╭ ☀️TRÊS. Resgate ao Elfo Latino

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CAPÍTULO III
Resgate ao Elfo Latino

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ISAK.

 ISAK NÃO PODERIA ESTAR MAIS ATORDOADO NAQUELA MANHÃ. O sonho com aquela mulher. O desmaio de Piper no chalé 2, que permanecia desacordada. O pedido de ajuda de Hera. O aviso de Willow sobre a terra... Ele poderia estar relacionado a mulher coberta por terra em seus sonhos? Deuses! Eram tantas coisas que o afligiam que era impossível listar todas. Claro, no topo da lista estaria aquela sensação incomoda de que tudo estava interligado de alguma maneira, o que significava que o próprio Isak pertencia a essa teia de problemas da qual não fazia ideia de como se livrar, se que é existia uma maneira de fugir disso. Existiria? Talvez tudo se tratasse de uma coincidência. Só porque a mesma mulher na visão de Willow se manifestara para ele durante anos não significava necessariamente que Isak estaria ligado a essa confusão dos deuses. Certo? Solskinn quis rir da própria ingenuidade. Uma tentativa boba de manipular a si mesmo. Aquela mulher, criatura ou seja lá o que ela fosse, aparecia para ele por um motivo muito específico. Isak não queria descobrir, mas sentia que em breve, seria forçado a isso.

 Solskinn desligou seus pensamentos por um instante, concentrado na cura de um pequeno corte no braço de um dos campistas mais novos, Carter, do chalé de Deméter, atingido de raspão por uma flecha. Nada grave e fácil de curar. Esse era o maior dom de Isak. Curar feridas, hematomas, qualquer ferimento que não tenha atingido um órgão vital a ponto de deixar o sujeito próximo da morte era facilmente curado por ele. Seu dom era como o seu bem mais precioso, a sua parte favorita de ser filho de Apolo. Adorava o dom para criar versos bonitos e a mira perfeita, mas a cura vinha de seu interior. Conectava a sua alma a da pessoa curada. Isak deixava um pedacinho de sua luz com aqueles que curava. Martina dizia que ele era um milagre.  Para ela, o Solskinn era uma dádiva. Ele estava destinado a ser grandioso, no fundo, Martina sabia, embora não quisesse aceitar que isso significaria dar adeus ao filho. Isak era diferente. Era especial. Saber disso foi o que a confortou. 

━━ Pronto ━ Isak retirou as mãos no local onde estivera o pequeno corte. Sem cicatrizes, parecia nunca ter sido ferida. Novinho em folha, como dizem.

━━ Caramba! ━ o menino olhou maravilhado para o seu antebraço ━ Você é tipo um mágico!

━━ Mais ou menos ━ Isak riu ━, seria bem legal tirar coelhos de cartolas e escapar de correntes, mas eu sou só um humilde filho de Apolo.

 Solskinn pôs a mão atrás da orelha do garoto, puxou um pirulito da manga de sua camisa e mostrou ao mais novo.

━━ Mas ás vezes tiro uma coisa ou outra de trás de orelhas ━ deu de ombros e entregou o doce ao menino, que arrancou da mão de Isak com a mesma sagacidade de um leão atacando uma zebra. Doces do mundo dos mortais era meio raro no acampamento, Isak teve que barganhar muito com os irmãos Stoll para ganhar uma porção. Eles começaram um esquema de tráfico de doces há poucos meses. O loiro imaginava que eles teriam saqueado uma loja de doces durante a batalha de Manhattan.

━━ Posso ganhar outro? ━ Carter perguntou com o doce na boca.

━━ Se você levar outra flechada, sim ━ Solskinn brincou. O menino deu um sorriso traquinas. O filho de Apolo imaginou o que se passava em sua cabeça ━ Mas não vai se colocar na frente de uma flecha de propósito, viu?

 O sorriso do filho de Deméter murchou.

━━ Já pode ir, garoto ━ o loiro bagunçou os cabelos do menor, antes que ele se levantasse da cama e partisse para fora da enfermaria.

DAYLIGHT, leo valdezOnde histórias criam vida. Descubra agora