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-Alô?- atendo ao número desconhecido enquanto Saori estaciona o carro.

-Tá com a voz muito
despreocupada pra quem está 25 minutos atrasada.

-Niki? Como você conseguiu meu telefone?... eu já tô chegando, na verdade, tô descendo do carro.

-Hum.... *pi *pi *pi

-Ele desligou na minha cara!- digo me virando pra Saori que apertava o andar do elevador, as outras já estavam na empresa.

-Você mereceu, reclamou que ele chegou 5 minutos atrasado outro dia mas hoje já está...- faz uma pausa olhando para o relógio que marcava 10:29 a.m- trinta minutos atrasada. É melhor você correr, ele tem motivos pra ficar chateado, diferente de você.

-Porque eu te conto as coisas se você nunca fica do meu lado?- digo segundos antes de as portas da caixa de metal se abrirem no meu andar e eu sair correndo em direção a nossa sala.

Assim que entro fecho a porta da sala e me escoro nela tentando recuperar o fôlego perdido por conta da corrida.
Riki está sentado no sofá de canto de braços cruzados e com aquele olhar, tenho certeza que ele pode ver até minha alma, sei que era um olhar de ódio mas não pude evitar de corar.

-Toma- digo sentando ao seu lado e estendendo o americano que comprei no caminho- pra compensar meu atraso.

-Se atrasou porque estava comprando café ou já estava atrasada e perdeu ainda mais tempo comprando o café, me fazendo esperar mais só pra pedir desculpa por me fazer esperar?

-...segunda opção... e aí? Vai pegar ou não?

-Tá, tá. Nossa, você tá estressada hoje.

-Você que me estressa.

-Foi você que me fez esperar.

-Ah para, eu já pedi desculpas, vai querer que eu me ajoelhe e implore por perdão?

-Na verdade você não pediu não.

-Olha o seu copo.

Riki faz uma pausa lendo o que escrevi no copo "𝖽𝖾𝗌𝖼𝗎𝗅𝗉𝖾 𝗉𝖾𝗅𝗈 𝖺𝗍𝗋𝖺𝗌𝗈シ"

-tá, vamos logo que a gente tem que terminar essa coreografia que aí sim vem o trabalho pesado.

Já estávamos trabalhando nessa fazia 5 dias e ainda faltava algumas partes que ficaram em aberto, não queríamos fazer ás pressas para que tudo ficasse perfeito mas também discutíamos demais na escolha dos passos, quando um gostava o outro não ou então não concordávamos na ordem deles, depois que acabarmos essa etapa ia ser cansativo ter que ensaiar e ensaiar todos os dias mas pelo menos não teria discussões.

[...]

Continuamos repassando e aprimorando as partes já montadas.

-Não, os pés fazem assim-demonstro pra ele o movimento- é como se você estivesse trançando com os pés.

-Mas isso não faz sentido nenhum, suas analogias são um lixo. Vai, faz denovo e dessa vez eu vou pegar.

Faço o passo sem perceber que riki está logo atrás de mim e acabo tropeçando em seu pé, o mesmo tenta me salvar de uma queda feia mas acabamos caindo os dois, riki bateria a cabeça no chão se não fosse a minha mão na sua nuca já que ele resolveu dar uma de cavalheiro e me girou pra que eu caísse por cima do mesmo.
Ficamos uns segundos em silêncio até que riki o quebra.

-É isso!- diz abruptamente- isso que está faltando, podemos colocar no pré refrão.

-Isso o quê? Eu caindo em cima de você? Como que eu vou cair ensaiado, do que você tá falando?!

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