•Cigarros na Lua• |Lawlu|

39

Depois de algumas discussões aqui e ali, tudo ficou em paz novamente. Law estava conversando com Luffy, ou melhor, fofocando com o menor. Os dois falavam sobre relacionamentos alheios, vez ou outra dando até exemplos.

— Sei que você quer ficar comigo — Franky tentava ensinar Bonney a flertar com alguém.

— Eu não vou dizer isso! — A mesma corou. — É vergonhoso. Muito vergonhoso.

— Claro que não, garota! Vai sair naturalmente, você vai ver.

— Espero que não saia. - Ela o encarou com cara de tacho — Se eu tiver um ataque cardíaco, vou culpar você.
Franky riu.

Law observava a cena com uma pulga atrás da orelha, tinha medo de que ensinassem qualquer coisa indecente para sua irmã. Mas confiava nos amigos de seu namorado.

— Não me importo de você estar meio distraído... — Luffy começou. — Mas você escutou o que eu disse?

Law imediatamente se virou novamente para o menor que tinha uma expressão triste no rosto enquanto tamborilava os dedos no chão da quadra.

— Desculpe. Eu ouvi sim.

— O que eu disse?

— Disse que deveríamos sair para jogar paintball.
A fala de Law fez Luffy abrir um sorriso, o maior realmente estava prestando atenção.

—  Vamos deixar para outro dia.

— Quer sair para comer depois daqui?

— Me parece uma boa ideia — Luffy se ajeitou, pegando uma garrafa d'água e mandando o líquido goela abaixo. — Quer chamar o pessoal? Ou vai ser tipo um encontro?

— Tipo um encontro.

— E nós não estamos convidados? — Sanji zombou enquanto se aproximava, os cabelos grudados de suor na testa. — Me senti bem excluído.

— Tsc. Não deixem esse cozinheiro falar assim com vocês. — Zoro se aproximou também, pegando o loiro pela cintura e o aproximando de si.

— Talvez você não deva deixar ele te pegar assim, Sanji.
Yamato brincou.

— Haha — Zoro riu sarcástico. — Por que você não vai a merda? Que tal?
Yamato respondeu dando a língua.

— Aproveitem! — Nami disse. — E não me encham o saco durante o resto do dia, eu vou estar com a minha namorada.
E assim, ela se despediu dos amigos e saiu com Robin. O encontro era na verdade um jantar romântico em casa, feito pela própria Robin.

— Ai que chique. — Usopp zombou, recebendo um xingamento da ruiva.

As duas garotas chegaram em casa e Nami ficou escondida no quarto esperando Robin acabar com os preparativos.

A morena estava sendo atenciosa, não deixava nem um único talher torto.

— Pode vir! — A morena gritou, sorrindo ao ver os olhinhos de Nami brilhando.

— Ah, que lindo...
O ambiente estava com uma luz amarelada e com flores por alguns cantos. Muito agradável.

— Permita-me.
A morena puxou a cadeira de forma respeitosa para que Nami se sentasse, esta que sorriu com o ato da namorada.

As duas começaram a comer depois de alguns assuntos que iam e voltavam. Estava um silêncio desconfortável, podendo ser ouvido apenas o tilintar dos talheres contra os pratos.

— Está gostoso — A ruiva tentou quebrar o clima enquanto levava outra garfada à boca. — Você se superou.

— Obrigada.
Robin deu um sorriso simples.

Tudo estava muito estranho, Nami podia sentir isso dentro de si, como um sentimento que fazia suas entranhas revirarem.

— Ok — A morena encarou-a. — O que está acontecendo? Sei que você está estranha.

Robin soltou um suspiro leve, largando os talheres na mesa e assumindo uma postura séria. Era hora de abrir o jogo.

— Não queria ter essa conversa logo no último dia de férias... Mas se você insiste.— Nami a olhou incrédula: O que está acontecendo? Foi o que pensou antes da morena continuar — Acho que deveríamos terminar.

— Hein? Terminar? — Nami arqueou uma sobrancelha, o coração errando as batidas. — Que história é essa?

— Acho que não consigo mais confiar em você desde... bem, aquela sua ex. Tem uma ruptura na nossa confiança, que deveria ser a base do relacionamento. Então é melhor terminarmos antes que isso se prolongue.

A ruiva estava desacreditada. Será que tudo era de verdade? Talvez fosse só um sonho ruim. Torcia para que fosse só um sonho ruim.

— Não sei o que seria de mim sem você, por favor, não faz isso com a gente!

— Nami... eu não consigo mais. Me desculpa.

— Porra, Robin, sério? — A ruiva bateu na mesa. — Depois de tudo que passamos e enfrentamos?

— Podemos ser amigas.

— Ah, melhorou muito me mandar para a friendzone.

— Você também sabe que não podemos continuar. Lá no fundo você sabe.

— Não, Robin, eu não sei — Nami se levantou violentamente. — Eu sei que casais que realmente se amam, dão um jeito. Você só não me ama o suficiente para isso.

— Eu te amo mais e você sabe. Isso é pelo seu bem, e o meu também.
A morena também se exaltou, levantando-se com pressa.

— Pois não me parece que você me ama. Se me amasse, não estaria me deixando.
A ruiva se exasperou, andando até a sala enquanto debatia as mãos em suas coxas.

— Acredite em mim, vai ser melhor assim.
Robin abaixou o olhar para o chão. Nami estava incrédula, o sangue fervendo em seu corpo.

— E para onde eu devo ir!? Você vai me expulsar também!?

— Você pode ficar até encontrar um lugar.

Nami morava com Robin há 3 anos, havia se mudado para essa escola justamente por poder ficar com a morena. Foi assim que saiu da tutela de Ace e Sabo.

— Porra, Robin! — Nami se jogou no sofá. — Merda, não podia esperar até a formatura?

— Receio que não.
Robin queria dizer que estava esperando há muito tempo, mais do que gostaria.

— Não me espere para ir para a escola amanhã.
A ruiva disse antes de ir para o quarto de hóspedes, largando a morena na sala.

As duas sempre iam juntas de manhã, e de vez em quando, a ruiva ia com Luffy após dormir na casa dele. Mas no geral, elas faziam de tudo juntas. Seria difícil quebrar esse hábito.