05

31 5 0
                                        


                  AYANNA SCHMIDT

Eu estava dançando, em cima de uma mesa, bêbada. Minha visão se encontrava turva, meu corpo suava, alguns fios do meu cabelo grudavam em minha testa e nuca, minha maquiagem provavelmente estava derretendo; meus pés protestavam pelo cansaço mas não me importava, meus movimentos eram conduzidos por “All the time”  a melodia da música eletrizam todo o meu corpo, guiando todos meus movimentos, lentos e sexy. Meus quadris se mexiam devagar, uma das mãos viajavam pelas curvas do meu corpo e meus cabelos, enquanto a outra segurava minha taça com martini.

Eu conseguia sentir a atenção das pessoas da boate sobre mim, mas todos eram indiferentes para mim, eu gostava da atenção, por algum motivo os olhares faziam com que eu me senti-se mais poderosa ou a bebida fazia a vergonha sair de mim, se é que existe algum tipo de timidez em mim.

 Enquanto eu dançava, vi uma garota vindo em minha direção com um olhar irritado, a mesma esbarrou na mesa na intenção de me derrubar, apenas me fazendo derrubar minha bebida no meu colo.

–     Piranha, amostrada.- murmurou, mas eu escutei.

–     Perdão?- disse com a voz um pouco embriagada e visão turva, mal conseguia ver a garota.

–     Para de se amostrar, sua vaca.

–     Perdão?- repito descendo da mesa com uma certa dificuldade para olhar em seus olhos.

–     Tá surda, porra?- tentou me empurrar mas eu desviei, cambaleando.

–     Vou dizer novamente. Perdão?- Repito tentando entender o motivo desse furacão por algum motivo enraivecido vir me atormentar.

–     Não se faz de sonsa, caralho! Você viu o meu namorado olhando pra você!- berrou descontrolada.

–     Ainda estou sem entender.- a respondi tentando entender onde ela queria chegar.

Porra, não posso nem ficar bêbada em paz. 

–     Você está tentando se aparecer pra ele. VOCÊ OLHOU PRA ELE!

–     Querida, eu realmente sinto muito se você se sente tão insegura por eu apenas se auto suficiente. Mas sinceramente…- me aproximei do seu ouvido.

–     Se ele tava me olhando, eu não tenho culpa, eu sequer olhei para ele. Não me importo com os seus restos. 

Se for melhorar seu ânimo,  não precisa ter ciúmes… eu preferi você.- me afastei á vendo borbulhar de ódio, seu rosto parecia um tomate de tão vermelho. Com muito esforço engoli uma gargalhada que ameaçava sair. 

–     Sua…- avançou em minha direção, eu não movi um músculo ao ver ela erguer a mão para me dar um tapa.

Quando sua mão estava prestes a se chocar contra meu rosto uma mão grande segurou seu pulso.

–     Acho bom você pensar cuidadosamente em suas palavras antes de usá-las.

Aquela voz arrepiou da ponta do meu pé até o meu último fio de cabelo.

A garota à minha frente bufou se retirando.

Fácil assim? Na minha vez ela me encheu o saco até o último. Essa puta cortou toda minha brisa.

Me virei olhando o cara atrás de mim. Ele usava a mesma roupa do “jantar” quase me fazendo babar.

–     Não precisava da sua ajuda.- falei fingindo que ele não me afetava? Mas que porra eu tô falando.

–     Não parecia isso.- colocou suas mão no bolso me olhando atentamente.

–    Talvez para você. Aliás, o que você está fazendo aqui? Me perseguindo? Isso é doentio.

The Perfect ConfusionOnde histórias criam vida. Descubra agora