Sn
O treino acabou e todos saíram da pista mas eu ainda estou aqui-não vai para casa? - ouço a voz da Max e direciono meu olhar para ela
-ainda não - digo olhando para os meus pés e respirando fundo
-você sabe de quais faculdades os olheiros?
-eu soube de Princeton e Duke - digo me alongando
-tem algum preferido já? - eu olho para a garota novamente
-você não veio aqui para conversar sobre os olheiros da semana que vem, oque está querendo Mayfield? - paro meu alongamento e me aproximo da ruiva
-nada, só quero saber como você está, faz dois dias que não conversamos direito
-eu estou bem, obrigada - seu olhar era preocupado bastante preocupado - desculpa, não estou sendo nada agradável
-está tudo bem... eu vi como você e sua irmã estavam na aula de química - eu me sento no banco e começo a mexer na minha mochila
-ah... isso - eu pego uma barrinha de cereal na minha mochila - não é nada
-nada?
-nada com que precise se preocupar ruivinha - vejo o relance de um sorriso em seus lábios e seus olhos brilharem
-eu senti falta de você me chamar assim - eu dou um sorriso bem rápido e olho para o chão - você pode conversar comigo... sabe que pode Sn - eu sinto um nó na minha garganta e mexo minha perna freneticamente e dificuldade de abrir a barrinha
-não tem nada pra conversar Max - eu começo a ficar irritada por não abrir aquilo e a vontade de chorar aumenta
-ei... - ela passa pelo portão e se senta ao meu lado - deixa que eu abro
-não - eu digo afastando da mão dela e as lágrimas escorrem
-está bem - ela quase sussurra e eu suspiro
-desculpa - eu limpo as lágrimas do meu rosto e deixo a barrinha de lado - é só que... sei lá ainda parece tudo tão difícil e eu não ando sendo nada agradável em casa, não é de propósito eu só não consigo evitar, quando eu vejo já disse coisas que não devia... e agora estou te tratando mal também
-tá tudo bem... não é nada que já não tenha acontecido antes - a forma descontraida que ela diz me faz dar uma leve risada
-me desculpa - volto ao tom sério - eu só quero tudo isso passe - malditas, malditas, malditas lágrimas - porque agora parece que tudo me irrita, o barulho me irrita, o silêncio me irrita, o frio, o calor, quando falam comigo, quando ficam calados, tudo
-então... está irritada comigo agora? - eu sinto meu coração acelerar - eu posso ir embora
-não - no meio disso tudo você é a única coisa que não me irrita - fica...
-eu quero te ajudar, não te irritar
-você não me irrita - minha voz sai baixa enquanto eu olho para os meus pés
-não? - sinto sua mão encostar na minha enquanto ela se aproxima de mim - então eu sou nada já que não faço parte de tudo?
-nada...? - eu digo junto a um leve sorriso - é talvez você seja nada
-isso doeu - diz dramaticamente com a mão no peito
-não de uma forma ruim - sinto o calor do seu braço no meu e nossos ombros se encostavam
-tem como não ser nada para alguém de uma forma boa?
-você que veio com essa de nada
-mas você concordou - eu volto a olhar para os meus pés - tem?