11. Herança

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HWANG YEJI

Estava no local combinado com a coreana cinco minutos mais cedo, não queria ver ela me atormentando por motivos bestas.

Chaeryeong não tinha ficado triste com essa decisão de última hora que eu tive, ela disse até que era uma ótima oportunidade para eu conversar com Ryujin e tentar descobrir o que havia entre nós.

Eu estava sentada na calçada, jogando um joguinho de celular.

Usava uma calça larga e um cropped mais solto que dava a visão de meu abdômen não tão sarado assim, par de botas no pé e meus cabelos soltos enrolados como o de costume. Eu não havia realmente me arrumado para aquilo.

Preferia ficar e beber com Chaery enquanto madrugávamos jogando algum jogo no nosso PS4? Sim. Mas eu não tinha o que fazer, era isso ou aguentar Ryujin na minha orelha por dias.

Depois do baile tudo voltaria ao normal, e nós nos encontraríamos apenas no clube de música, como sempre.

Vejo a morena andando em minha direção com dois capacetes nas mãos, ela ainda usava uma jaqueta de couro mas agora era vermelha, uma calça jeans apertada e tênis preto, os cabelos soltos bem arrumados e nenhuma maquiagem no rosto por que ela realmente não precisava disso.

—Você é pontual. —Me levantei e logo a garota me entregou um dos capacetes que carregava. —Espero que não tenha problemas com moto.

—Não tenho. —Digo e coloco meu celular no bolso de trás da calça, seguindo a garota.

Ryujin tinha uma moto que provavelmente não era tão barata. Ela brilhava mais que qualquer carro estacionado naquele lugar. Não tinham muitos por ser sexta-feira a noite.

Colocou o capacete e logo subiu na moto, ligando-a em seguida.

—Vai vir ou não? —Questionou guardando o suporte com os pés.

Sem muita cerimônia, subi na garupa. Coloquei o outro capacete que a garota havia me entregado e pensei por um instante que passaria frio por estar de manga curta e barriga exposta, mas não acho que o apartamento de Ryujin seria tão longe.

—Segure. —Passei meus braços pela cintura de Ryujin. —Com mais força, Yeji. Quer cair da moto?

Revirei os olhos e agarrei seu corpo, apoiando minha cabeça em seu ombro, entediada.

Não sei se era delírio ou não, mas por um instante senti o corpo de Shin se arrepiar por completo.

Então ela acelerou a moto e seguiu para fora do campus, nunca havia andado de moto antes, era uma sensação gostosa de libertação.

O vento em contato com a minha pele quando Ryujin acelerava era tão satisfatório. Quase não pegamos faróis fechados, isso foi incrível.

Quando me dei conta que já havíamos entrado dentro da garagem do prédio, ela já havia parado a moto por uns segundos e isso fez eu largar ela instantaneamente.

Olhei para ao redor quando tirei o capacete, só haviam carros de marca e todos limpíssimos, brilhavam igual a moto de Ryu.

Entreguei o capacete em suas mãos e ela os deixou do lado da moto, todos ali haviam dinheiro, não roubariam dois capacetes.

—Além de guitarrista você é uma motoqueira gostosona, Ryujin? —Disse irônica.

—Sim. —Ela seguiu caminho até o elevador, e eu a segui. —Obrigada pelo elogio.

—Eu não te elogiei.

—Você acabou de me chamar de gostosa. —Ambas entramos no pequeno cubículo que logo já nos levava para cima.

—Não interprete isso de outra maneira. —Ela soltou uma gargalhada com minha fala e encarei ela com raiva. —O que foi?

—Nada não, Hwang. —Desviou o olhar com um sorrisinho bobo em seu rosto.

—Você ainda come comida japonesa não é? Minha mãe veio buscar umas caixas aqui hoje de tarde e deixou um pote de sushis pra mim. —Disse quando a porta do elevador abriu.

O hall era maior que o meu quarto na casa dos meus pais, além de ser todo decorado com vinis autografados, também tinha um sofá e uma mesinha.

Era um apartamento por andar, provavelmente custava mais do que tudo que meus pais já gastaram em seguro.

Ela então abriu a porta que era com senha, e não chaves.

—Seus pais te sustentam com tudo isso aqui? Que moleza, ein. —Disse quando entrei e comecei a olhar envolta.

Aquela sala não era tão grande quanto eu esperava, mas tão bem decorada que era até satisfatório de se admirar. Tudo em tons de azul, era um ambiente gostoso.

Ryujin deixou sua jaqueta numa poltrona que tinha o mesmo tecido do sofá. A televisão era gigante, pensei no como seria bom assistir uma série com aquela TV deitada naquele enorme sofá.

Era um lugar tão relaxante, as luzes estavam provavelmente no mínimo, então assim a iluminação da cidade entrava naturalmente pelas enormes janelas do local.

—Isso tudo é meu, Yeji. —Murmurou alto o suficiente para eu ouvir.

—Seu?

—Sim. É a herança que meu pai deixou para mim.

Ela me deixou na sala sem palavras, quando foi provavelmente até a cozinha buscar os sushis.

Herança? Ryujin tinha perdido seu pai? Me senti uma completa imbecil por não saber disso. A quanto tempo ele havia falecido?

Tantas perguntas, e como estaria a senhora Shin? Ou melhor: A tia. Era assim que eu a chamava quando menor. Ryujin tinha esse enorme apartamento apenas para ela, mas não tinha mais seu pai. Lembro muito do tio, ele era muito engraçado quando eu passava o dia na casa dos Shin. Mesmo ocupado com seu trabalho ele sempre brincava comigo e com Ryujin quando tinha tempo, e a senhora Shin fazia comidas deliciosas para nós.

Me sentei no sofá encarando meus pés, por quanto tempo eu havia ficado nessa briga tosca com Ryujin? Isso era horrível.

Logo vejo que a garota voltou com uma caixa  consideravelmente grande de sushis, o molho shoyu debaixo do seu braço. Ela também trazia uma garrafa de vinho branco e duas taças que eram provavelmente puro cristal.

Ela colocou tudo na mesinha de centro da sala.

—Vamos comer aqui, me sinto mais confortável do que naquela mesa. — Ela se sentou no chão, logo fiz o mesmo ainda sem saber muito o que dizer.

—Ryu... eu sinto muito. —Murmurei.

—Esta tudo bem, já superei. —Abriu a garrafa sem muita complicação. —Está tudo normal.

—Eu não sabia.

—Você nunca sabe, Yeji. —Disse com frieza.

—x—

oiii

lets goooo mais um capítulo pra vocês! é a partir daqui que a história começa a fazer sentido de verdade!

o próximo capítulo é meio 🥵 mas como presente vou deixar pra postar depois de amanhã, um baita presentão de natal

agora vou mandar vocês irem pro twitter ler minha au das ryeji porque tá engraçada demais e eu tô atualizando com frequência ☝🏻

Feliz Natal! 🎄

Até o próximo <3

daily attention | ryejiOnde histórias criam vida. Descubra agora