MARIANA CASTELO
Rodei e rodei na frente do espelho, esperando ver algum defeito na minha roupa, já era a terceira vez que trocava de roupa.
Ryan bate na porta.
— Mariana... vamos nos atrasar. Você tem cinco minutos.
Ryan grita do outro lado da porta. Uma mulher não pode se arrumar em paz sem que o seu irmão mais velho fique perturbando.
Respirei fundo.
— Eu já vou Ryan.
— Cinco minutos Mariana.
Olhei o vestido novamente.
— Terei que ir com você mesmo... se eu demorar mais que cinco minutos tenho certeza que Ryan vai ao jantar sem mim.
Peguei a sandália, sentei na cama para colocar nos meus pés. Levantei pegando a bolsa.
— Ótimo. Coragem Mariana.
Falo para mim mesma. Colo a mão na maçaneta, inspirei fundo e saio do quarto.
Vejo Ryan na sala ao telefone, ao me aproximar vejo que são os meus pais em chamada de vídeo. Parei um pouco antes, escutei quando Ryan falava sobre minhas notas no colégio.
Eu entendo que eles se preocupam com o meu bem-estar, mas as vezes e cansativo. Vou me esforçar mais pra superar as expectativas deles.Ryan vira e me vê.
— Olha ela aqui.
Fala Ryan virando o celular para que os meus pais me vejam. Escuto minha mãe batendo palmas e meu pai estalando a língua.
— Esta muito parecida com a sua mãe. De olho nela Ryan, sua irmã chama muito a atenção.
Realmente eu era a cópia da minha mãe, os cabelos, os olhos a pele tudo parecia. Meu pai a um tempo atrás me chamada de mini-raposinha, minha mãe sempre gargalhou disso.
— Eu estou de olho pai. Nenhum engraçadinho vai tentar nada com Mariana.
Minha mãe rebate, eles.
— Nossa filha é lindíssima, não tem nada demais ela ser parecida comigo. Nós as ruivas, estamos com tudo. Mariana merece ser admirada. E vocês não poderam fazer nada contra isso.
Meu pai coça a nuca.
— Ela é muito jovem, os rapazes de hoje só querem brincar com as meninas ingênuas.
— Nem todos. Mariana sabe se cuidar, ela tem meu sangue. Né filha?
Balanço a cabeça afirmando. Meu pai da uma séria olhada, e depois solta um suspiro.
— Eu amo você sabe disse né princesa? -diz meu pai.
— Eu sei pai.
— Então se cuida. Eu e sua mãe voltamos depois de amanhã. Obedeça o seu irmão.
— Ela esta em boas mãos pai.
— Amamos vocês. -fala minha mãe.
— Também amo vocês. -falo.
— Até breve. -fala Ryan.
Nos despedimos deles e logo vamos a garagem. Dentro do carro Ryan me olhou sério.
— Aconteceu alguma coisa no colégio?
— Não, por que a pergunta?
Ele colocou o cinto e aperta o botão dando partida no carro.
— Você parece meia tensa.
— Eu estou bem.
— Estude bastante para as provas finais. Mary, eu sei que pego muito no seu pé, mas só quero que saiba que eu sei que tem potencial para conquistar muitas coisas, só por um pouco de esforço.
— Eu sei Ryan. Obrigado.
Ele concorda, minutos depois já estamos na estrada a caminho da casa do nosso meio irmão Carlos.
Carlos abre a porta sorridente. Renata sua esposa beija o meu rosto.
Nicole e Henrique me abraçam, no fundo da sala esta Samuel.
— Oi.
— Oi, Samuel.
Todos estão entretidos conversando. Ficamos eu e Samuel destacados no canto da sala.
— Não se preocupe, o segredo da tinta está seguro comigo.
— Eu sei que está. -falo sorrindo.
— Que bom.
Ele sorri e saiu. Fiquei sozinha no canto, pensativa. Samuel está me tratando normal.
Sentamos a mesa e Carlos se levanta para o anúncio.
— Quero anunciar o motivo de estamos comemorando. A anos eu e Renata, decidimos aumentar a família, por anos não conseguimos. Minha esposa ficou muito triste com as notícias dos médicos de que seria difícil ela engravidar, nossas esperanças se acabando a cada dia. Felizmente tudo foi derrubado, graças a Deus a minha bela Renata conseguiu gerar. Hoje estamos muito felizes em anunciar que seremos pais.
Todos aplaudimos. Nicole chorabdo abraça o Carlos. Depois das felicitações, começamos a comer.
Renata levantou para pegar a sobremesa, eu a sigo para ajudar.
— Mariana, poderia pegar as taça no porão. Falei cedo para o seu irmão pegar as taças de sobremesa, mas ele esqueceu.
— Pego. Sim.
Desci as escadas direto para o porão. Ali também tem uma pequena adega de vinhos.
Estava buscando as taça no armário, escuto a porta se abrir.
— Samuel.
— O Carlos me pediu para pegar mais vinho. O pessoal ficou muito animado e estão bebendo pra caramba. -diz ele rindo.
— Coitada da Renata que vai ter que aturar o Carlos rindo igual uma hiena depois de três copos. -falo rindo.
Viro de costas para subir na pequena escada, procurando as taças de sobremesa. Samuel vai até a adega, tira uma garrafa, fiquei olhando ele e acabei desequilíbrio, segurei na estante, grito.
Rapidamente Samuel vem me ajudar, pois senti sua mão segurando a minha cintura, me coloca calmamente no chão.
— Se machucou?
— Não... obrigado pela ajuda.
Eu parecia uma boba paranda, apenas olhando-o. Estávamos muito próximos.
Aproveitei a deixa e colei meus lábios nos dele sem pensar demais. Graças aos céus ele retribuiu.
— Mariana...
— Não. – sussurrei, ainda de olhos fechados. — Não diz nada.
Eu não queria encerrar aquela noite com ele falando que não queria nada comigo, que estava assustado demais ou qualquer coisa do tipo. Não naquele momento.
Me afastei dele. Virei de costas quando estava me preparando para sair da sala, escuto Samuel falando.
— Gosto de você.
Abri meus olhos, observando a expressão dele. Sentindo meu coração bater rápido demais.
— Era isso que eu ia dizer. – ele encolheu os ombros.— Gosta?
Ele chega mais perto.
Ele Segura o meu rosto e beija minha testa, inspirando meu perfume.
Tenho certeza que eu era a adolescente mais sortuda do mundo.
— Eu também. Gosto de você Samuel.Nos beijamos mais uma vez.
Depois de muitos beijos no porão, voltamos para a sala de jantar como se nada tivesse acontecido.
Rayan diz bebeu duas taças de vinho e como eu e Samuel não bebemos nada, Samuel diz que vai nos levar em casa.
Sentei no banco de trás, Samuel no volante e Ryan no carona. Samuel me olha no pelo espelho retrovisor, sorri.Mei rosto corou e baixo a cabeça, depois foco os olhos na janela.