The "Babysitter"

Capítulo onze

– Querida... – ouço uma voz familiar e feminina chamar, parece distante, e demora um pouco até que eu me dê conta da situação em que me encontro. Quando abro os olhos, encontro a Sra. Han me observando com uma expressão preocupada enquanto ajeita um cobertor azul sobre mim. – Os meninos não disseram que você tem um quarto aqui? Não deveria ter dormido nesse sofá desconfortável!

Ouço, ainda meio sonolenta, a Sra. Han começar a discorrer sobre como eu acordaria dolorida caso fizesse de dormir no sofá um hábito além de pontuar como puxaria os meninos pelas orelhas por não terem me contado sobre o quarto – que, de acordo com ela, eu poderia decorar como quisesse já que o usaria com frequência.

– ... muito obrigada por ter ficado com os meninos ontem à noite! – Ela solta, do nada, depois de detalhar como teria uma conversinha com os meninos sobre me deixarem dormir no sofá ao invés de serem mais hospitaleiros. Estreito os olhos. – Confesso que, quando os meninos me contaram sobre o estado do Yoongi, fiquei extremamente preocupada e...

Cenas, bem vívidas, do que aconteceu durante essa madrugada vêm à minha mente na velocidade da luz e eu sinto todo o sangue fugir do meu rosto enquanto a Sra. Han continua seu discurso sobre como está feliz por eu ter "dado conta do recado" apesar de não ter tido auxílio externo.

– O Yoongi está dormindo como um anjinho, o que é um verdadeiro milagre! Durante essa fase ele costuma ter o sono bem agitado... meu bebê sempre acaba parecendo um zumbi – comenta de forma risonha, ajeitando o cobertor sobre mim. – Seja lá o que você tenha feito ou dado para ele, espero que tenha um estoque disso.

Sinto o meu rosto esquentar enquanto penso sobre o que eu "dei" para que o híbrido dormisse como um "anjinho" e, internamente, me pergunto como raios eu faria um estoque de boceta.

Comprimo os lábios com a imagem mental, controlando a vontade de rir enquanto sacudo a cabeça, começando a me sentir um pouco desesperada para sair dessa situação – se tem uma coisa que eu preciso nesse momento é de espaço... e um buraco para me esconder até o fim dos tempos.

Porra...

Eu sou uma pervertida!

– É o meu trabalho – comemoro internamente quando não gaguejo, sentando-me no sofá quando sinto a culpa começar a pesar e embrulhar o meu estômago. A senhora elegante diante de mim exibe um sorriso enorme quando se estica para pegar algo sobre a mesinha de centro antes de me oferecer uma xícara de café. – O que...?

– Sei que a última noite deve ter sido difícil – limita-se a dizer. – Tire o dia de folga, os meus compromissos de hoje foram cancelados, e eu tenho certeza de que consigo manter as coisas sob controle na sua ausência – brinca. – Descanse, querida, sei como conviver com híbridos é diferente e cansativo.

Tento, em vão, engolir o nó apertado que se forma em minha garganta quando volto a minha atenção para o conteúdo da caneca e sinto o cheiro forte e agradável do café fresco.

Eu sinto como se estivesse traindo a confiança dela e, por mais que eu queira abrir a boca e contar sobre o que aconteceu, tenho a estranha sensação de que Yoongi ficaria chateado caso eu comentasse.

Bebo, hesitante, um gole caprichado do café enquanto a Sra. Han começa a contar animadamente sobre o acordo que fechou com os investidores japoneses e sobre o crescimento esperado da empresa depois disso.

Ela fala sobre números enormes e "ações" e, apesar de desejar prestar atenção, a minha cabeça está muito ocupada me massacrando por ter dormido com o ser de quem estou cuidando para que eu me permita ficar chocada com a quantidade de dígitos que aquelas somas deveriam ter.

– Oh, querida – ela suspira, sorrindo de forma maternal enquanto puxa o celular do bolso e confere as horas. – Ainda está muito cedo, só te acordei para pedir que vá para a cama, esse sofá é bem desconfortável quando o assunto é dormir.