Capítulo 2

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- Sr. Jones, o que aconteceu? Procuramos pelo senhor por toda a parte. - Victor falou assim que Yohan voltou para o carro, mas ele não respondeu. Ele em os outros seguranças podiam ver que ele não estava nada bem. Simplesmente entrou no carro no lado do passageiro e Victor entendeu que tinha que levá-lo à casa.

...

A porta era batida com força. A pessoa por trás dela realmente queria entrar.
- Hey, calma! Já vou. - respondeu o dono do apartamento, correndo para a porta. Ao abri-lo depara-se com seu amigo Yohan, muito pálido e agitado.

- Homem, o que se passa? Estás bêbado? - Lucas viu que seu amigo mal se aguentava de pé.

- Fala baixo, minha cabeça dói idiota. - respondeu enquanto era acudido por Lucas e colocado no sofá da sala.

- Onde andou homem?! O que estiveste a fazer?

- Já disse para ficar quieto Lucas. - desse Yohan colocando as mãos na cabeça.

- Claro, realmente esperas que eu fique quieto ao te ver assim, acabado? Hmm? E mais, você saiu cedo do trabalho, não avisou a ninguém e não levou os seguranças, por acaso se esqueceu de quem é? - Yohan apenas o olha encostado no sofá - Ou quer se matar como daquela vez? Hein? - Lucas suspirou depois de falar.

- Já acabou? - perguntou Yohan suspirando e Lucas fuzilou-o com os olhos enquanto pegava um copo com água e aspirina. - agora não posso sair um pouco para clarear os pensamentos?

- Você sabe que não se trata disso, eu realmente fiquei preocupado. Já se esqueceu do que aconteceu? - Yohan tomou o comprimido e a água e Lucas sentou-se em frente ao amigo.

- Não precisa me lembrar disso. Eu sei muito bem o que aconteceu.

- Não sabe nada, nem se lembra.

- Chega, okay! Não precisa me lembrar disso também.

- Okay, okay, já parei. Agora conta-me o que aconteceu? Porque é que estás aqui e não no teu 'santuário sagrado'? - Yohan revira os olhos com a referência à sua casa.

- Não é da sua conta.

- Yohan você é meu amigo e eu não tenho paciência para ser sentimental e te falar palavras carinhosas e de incentivo, então conta-me o que aconteceu.

- Lucas sendo Lucas. - Yohan sorri mesmo com dor. - tu conheces-me mesmo. - deu uma pausa e respirou fundo -  Eu não ando bem. Nem sei como explicar porque eu mesmo não entendo.

- Agora deixaste-me mesmo preocupado, seja directo.

- Eu, eu sinto falta de... Eu tenho uma sensação estranha de, de que alguma coisa está em falta. E simplesmente não consigo entender o que é e, isso acaba comigo. - suspira pesadamente.

Lucas olha para o amigo confuso e desconfiado.

- Espera, tu não achas que isso tem haver com acidente, achas?

- Não sei, não sei.

- Porque é que não consideras uma ida ao psicólogo meu amigo?

- Não, eu já disse que não. Nada de psicólogo, eu estou óptimo.

- Não parece. - cospe Lucas.

- Nem sei o que vim fazer aqui. - murmurou.

- Hey, eu ouvi isso! O que mais aconteceu, sei que não é só isso, o que causou essa crise? - Yohan vira o rosto sem nenhuma vontade responder porém sabia que se não respondesse Lucas não o deixaria em paz.

- Sentia-me frustrado por isso decidi dar umas voltas.

- Completamente sozinho e sem segurança.

- Vais deixar-me terminar?

- Okay, pronto! Continua.

- Estava distraído quando deparei-me com uma praia, parecia familiar então decidi caminhar e então a vi. - Lucas olhou-o sem entender.

- Quem?

- Eu não sei. Não a conheço. Ela, ela me olhou como se le conhecesse, como se não acreditasse que eu estava na sua frente. E os olhos dela, eram... Ela me pareceu familiar também. E eu não entendo como. Eu nunca a vi, ela é uma estranha, sem contar que fugiu assim que me viu.

- Tu sabes o que eu penso sobre esse assunto, não sabes? - Yohan olhou-o sem paciência - então não preciso te dizer mais nada. Só toma cuidado com essa mulher.

...

No dia seguinte Yohan sentia-se melhor, foi trabalhar e não teve muita dor de cabeça. Porém, aquela mulher não abandonava seus pensamentos. Ela estava entrelaçada na sua mente e sempre que se distraia voltava àquele momento em que a viu. Aqueles olhos expressivos. Suspirou. Ultimamente vivia suspirando.

Não queria pensar na ideia de Lucas, aquilo era humilhante. Não, não cogitaria levar em conta o que o amigo tinha dito nem por um segundo.

O sol acabava de por-se quando ele chegou à praia. Novamente sem seguranças. Lucas faria um grande alarde por causa daquilo. Mas não conseguia mais viver sendo vigiado, precisava de privacidade. Principalmente naquele momento.

Sentou-se novamente na mesma pedra do dia anterior.

"Vamos testar se um raio não cai mesmo duas vezes no mesmo lugar." - pensou ele.

Depois de 20 minutos ali, decidiu abandonar sua pequena experiência. Aparentemente, o ditado estava certo.

"O que estou fazendo? Realmente estou a espera que essa mulher apareça? Para quê se nem a conheço? E porquê ela iria querer falar comigo?
Não estou fazendo sentido nem na minha própria mente." - respirou irritado.

Levantou-se, iria embora dali. Estava agindo irracionalmente. Porém, assim que se virou viu-a. Era ela.

"Pois é, acho que um raio cai sim duas vezes no mesmo lugar."

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