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Dois meses depois.



— Estamos perto da formatura — Yamato mencionou. — Nós vamos juntos ao baile, certo?

— Claro — Jinbe respondeu, os ombros se encolhendo um pouco. — Aposto que Sanji e Zoro vão brigar no dia. E aposto que Luffy vai com algum vestido decotado.

— Sim! Ele vai estar bem: "cheguei!"— Yamato se empolgou em sua fala. — Eu que vou escolher o vestido dele, aliás.

— Sei que vai escolher um muito bonito.

— Te amo. Por sinal, você vai querer pipoca? Precisamos pegar antes de entrar no cinema.

— Acho que não — Jinbe reparou na fila enorme que ia até metade da praça de alimentação. — Você vai querer?

— Claro! Pipoca no cinema é lei.

Yamato deu pulinhos de alegria, fazendo Jinbe sorrir.

Os dois foram para a fila, conversando para passar o tempo. Yamato falava animado sobre a última série que assistiu, e Jinbe se concentrava em prestar atenção em cada palavra, embora estive complicado.

— Próximo! — A atendente chamou e os dois deram um passo à frente.

— Vou querer uma pipoca grande, por favor — Jinbe dizia, olhou para Yamato e continuou: — Você vai querer alguma coisa para beber?

— Acho que um refrigerante está bom.

A moça digitou no computador e disse quanto havia ficado.

— Vou pagar dessa vez já que só eu vou comer — O de cabelos brancos procurava a carteira em sua bolsa.

— Não precisa. Eu faço as honras.

Yamato sorriu bobo. Seu namorado não podia ser mais incrível.

Jinbe realmente não se importava, até diria que sua linguagem de amor eram bens materiais e atos de serviço. Ok. Ele não diria; qualquer um poderia reconhecer isso.

— Vamos entrar antes que percamos o horário.

O mais velho pegou na mão da namorada e saiu andando até a sala em que estavam.

— Temos que tirar uma foto nesse cartaz depois! — Yamato apontou para o grande papelão do lado de fora da sala. — Quero postar nas redes sociais.

Ela deu um sorriso.

— Claro — O mais velho sorriu. — Mas é melhor se tirarmos depois, não? O filme já vai começar.

— Ah sim! Verdade!

A garota estava animada, pegou nas mãos do namorado e foi embora.



Quando o filme estava no finalzinho, os dois protagonistas do romance se beijaram enquanto se casavam.

Yamato se derreteu em fofura e Jinbe só apreciou a cena.

Ninguém esperava que depois daquilo Jinbe iria terminar com Yamato por conta do preconceito sofrido com frequência.





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— Katakuri, já disse que não quero falar com você.

Luffy tentava fugir do maior, mas ele era persistente, lhe seguindo no caminho até a casa de Law.

— Só um pouquinho, meu amor.

— Não me chama assim. Nem te conheço.

O menor apressou os passos.

— Claro, claro. — O maior suspirou — Bem, suponho que você não vai querer meu último presente então.

Luffy parou. Os resquícios de um romance um dia vivido lhe afogaram em sentimentos, algo em si o obrigava a aceitar qualquer coisa que viesse de Katakuri. Se odiava por isso. Se odiava por não conseguir dizer não para o de cabelos rosados.

Talvez fosse fruto do trauma e da manipulação que sofreu durante anos. Foi preciso ao menos 10 pessoas para fazê-lo terminar com Katakuri, por mais que soubesse que só lhe fazia mal.

De qualquer forma, a resposta já havia saído sem ter percebido.

— Claro que eu quero.

Luffy tapou a própria boca depois da fala.

— Ah... — O sorriso no rosto do rosado era nojento e perturbava Luffy, que começou a tremer ali mesmo. — No dia da formatura vou passar na sua casa. Com o presente, vou te convencer a ir comigo.

— Só em seus sonhos, Katakuri.

O menor voltou a andar, a ideia de um presente sucumbindo a sua cabeça. A teoria de que era algo que precisava e algo que queria não saía de sua mente.

— Boa sorte com seu namorado.

Luffy engoliu seco e apressou seu passo. Se sentia preso a Katakuri. E detestava isso.

Bateu na porta de Law, torcendo para que a vista de seu quarto não pegasse a calçada onde sua conversa com Katakuri ocorreu.

— Oi, Luffy! — Bonney o recebeu com um abraço. — Law está lá encima te esperando.

— Obrigado, Bonney.

O menor deu um sorriso e adentrou à casa, indo direto para o quarto do namorado.

— Oi, meu amor...

Law estava com uma cara péssima. As olheiras destacadas, revelando que ele não dormia bem há algum tempo. A voz rouca e a tosse frequente.

— Oi, amor — Luffy sorriu de forma aconchegante, deitando ao lado do maior. — Está melhor hoje?

Law estava doente há uns dias, por isso Luffy estava o visitando hoje. Todos os dias, na verdade.

— Estou — Tossiu. — E você? Ainda está se sentindo mal?

Luffy estava triste. Desde que conheceu Law, sua vida só melhorou, não entenda mal. Porém, a mesma tristeza lhe visitava todas as noites. Era a morte de seu pai que lhe incomodava tanto? Era o relacionamento tóxico e abusivo que sofreu durante anos? Eram os anos de bullying na escola? Não sabia. Talvez fosse um acúmulo de tudo isso. Só sabia que essa tristeza estava muito forte nessa última semana, e seus antidepressivos não estavam ajudando.

— Ah... — Estava decidindo entre mentir e contar a verdade. — Sim. Ainda estou.

— Vem aqui.

O mais velho deu tapinhas no próprio peito.

Luffy se deitou escutando os batimentos cardíacos do maior.

— Enquanto estiver escutando isso, vai ficar tudo bem. Enquanto o meu coração e o seu baterem, vai ficar tudo bem.

O maior abraçou-o, de forma aconchegante e consoladora. Luffy se permitiu chorar um pouco nos braços do maior. Parecia que seu passado onde se cortava e se drogava para escapar de seus problemas estava voltando à tona.

— Obrigado, Torao.

— Pode vir aqui sempre que quiser um carinho.

— Eu vou — Deu risada. — Vou vir muitas vezes.

•Cigarros na Lua• |Lawlu|Onde histórias criam vida. Descubra agora