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-Agora não tem como voltar atrás, está preso comigo, Shin.
-Preso...? Não, gatinha. Você é minha liberdade.
"Onde nem as brincadeiras cruéis
do destino pôde separá-los..."
...
Hoje logo pela madrugada tive uma bela de uma dor de cabeça com meu irmão, porém não é nenhuma novidade. Keisuke costuma ser muito impulsivo e isso me preocupa bastante, apesar de ter sido igualmente problemática na idade dele, ainda fico angustiada esperando ele chegar em casa á noite.
Ontem cheguei do festival bem tarde com meu namorado e nossos amigos, mas ele ainda não estava. Fiquei deitada esperando ele, obviamente não falei para mamãe que ele provavelmente estava enfiado em outra briga, resolvi poupar dona Ryoko dessa vez.
Escutei ele chegando ás três da manhã e fui falar com ele, novamente com a cara limpa porém as mãos ferradas dos socos que deve ter distribuído, ele simplesmente falou que meteu a porrada nos integrantes de uma tal de mobius e foi dormir, esse menino não cria jeito.
De manhã ele já não estava em casa e minha mãe também não. Então me arrumei, coloquei um cropped preto, um short jeans, um casaco longo por cima, optei pelos meus coturnos pretos e saí.

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Estava indo até a oficina do meu namorado, já que diferente de mim, ele que tem que sustentar os irmãos e avô.
Chegando lá notei o moreno de costas abaixado revisando uma moto, notei a fumaça subindo e não hesitei em entrar sem que ele me visse e tomei aquele cigarro da boca dele.
-Eu não já falei pra você parar com isso?! -Disse apagando o mesmo e jogando fora.
-Oi gatinha -Levantou e com um sorrisinho sem mostrar os dentes depositou um selinho nos meus lábios -Veio cedo hoje, nada para estudar?
-Ter tem, mas depois dessa madrugada estava precisando ficar um pouquinho com você -Respondi.
-O Keisuke de novo? -Incrível como isso se tornou previsível, eu já devia ter me acostumado, ele e o Manjiro sempre foram assim.
-Quem mais? -Soltei uma risada nasal cansada e nos sentamos de novo, ele voltou para a moto e puxei uma cadeira observando tudo que ele fazia -Ontem chegou em casa todo ferrado, não a cara, as mãos, tenho medo de onde isso vai dar.
-Relaxa gatinha, já tivemos nossa vez e com os pirralhos não vai ser diferente, eles vão criar jeito uma hora -Falou tranquilo.
Passei o dia inteiro conversando com Shinichiro, durante a tarde estudei por lá enquanto ele trabalhava. Quando estava anoitecendo ele fechou o lugar e fomos para o apartamento dele, eu amo muito ficar lá, me trás uma sensação boa e parece que é a minha bolha de conforto.
Chegamos rindo de alguma piada sem graça que ele vivia fazendo e puxei meu celular para pedir comida.
-Amor, mesmo de sempre? -Perguntei olhando para ele já sabendo da resposta.
-Unagi sempre é uma boa pedida- Respondeu -Pede sakê também gatinha, vou tomar banho.
-Certo -Fiz o pedido e o restaurante logo enviou o tempo de entrega. Desliguei o celular e fiquei assistindo TV, ainda muito tensa, a prova prática da faculdade está chegando e eu tô precisando muito passar nela pra pegar o estágio que eu quero, realmente medicina veterinária não é pra qualquer um.
