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Law descia as escadas correndo, tentando encontrar sua irmã.
Havia a deixado para trás quando um garoto esbarrou em si. Law não iria negar, o garoto era extremamente bonito. Então, nada mais justo do que dar em cima dele, certo?

Não foi o que aconteceu. Law apenas se deixou levar e pediu que o garoto o acompanhasse. Não iria perder a oportunidade de ter um "encontro" com um garoto tão bonito e interessante.

Podia jurar que o conhecia de algum lugar... Mas decidiu deixar esse questionamento de lado.

- Law! - Um grito interrompeu sua linha de raciocínio. - Vem, vamos embora, já vi tudo.

- Que bom, eu também já vi tudo. - Se lembrou de agradecer mentalmente por não ter de repetir o tour com a irmã.

- Onde você estava? Te procurei por um tempão.

- Me procurou? - Indagou, curioso.

- Sim - Afirmou. - Procurei, mas como não te achei, deixei para lá.

- Bom saber que você realmente se importa. - Não evitou revirar os olhos.

- Chato - Bonney mostrou a língua. - De toda forma, onda você estava?

- Com uma pessoa.

- Trafalgar Law com uma pessoa? Acho que vai chover canivete hoje. - A garota respondeu entre risadas.

- Não enche. - Os dois se dirigiram até o carro e foram para casa. O caminho havia sido longo e estressante, afinal, Bonney não parava de interrogar Law sobre quem era a pessoa misteriosa que o acompanhou.

Mas os pensamentos de Law só voltavam para o garoto. Nem havia se apresentado para ele.

Assim que chegou em casa, chamou por seu pai. Não sabia se o mesmo se encontrava em casa, então queria ter certeza antes de qualquer coisa.

- PAI! Pai! - Law olhou pelos cantos. - Você está aqui?

- Para que esse escândalo, filho? - Corazon apareceu na sala.

- Pai, eu vi o garoto mais bonito que meus olhos já viram. Ele estava com um vestido amarelo tão lindo. - Sua expressão era séria e monótona, mas sua voz parecia ter uma pequena quantidade de animação.

Se lembrava do garoto sorrindo para si, e sem perceber, ficou levemente corado.

- O que você viu nesse menino? - O pai riu sem jeito. Era difícil ver seu filho com as bochechas ruborizadas. Mesmo que só um pouco.

- Ele é tão lindo que se ele ficasse comigo, minha vida seria mais bonita. Ele é a própria simpatia e isso chega a ser irritante.

- Quer dizer então que meu pequeno filho já está tão apaixonado assim? - Corazon fingiu estar sendo atingido por uma dor no peito. - Céus, estou ficando velho.

- Sempre esteve. - Law disse simplista, vendo o pai o encarar, furioso. - Trabalho com verdades.

- Ah, seu moleque ingrato! - Corazon estava pronto para jogar o chinelo em seu filho, mas parou assim que Bonney passou na frente do rapaz. - Humpf. Se safou, dessa vez.
Law riu discreto e subiu para o quarto antes que seu momento de salvação acabasse.

Tentou forçar sua memória enquanto encarava o teto. Repensou sobre a noite da festa, e agora conseguia enxergar melhor o cabelo do garoto.
Lembrava das conversas, sobre o garoto ter 17 anos e gostar de astronomia.

Sua mente pareceu se iluminar. Será que o garoto da exposição de hoje era o mesmo da festa?
Não havia reparado em possíveis cicatrizes - A única característica física da qual se lembrava - Mas o cabelo, certamente, parecia igual.

Com Luffy

"Aquele era ele! Eu tenho certeza! As tatuagens na mão..
Acho que era ele!" Foi o que Luffy pensou ao sair da exposição.

O moreno nem esperou que chegassem em casa e já estava arrastando Sabo consigo até o quarto.

- Vão me excluir!? É isso mesmo!?? - Ace gritava do andar debaixo, vendo o irmão e o marido subirem a escada.

