- Sr. Jones, o que aconteceu? Procuramos pelo senhor por toda a parte. - Victor falou assim que Yohan voltou para o carro, mas ele não respondeu. Ele em os outros seguranças podiam ver que ele não estava nada bem. Simplesmente entrou no carro no lado do passageiro e Victor entendeu que tinha que levá-lo à casa.
...
A porta era batida com força. A pessoa por trás dela realmente queria entrar.
- Hey, calma! Já vou. - respondeu o dono do apartamento, correndo para a porta. Ao abri-lo depara-se com seu amigo Yohan, muito pálido e agitado.- Homem, o que se passa? Estás bêbado? - Lucas viu que seu amigo mal se aguentava de pé.
- Fala baixo, minha cabeça dói idiota. - respondeu enquanto era acudido por Lucas e colocado no sofá da sala.
- Onde andou homem?! O que estiveste a fazer?
- Já disse para ficar quieto Lucas. - desse Yohan colocando as mãos na cabeça.
- Claro, realmente esperas que eu fique quieto ao te ver assim, acabado? Hmm? E mais, você saiu cedo do trabalho, não avisou a ninguém e não levou os seguranças, por acaso se esqueceu de quem é? - Yohan apenas o olha encostado no sofá - Ou quer se matar como daquela vez? Hein? - Lucas suspirou depois de falar.
- Já acabou? - perguntou Yohan suspirando e Lucas fuzilou-o com os olhos enquanto pegava um copo com água e aspirina. - agora não posso sair um pouco para clarear os pensamentos?
- Você sabe que não se trata disso, eu realmente fiquei preocupado. Já se esqueceu do que aconteceu? - Yohan tomou o comprimido e a água e Lucas sentou-se em frente ao amigo.
- Não precisa me lembrar disso. Eu sei muito bem o que aconteceu.
- Não sabe nada, nem se lembra.
- Chega, okay! Não precisa me lembrar disso também.
- Okay, okay, já parei. Agora conta-me o que aconteceu? Porque é que estás aqui e não no teu 'santuário sagrado'? - Yohan revira os olhos com a referência à sua casa.
- Não é da sua conta.
- Yohan você é meu amigo e eu não tenho paciência para ser sentimental e te falar palavras carinhosas e de incentivo, então conta-me o que aconteceu.
- Lucas sendo Lucas. - Yohan sorri mesmo com dor. - tu conheces-me mesmo. - deu uma pausa e respirou fundo - Eu não ando bem. Nem sei como explicar porque eu mesmo não entendo.
- Agora deixaste-me mesmo preocupado, seja directo.
- Eu, eu sinto falta de... Eu tenho uma sensação estranha de, de que alguma coisa está em falta. E simplesmente não consigo entender o que é e, isso acaba comigo. - suspira pesadamente.
Lucas olha para o amigo confuso e desconfiado.
- Espera, tu não achas que isso tem haver com acidente, achas?
- Não sei, não sei.
- Porque é que não consideras uma ida ao psicólogo meu amigo?
- Não, eu já disse que não. Nada de psicólogo, eu estou óptimo.
- Não parece. - cospe Lucas.
- Nem sei o que vim fazer aqui. - murmurou.
- Hey, eu ouvi isso! O que mais aconteceu, sei que não é só isso, o que causou essa crise? - Yohan vira o rosto sem nenhuma vontade responder porém sabia que se não respondesse Lucas não o deixaria em paz.
- Sentia-me frustrado por isso decidi dar umas voltas.
- Completamente sozinho e sem segurança.
- Vais deixar-me terminar?
- Okay, pronto! Continua.
- Estava distraído quando deparei-me com uma praia, parecia familiar então decidi caminhar e então a vi. - Lucas olhou-o sem entender.
- Quem?
- Eu não sei. Não a conheço. Ela, ela me olhou como se le conhecesse, como se não acreditasse que eu estava na sua frente. E os olhos dela, eram... Ela me pareceu familiar também. E eu não entendo como. Eu nunca a vi, ela é uma estranha, sem contar que fugiu assim que me viu.
- Tu sabes o que eu penso sobre esse assunto, não sabes? - Yohan olhou-o sem paciência - então não preciso te dizer mais nada. Só toma cuidado com essa mulher.
...
No dia seguinte Yohan sentia-se melhor, foi trabalhar e não teve muita dor de cabeça. Porém, aquela mulher não abandonava seus pensamentos. Ela estava entrelaçada na sua mente e sempre que se distraia voltava àquele momento em que a viu. Aqueles olhos expressivos. Suspirou. Ultimamente vivia suspirando.
Não queria pensar na ideia de Lucas, aquilo era humilhante. Não, não cogitaria levar em conta o que o amigo tinha dito nem por um segundo.
O sol acabava de por-se quando ele chegou à praia. Novamente sem seguranças. Lucas faria um grande alarde por causa daquilo. Mas não conseguia mais viver sendo vigiado, precisava de privacidade. Principalmente naquele momento.
Sentou-se novamente na mesma pedra do dia anterior.
"Vamos testar se um raio não cai mesmo duas vezes no mesmo lugar." - pensou ele.
Depois de 20 minutos ali, decidiu abandonar sua pequena experiência. Aparentemente, o ditado estava certo.
"O que estou fazendo? Realmente estou a espera que essa mulher apareça? Para quê se nem a conheço? E porquê ela iria querer falar comigo?
Não estou fazendo sentido nem na minha própria mente." - respirou irritado.Levantou-se, iria embora dali. Estava agindo irracionalmente. Porém, assim que se virou viu-a. Era ela.
"Pois é, acho que um raio cai sim duas vezes no mesmo lugar."
VOCÊ ESTÁ LENDO
Amnésia
RomanceYohan sentia falta de algo em sua vida. Algo que não sabia explicar. Algo que não sabia o que era. Algo que ele sentia ter experimentado e gostado muito, tanto que não podia acabar com a sensação de perda de sentia. O que seria isso? Porquê se senti...