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Luffy estranhou quando acordou com um som de despertador ao invés de panelas batendo. Era segunda-feira, o que significava que Ace e Sabo já não estavam mais em casa.

Se levantou preguiçosamente e lembrou que havia um hospício para o qual deveria ir.

Teria de se virar para não se atrasar.

- Meu deus, onde eu coloquei meu uniforme? - Luffy revirava seu guarda-roupa, os olhos varrendo cada centímetro dele.

- AH! - Gritou quando escutou um toque estranho de celular. Seu próprio celular. - Quem tá me ligando a essa hora?

Assim que atendeu, foi recebido por um grito estridente:

- LUFFY! Cade você!? Eu juro que se você fizer eu me atrasar, eu te caço!
Luffy sentiu um arrepio lhe percorrer a nuca.

- E-eu já estou indo! Já estou na rua. - Encontrou seu uniforme e o pegou o mais rápido que podia. Tentou vestir as calças com uma mão só, enquanto a outra segurava o telefone.

- Sério? Você não cansa de tentar mentir para mentiroso! Eu tô até ouvindo o ronco do Sunny! - Nami gritava pelo telefone, fazendo Luffy tentar se apressar mais.

- Eu disse que já estou indo! - Desligou e vestiu sua camisa.
Quando iria sair, avistou um moletom cinza, as cordas desagastadas de mordidas, o zíper quebrado e várias queimaduras de, podia jurar que eram, cigarros.

- Como isso veio parar aqui? - Fitou o moletom. - Será que o Sabo deixou aqui?

Esticou a peça de roupa à sua frente, se permitindo ver melhor.

- Definitivamente não.
Revistou os bolsos, procurando por algo que indicasse de quem era.

- Não acho que seja do Ace também... - Tentou se lembrar do que fez nos últimos dias. Esse moletom sempre esteve ali? - Será...?

E a memória de como o moletom foi parar em suas coisas, voltou.

- Aquele cara... - A imagem do rapaz tatuado lhe veio a cabeça. - Ele me emprestou quando fui embora. Acho que era porque estava chovendo.

- Jesus cristo e agora? - Se desesperou. - Eu tenho que devolver! Mas se eu fizer isso, ele vai saber que era eu! Mas que droga! - Luffy suspirou, sem esperanças de que iria conseguir entregar.

Quando aproximou o moletom de seu rosto, o cheiro forte que emanava do mesmo inundou suas narinas. Era o cheiro daquele cara. E que cheiro bom.
Lhe trazia uma sensação de satisfação e tranquilidade, assim como no dia em que se conheceram.

- Como eu não sei o nome dele...? - Questionou, andando de um lado para o outro. - Quer dizer, ele estuda comigo, eu deveria saber o nome dele!

- Apesar de que eu não sei o nome de ninguém... eu nunca presto atenção em volta, só nos meus amigos. - Falou para si mesmo com uma expressão séria e pensativa.

De repente, se pegou em uma seria conversa com seus cachorros e nem viu o horário passando.

- Mas ele também não sabe meu nome, né? - No momento em que parou de frente com o relógio, viu que eram 7h26. Estava muito atrasado.

Vestiu o moletom, sem se importar em ser visto com ele, e praticamente pulou as escadas. Correu para fora de casa o mais rápido que poderia. Será que daria tempo?

Mas era tarde. Quando chegou, já eram mais de 7h30. Será que a professora iria vender seus rins?
Ou pior, iria lhe fazer dançar 'acorda pedrinho' na frente da escola? Ou até mesmo pior: poderia fazê-lo assistir os filmes atuais da barbie! Todos sabem que os antigos são os melhores.

•Cigarros na Lua• |Lawlu|Onde histórias criam vida. Descubra agora