Bad dinner

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Tenham uma ótima leitura!!!✨✨✨


Kimhan


Uma semana.

Fez uma semana, desde a minha proposta a Porchay.

Seu irmão agora trabalha como o novo bartender da balada, tornando a rotina do mais novo menos pesada. Marquei o jantar hoje aqui em casa, disse ao meu pai que as coisas poderiam não sair como esperado.

Mas pelo menos, tiraria um enorme peso das minhas costas.

No momento, estou no meu quarto, terminando de me arrumar. Estou completamente nervoso, pois no pior dos casos, meu pai pode querer me expulsar ou nunca mais olhar na minha cara.

Droga. É isso que acontece quando minha mente esvazia, pensamentos como esse tomam conta do meu cérebro.

Pedi para que Chay chegasse mais cedo, antes que todos desçam para comer. Fazia parte do roteiro que eu havia montado, ele iria chegar, ficar escondido no meu quarto e desceria quando eu mandasse mensagem...

E assim... iremos nos assumir.


Meu querido Chay
Kim, estou na porta da sua casa.


Visualizo a mensagem.

Ótimo. Ele começou direitinho.

Pedi que ele não apertasse a campainha, para não chamar atenção.

Desço rapidamente, sem levantar suspeitas. Abro a porta, enxergando uma das pessoas mais bonitas na minha frente...

- Chay... Você está.... Incrivelmente bonito. – Solto sem pensar. Percebo seu rosto ruborizar fortemente.

- Isso por acaso, faz parte do seu roteiro?

- C-claro que faz. – Tento disfarçar, coçando minha nuca. – Bem, vamos rápido.

Pego sua mão, levando até meu quarto. Porchay também demonstrava nervosismo, só que eu... não conseguia desviar o olhar.

Eu preciso realmente achar alguém, enquanto mantenho esse namoro de mentira. Do contrário, eu irei acabar caindo na beleza de Porchay e isso não está nem um pouco no meu roteiro.

- Kim, você também está muito bonito. – Ele diz, sem olhar nos meus olhos. – Eu estou improvisando minha fala, já que essa parte não está no roteiro.

Dou risada, encantado com a sinceridade do outro.

- Está quase na hora do jantar. Fique de olho no seu celular.

- Tudo bem. Boa sorte, Kimhan.

•••••••••••

- Muito bem, filho. Que horas você vai nos apresentar essa pessoa? – Meu pai pergunta, assim que me sento na cadeira.

- Essa pessoa já está aqui, pai.

- Você sendo compromissado com datas? Estou surpreso, Kim. – Meu irmão interfere.

Envio mensagem a Chay.

Estava na hora.

Meu coração está disparado, estou ansioso e com medo. Mas era a única forma de eu conseguir acabar logo esse assunto, sinto muito, pai.

De relance, vejo a silhueta de Porchay, entrando na cozinha.

- Olha só.... trouxe nosso ex bartender pra jantar conosco? Não sabia que vocês se aproximaram tanto. – Meu pai conclui, sem perceber a real intenção.

- Sente-se ao meu lado, Chay. – Instruo, e o outro faz o que foi pedido. – Muito bem, eu só chamei Porchay aqui, porque eu e ele... estamos... é... namorando.

Silêncio.

Meu pai e meu irmão, não dizem sequer uma palavra.

- Kimhan. O que eu havia te pedido? Hein? – Após longos minutos, meu pai toma a palavra.

- Pai, eu não posso te dar um herdeiro, eu não gosto de mulheres nesse sentido, entende?

- Eu não me importo se você gosta ou não, eu só pedi uma criança.

- Como? Nem pensar que eu iria fazer um filho e largar ele pelo mundo, só pra satisfazer um pedido seu. Eu amo Porchay e eu quero viver com ele.

- Porchay, eu sinto muito pelo que está acontecendo aqui, mas eu aconselho você voltar para casa. – Meu irmão se vira para Chay.

- Então eu vou embora com ele.

- Kimhan, você não vai sair dessa casa. – Meu pai insisti, batendo as mãos furiosamente na mesa.

- Chay, meu amor, podemos ir para sua casa? – O outro sorri levemente para mim, assentindo.

Saímos do local, sem nos preocuparmos com as insistências do meu pai. Entramos no carro e é a partir de agora, que desconto todas as minhas frustrações, soco o volante, enquanto Porchay acaricia rapidamente meu ombro.

- Sinto muito, Kimhan. Você foi muito corajoso, sabia?

- Eu não queria que fosse desse jeito. – Tento recuperar a calma. – mas acho que agora ele entendeu que essa história de filho não vai rolar.

- Sim, agora você pode viver sua vida como quiser.

- Eu sei, e você ainda vai precisar se manter como meu namorado. Essa história de eu ser gay, precisa parecer mais convincente. – Tiro o carro da garagem, iniciando o trajeto até a casa de Chay. – Presta atenção, agora eu vou te apresentar aos meus amigos.

- Oi?

- Isso mesmo. A diferença, é que eles irão saber que estamos atuando.

- Qual o sentido disso?

- O sentido, é que meu pai conhece eles e gostam da influência que eles tem sobre mim. Além de que você andará comigo direto agora. Eles podem nos acobertar, caso der a louca no meu pai e ele decidir ir atrás de mim, ou questionar eles alguma coisa.

- Acho que entendi mais ou menos.

- Na prática vai ser mais fácil. – Estaciono frente a sua casa. – Chegamos. Te busco amanhã a noite, vamos ir a uma outra balada para encontrar meus amigos.

- Tudo bem. Você vai voltar para casa?

- Vou. Meu pai já deve ter ido dormir e eu preciso resolver algumas coisas ainda. Até amanhã, Chay. Vou enviar seu pagamento aos poucos.

- Até, Kimhan. Eu sou bem exigente, então nem pense em atrasar meu pagamento.

- Pode deixar.

Aguardo ele entrar na casa.

Preciso fazer com que esse relacionamento dure, até meu pai se acostumar com a ideia e até Porchay terminar sua faculdade. Sei que esse é seu último ano.

E então, após tudo isso, cada um se separa e segue o próprio caminho.

•••••••••

Chego em casa, encontrando o ambiente todo escuro.

- Pensei que iria dormir com seu namorado, Kimhan. – Meu irmão aparece do nada, me susto de imediato.

- Credo, Kinn, parece uma assombração. Mas não, o irmão mais velho dele não deixou eu dormir lá.

- Sei... Me diga a verdade, você não namora aquele menino de jeito nenhum, não é?

- Claro que namoro.

- Sério? Engraçado que isso foi logo depois da proposta de você ter um filho, antes disso você ficava com as mulheres na balada como se nada tivesse acontecendo.

- Ué, Kinn, eu...

- Não fale mais nada, eu sei que isso é mentira. Só quero saber até quando você vai ficar usando o garoto dessa forma. E depois? Vai deixar ele sem emprego? Porque naquela balada ele não trabalha mais, nosso pai nunca iria deixar.

- Eu vou encontrar um bom emprego pra ele, eu tenho contatos, Kinn. Agora me deixe subir, eu quero dormir.

Subo correndo, fugindo daquela conversa.

Antes de pegar no sono, um fragmento de memória passa pela minha cabeça.

"Eu amo Porchay e eu quero viver com ele".

Just One Proposal (KimChay)Onde histórias criam vida. Descubra agora