"Padre, vim me confessar. Eu pequei, senhor."
"Prossiga."
"Me apaixonei por um homem, padre."
Há um mês Frank teve contato com seu paciente pela primeira vez, e agora estava perdidamente apaixonado pelo mais velho. Depois da terapia de choque parece que tudo ocorreu bem; a memória de Gerard se recuperava gradualmente e a cada dia o rapaz se lembrava de coisas como seus amigos do passado e alguns acontecimentos de meses antes da doença. No entanto, os testes eram cada vez mais pesados e o deixavam num estado miseravelmente horrível, muito pior do que estava antes.
No entanto, o contato frequente e a alegria de ver o desenvolvimento do mais velho fez o psicólogo desenvolver algo que nunca sentiu por ninguém antes. Quando conheceu Gerard, a única coisa que pensava em fazer era o tirar daquele lugar horrível e ajudar o mais velho a ter uma vida normal, mas depois de tanto tempo vendo seu paciente diariamente, uma paixão estranha e inesperada surgiu, consumindo Frank com culpa. Sua religião não permitia, se apaixonar por alguém do mesmo sexo seria um imenso pecado; mas como Deus o julgaria por um ato de amor e empatia? A única coisa que queria era tirar seu paciente de lá e o dar do bom e melhor para o resto de sua vida, não era algo errado. Mesmo assim, Frank pedia perdão pelo seu "pecado" a cada minuto. Ele não podia pensar nisso agora, tinha mais coisas para se preocupar.
Frank estava encostado em uma parede de um dos corredores mais isolados da clínica enquanto fumava um cachimbo, inesperadamente sendo interrompido por um toque gentil em seu ombro, fazendo o mais baixo virar sua cabeça para ver quem era; era Ray, que mostrava um sorriso gentil em seu rosto, fazendo o psicólogo sorrir de volta.
─ Olá, Ray. Há tempos que não te vejo! O que andou fazendo essa última semana? ─ O mais novo pergunta inocentemente.
─ O senhor não vai acreditar! ─ Ele puxa uma carta do bolso ─ Consegui contato com Michael ontem, e ele me entregou esta carta. Não abri, já que não tenho certeza de que posso saber o conteúdo.
Ray entrega a carta para o mais novo, que imediatamente a abre e começa a ler.
"Olá, agradeço por ter me mandado esta carta; por volta dela, descobri o que meu irmão está passando neste lugar horrível. Apoio a decisão de levar Gerard para longe daqui, no entanto, precisamos conversar sobre antes. Por favor, me encontre neste bar o mais rápido o possível".
Frank termina de ler a carta, encontrando o endereço do bar logo abaixo do conteúdo e guardando o papel em seu bolso quase totalmente cheio enquanto sorri alegremente, quase se esquecendo da existência do mais velho.
─ O que diz? ─ O cacheado pergunta com curiosidade ─ Se puderes me contar, é claro.
─ Ah, sim! Perdão. O irmão do senhor Way concordou em ajudar-me com o plano de fugir daqui com... Inclusive, Ray. Já pensou se irá me ajudar a tirar Gerard daqui? Sua ajuda seria muito apreciada.
─ Bem, sobre isso... ─ O enfermeiro permanece quieto por alguns segundos antes de pronunciar qualquer palavra ─ Irei lhe ajudar, mas com apenas uma condição.
Os olhos de Frank se iluminam em alívio de obter ajuda, um sorriso bobo escapando de seu rosto antes de pedir para Ray prosseguir com tal condição.
─ Quero que me mostre a condição do senhor Way. Quero analisar a situação dele, tanto mental quanto física falando frente a frente com ele.
─ Sem problemas, ótimo! Garanto que ele está bem mentalmente... Fisicamente não tenho tanta certeza por conta dos constantes testes que foram feitos nele, mas imagino que esteja bem. Lhe chamarei no horário de ir para o quarto do senhor Way, certo?
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Blind Devotion (Gerard X Frank: Frerard fanfic)
FanfictionO amor não precisa ser sempre expresso em palavras fofas e presentes carinhosos, às vezes pode apenas ser o sinal de obediência, consentimento e total devoção. No entanto, obedecer alguém para Gerard já era um sinal de tortura; até conhecer Frank Ie...