Capítulo V

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Cassie's POV:

Eles tiraram Giulie do quarto e a levaram para outro, um maior, com mais luz e com... menos cheiro de sangue. Estou com ela desde de então e não ousei soltar sua mão. Não sei quanto tempo se passou, só sei que já tomei uns três comprimidos para dor de cabeça, já que não havia parado de chorar desde o momento do ataque.

Sempre que eu fecho meus olhos, a imagem de Giulie no chão e aquele vampiro em cima dela vem a minha cabeça. Lembro de quando a peguei no colo e seu sangue em minhas mãos. Lembro de seus gritos de dor e desespero.

Fecho o meu punho livre ao me lembrar do vampiro. Ele era diferente de todos os outros que já encontrei. Ele era mais rápido, mais forte, e seus olhos... ele era assustador. Ainda não entendo por quê ele não virou pó, mas isso é assunto para outra hora.

Eu tento desviar meus pensamentos daquela cena, o que funcionou, em parte. Ao invés de reviver aquilo de novo e de novo na minha cabeça, um sentimento de culpa surge em meu peito. Se eu não a tivesse distraído, ela teria pego a adaga e teria acabado ela mesma com aquele desgraçado. Agora eu vejo, não é só culpa do vampiro, é minha também.

Esse sentimento me consome, as lágrimas voltam a rolar por meu rosto, e minha respiração acelera.

— É tudo minha culpa — solto um suspiro ao dizer isso. — É tudo minha culpa!

Começo a chorar ainda mais e mal consigo respirar. Sinto alguém me abraçar e percebo que é Alec. Com uma de suas mãos, ele direciona minha cabeça até seu ombro direito e afaga o meu cabelo enquanto eu continuo a repetir a mesma coisa, sem parar.

— Não é. Não é — ele diz e, pela sua voz, consigo perceber que ele está segurando o choro. — Você não tem culpa de nada, Cassie.

Eu queria acreditar nele, mas não conseguia, a dor da culpa era muito grande. Meu choro aumentava cada vez mais, a dor de cabeça piorou e meu coração estava muito acelerado. Eu não conseguia me acalmar. Minhas mãos e pernas começaram a tremer sem parar e meu peito começou a doer. Uma agonia sem fim cercou o meu corpo e eu estava com muita falta de ar.

— É tudo minha culpa. — mais lágrimas caem.

Alec continua a balançar a cabeça, dizendo que não, mas, a esse ponto, mal consigo escutá-lo.

— É tudo minha culpa. — soluços saem de minha garta.

Olho para Alec, que mexe a boca em minha direção, mas eu não entendo o que ele diz.

— É tudo minha... — não consigo terminar de falar, me falta ar.

Sua boca para por um segundo, ele arregala os olhos e depois sua boca volta a se mexer. Ainda não consigo escutar uma palavra do que ele diz. Em um momento de desespero, Alec grita para que alguém viesse, e minha audição volta.

Eu comecei a sufocar, muito. Tentei me acalmar mas eu não conseguia parar de chorar. Alec ficou desesperado. Eu não queria deixá-lo assim, não queria fazer mais alguém sofrer. Ele me implorava para que eu respirasse, para que eu parasse de chorar.

Médicos e shadowhunters que provavelmente passavam pelo corredor entraram no quarto e nos encararam, mas eles não sabiam o que fazer. Alec continuou a gritar por ajuda, eu estava quase sem ar.

— Alexander?! — Magnus chama, com uma voz de preocupação

Ele vê o meu estado e tenta pensar o que fazer. Alec não desviava os olhos de mim e eu não desviava os meus dele. Magnus estava afobado, andando de um lado para o outro, com a cabeça abaixada, em busca de alguma ideia. Então, ele levanta seu olhar para nós e estica sua mão em minha direção, ela brilhava com uma luz azul. Antes mesmo que eu pudesse piscar, meu corpo ficou mole e tudo ficou escuro.

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⏰ Última atualização: Dec 24, 2023 ⏰

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