- Desculpa amor! - Foi o que Sabo conseguiu dizer, afinal, estava rindo da expressão de indignação que Ace fazia.

Assim que bateu a porta do quarto, começou a se lembrar com mais clareza do rosto do cara da festa.

- Era ele. Tenho certeza. - Declarou.
As memórias foram ficando nítidas.

- Calma, ele quem? - Sabo estava perdido.

- Eu encontrei um cara na exposição e eu reconheci as tatuagens dele, são iguais as do cara da festa! Ele conversou muito comigo na festa e hoje também, além de que ele é bonito e me elogiou... - Luffy começou a chorar violentamente. - Acho que ele tá na minha.

- Muito informação, espera um pouco. - Sabo fechou os olhos tentando assimilar tudo. - Você encontrou o cara que dormiu com você na festa, né?

- Sim!

- E ele te elogiou?

- Sim!! - Afirmou novamente.

- E tá na sua? - O irmão indagou.

- Acho que sim! - Respondeu.

- Não acredito.

- Por que!? - O menor estava confuso. - Sabo! Por que eu mentiria?
Insistiu enquanto se acomodava em sua cama.

- Luffy, não quero que se machuque... Sabe, o amor não vai crescer magicamente entre você e um cara que só transou com você. Pelo menos sabe o nome dele?

- Er.. Não - Olhou para baixo, desapontado.

- As vezes a gente tem que ir pela razão para não se machucar, porque tudo isso também pode ser só uma paranoia. - Declarou.
Não queria ser o irmão que jogaria a verdade nua e crua na cara do caçula, mas pelo visto, teria de ser.

- Você está certo... - Luffy preferiu concordar. Talvez devesse apenas esquecer tudo.

- Sinto muito, querido, mas a vida é assim. Vou fazer algo para comermos. - O irmão se retirou do quarto à passos apertados, deixando o caçula cheio de pensamentos.

Nesse momento, todos os pensamentos possíveis começaram a surgir: eu sou bom o suficiente para ele se atrair por mim? Ele nunca vai gostar de mim... Será que ele me reconheceu? Céus que vergonha... Acho que entediei ele... Ele estava dando em cima de mim, será que...

A mente de Luffy se sobrecarregou. Não queria pensar em tudo isso de uma vez, eram muitas inseguranças para lidar. E por um momento, desejou não ter parado com as drogas.

Obviamente, por impulsividade, foi até o quarto do irmão. Sabia que Ace adorava ter remédios para tudo, então contava com a ideia de que ele teria algum remédio, que seria útil no momento, guardado.

Desceu as escadas tentando não fazer barulho, mas no momento que pisou no primeiro degrau, o piso rangeu.

- Merda! - Sussurou para si mesmo. Olhou seus arredores para conferir se alguém tinha escutado. A barra estava limpa.

Desceu já pensando em uma explicação plausível para Sabo, que deveria, supostamente, estar cozinhando. Mas assim que se aproximou do quarto, ouviu os gemidos.

"Acho que vou ter que ligar para Sanji vir aqui fazer comida."

O tempo passou e Sanji já havia chegado e feito comida. O loiro veio acompanho de Zoro, deixando Luffy de vela enquanto Sabo e Ace apenas não paravam. Pareciam dois coelhos no cio.

Ora escutava Sabo gemendo, outrora escutava Ace, nem sabia mais o que pensar. Estava totalmente confuso e constrangido.

- Luffy?.. - O loiro o chamou.

- Fala - Respondeu com dificuldade enquanto mastigava o frango em sua boca.

- Eu preciso contar algo... E quero que você seja o primeiro saber. - Sanji estava sério, e Zoro estava mais ainda.

É isso, esse capítulo ficou curto mas espero que tenham gostado.
Beijocas, Art

•Cigarros na Lua• |Lawlu|Onde histórias criam vida. Descubra agora