24. Luz e Sombra - Noite Fria II

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Essa luz escura, como é tentadora.

Está sombra que me segue e me consome por inteira;

Essa sombra que me guia e que me leva para baixo;

Cada vez mais baixo, pulo de paraquedas em direção ao inferno:

De olhos abertos, cansada de vendas nos olhos, pulo de braços abertos.

Como poderia eu fugir desse inferno? Quando ao olhar no espelho essa sombra escura que cai sobre mim sempre está lá para me puxar?

Como poderia resistir? Já não me bastam forças suficientes para tentar escapar.

Não há mais palavras que me façam fortalecer.

O mundo está cada vez mais distante de mim.

Sinto-me prestes a explodir: entrando em ebulição – sufoco em mim.

"Bem-vindos ao meu inferno particular, querem uma passagem para também pular?"

Avistei uma luz cintilante uma vez, assim como tudo se esvai em minhas mãos, essa luz escorregou e se apagou, deixando apenas a escuridão.

"Oh, luz cintilante, por que me deixastes assim?"

Abandonada, sinto-me sozinha.

Agora, meu corpo está em chamas, mas só eu posso sentir;

Minha pele queima, meu corpo arde - minhas feridas só eu posso sentir.

Meu corpo dói, gritando em chamas, não tem ninguém a me escutar.

Noite fria vem, contigo o sentimento amargo do desgosto de tudo ao meu redor;

Noite fria vem, o inferno parece menos quente agora;

Noite fria vem, e com ela a luz vai embora;

Noite fria vem, o que resta é só escuridão agora.


12/2023

Mente PerturbadaOnde histórias criam vida. Descubra agora