O amor não precisa ser sempre expresso em palavras fofas e presentes carinhosos, às vezes pode apenas ser o sinal de obediência, consentimento e total devoção. No entanto, obedecer alguém para Gerard já era um sinal de tortura; até conhecer Frank Iero.
Era 11 de abril de 1910 e Gerard, um rapaz que acabara de completar vinte e cinco anos de idade dias atrás pegou uma doença forte, na qual não pode ser identificada por nenhum médico local. De uma febre fraca e persistente, passou para dores no corpo e alucinações constantes, não demorando para formar problemas maiores. Em questão de semanas, Way tinha perdido mais da metade de sua memória e só conseguia se lembrar do nome do seu irmão mais novo, Michael. No entanto, o resto de sua cognição motora não havia sido afetada e ele ainda tinha consciência do que estava acontecendo, mas sua mãe não entendia isso.
Contra a vontade de Michael, no qual lutou até o fim para continuar cuidando de seu irmão mais velho, todos seus esforços indo em vão quando Donna colocou o filho numa clínica numa tentativa de fazer suas memórias voltarem. Já faziam seis meses, e Gerard nunca tinha sofrido tanto em sua vida.
Desde que foi colocado naquela clínica fria e assustadora, Way sentia como se fosse um rato de laboratório. Tendo todas as suas necessidades e desejos negligenciados, ele era obrigado a obedecer todos os médicos e enfermeiros que iam em seu "quarto" e injetavam coisas duvidosas em suas veias com seringas afiadas, proibido de gritar mesmo que seu medo fosse grande, e ele sabia muito bem que se falasse alguma coisa contra os testes que faziam nele, coisas muito piores aconteceriam. Desde que entrou, sua situação ficou mil vezes pior com os testes inacabáveis que faziam nele, cada dia mais fragilizado; o seu único desejo era morrer, não importava a maneira.
Gerard estava sentado na cama, incapaz de dormir ou de pelo menos fechar seus olhos fundos de cansaço. Uma brisa fria saia da única janela de seu "quarto" e o fazia tremer de frio, considerando que a camiseta larga que era obrigado a usar deixava sua clavícula inteira de fora, o deixando vulnerável para o frio. Seu corpo estava magro e os furos marcados das seringas se espalhavam por todo o seu corpo pálido, indo do pescoço ate suas coxas. Ele não percebeu, mas estava sendo carinhosamente observado por alguém que não conhecia.
Frank era jovem, um rapaz de apenas vinte e um anos no qual havia conseguido um emprego naquele lugar terrível, sentindo arrepios em sua espinha desde o primeiro passo dado. Fazia um tempo que ele estava parado de costas observando o rapaz mais velho permanecer sentado na cama sem mexer um músculo sequer, assustado com o estado que tinham deixando Gerard. Suspirando, ele puxa o bloco de notas com as fichas dos pacientes e analisa a do mais velho, olhando imediatamente para um outro enfermeiro que analisava o paciente junto com ele.
─ Gerard Way, hm? Ele é bem jovem, nossa... ─ Um olhar triste invade seu rosto ─ Veio aqui com uma tal "doença incurável" e agora o tratam como um mísero rato de laboratório por conta de sua vulnerabilidade. É uma pena, por qual motivo fazem isso com ele?
─ Não sei... ─ Ray olha, uma expressão de pena se forma enquanto ele olha novamente para Gerard que estava parado na mesma posição ─ Eles fazem isso com todo mundo por volta dessa idade, a maioria não sobrevive. Sinceramente, me sinto mal por ele, deve estar sofrendo muito.
Ele suspira novamente, assentindo com a cabeça e analisando novamente a ficha do mais velho, um olhar curioso e de preocupação preenchendo o seu rosto. Frank era um psicólogo e enfermeiro, e colocou na cabeça que queria ajudar Gerard custe o que custar, mas ao mesmo tempo estava com medo de descobrir como o mais velho iria reagir; não sabia se ele seria agressivo, agiria indiferente ou começaria a chorar. O jovem baixo fecha o bloco, olhando imediatamente para o enfermeiro mais velho em sua frente.
─ Vou ajudar ele.
Ray sorri discretamente, assentindo com a cabeça e tirando uma chave que lhe foi entregue de dentro do bolso, abrindo a sala onde Gerard estava; não era como se o rapaz fosse um animal feroz que caso a porta estivesse aberta ele correria e mataria todo mundo, era apenas para os outros enfermeiros o deixar mais vulnerável.
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Blind Devotion (Gerard X Frank: Frerard fanfic)
FanfictionO amor não precisa ser sempre expresso em palavras fofas e presentes carinhosos, às vezes pode apenas ser o sinal de obediência, consentimento e total devoção. No entanto, obedecer alguém para Gerard já era um sinal de tortura; até conhecer Frank Ie...