ajeitá-la. Como faço quase todas as noites, começo a passar os dedos levemente pelos seus cabelos, e ela dorme em questão de poucos minutos, sua expressão se tornando serena assim que cai no sono completamente.

TAYLOR SWIFT POINT OF VIEW

A primeira coisa que me desperta são os raios de sol que entram pela fresta aparente da janela do quarto. Sei que está cedo, já que o sol não está forte, mas não sinto mais vontade de dormir.

Na verdade, me levanto da cama, visto uma roupa leve e decido sair para uma caminhada matinal, e quando voltar, poderia ver algo para comer.

Isso são férias, Taylor. Faça o que tiver vontade.

Quando saio pela porta, a brisa refrescante me atinge, e começo a andar pela trilha por entre as árvores. De repente, me vejo na direção que Travis havia apontado como sendo o caminho de sua casa, e paro um pouco antes de decidir continuar naquela direção.

Não sei bem se queria passar na frente de sua casa sem dar sequer um "oi", mas também estava com medo de ser cedo demais para fazer isso, de qualquer jeito. Mas eu estava morrendo de curiosidade para saber se ele realmente era casado ou não, já que pelo o pouco que Annie havia conseguido me falar ontem, ela não mora com a mãe.

Não faço ideia do que o "foi embora" quis dizer, e não sei o que é pior: se a mãe da menina a abandonou, ou se infelizmente morreu.

Alguns minutos depois, antes mesmo que me desse conta, me deparo com uma casa confortável abrindo espaço em meio às árvores. Não é estrondosamente grande, mas tem um tamanho considerável, assim como parece exalar conforto.

Apesar da minha crescente curiosidade, consigo me controlar, e estava prestes a dar meia volta quando escuto meu nome sendo pronunciado pela aquela voz que por algum motivo me faz arrepiar inteira.

- Taylor? - ele pergunta, e quando me viro, vejo Travis a não muitos passos de distância, segurando lenha nos braços fortes. Ele sorri calorosamente e ajeita a madeira nos braços, e tento não prestar atenção nos movimentos que seus músculos fazem - O que faz por aqui? Aconteceu alguma coisa? - de repente, sua expressão está preocupada.

- Ah, não. - digo, tranquilizando-o - Eu acordei e, bem, decidi fazer uma caminhada... Quando dei por mim, já estava no caminho que você havia mencionado ontem.

- Espere aqui. - ele diz, e entra em casa rapidamente, saindo logo depois.

Travis para na minha frente, limpa as mãos na calça, e me encara com aqueles malditos olhos.

- Olha, você pode ficar pro café da manhã. - ele fala, me pegando de surpresa - Tenho certeza que Annie vai adorar.

- Ela ainda está dormindo?

- Ah, sim. É uma dorminhoca, mas vou acordá-la logo. Você vêm, ou não? - ele fala, e me estende sua mão.

Como ele espera que eu rejeite desse jeito?

Não me vejo no poder de fazer nada mais que seja segurar sua mão calejada, prendendo o ar, e o olhar que ele me dá dessa vez, é diferente de qualquer um que tenha dado até agora.

Então, aquelas mesmas palavras de meus pensamentos de mais cedo reverberam em minha mente.

Faça o que tiver vontade.

~*~*~

Oi gente!

Espero que estejam gostando

Vou continuar atualizando quando puder, mas enquanto isso, deem uma olhada na outra fic Tayvis que eu publiquei (:

Se chama Safe & Sound







Just Like, Magic | TayvisOnde histórias criam vida. Descubra agora