• Capítulo 14 •

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WILL CACCINI - antes

Meu pai sempre foi muito explosivo, e sempre que qualquer coisa o tirasse a paciência, ele saia de casa por um tempo. Sem dizer onde ia, o que faria e se voltaria nesse mesmo dia.

Minha mãe tentava controla-lo, mas um dia sua raiva o dominou. Nunca bi minha mãe chorar tanto quanto naquele dia em que ele bateu nela, eu tinha apenas cinco anos. Mas me lembro disso como se fosse um acontecimento recente.

Ela nunca lutou contra ele, até dizer que pegaria seus filhos e iria embora. Bom, minha mãe cumpriu com sua palavra. Mas agora estamos espalhados, como em uma linha meio bagunçada.

Não era bom em contat mentiras igual minha mãe, mas Deus, eu havia os olhos de meu pai. Acho que ela odiava isso e eu fingia não ligar.

Tento esquecer as coisas que meu pai fazia, mas quando isso me causava pesadelos, minha irmã era a primeira a perceber que eu não havia dormido. Ela era apenas dois anos mais nova que eu e não merecia ver toda aquela merda de nossos pais. Eu precisava protege-la.

É difícil colocar em palavras tudo o que isso me faz sentir. As vezes vejo pais com seus filhos em parques, e me pergunto o que fizemos para ser assim. Como pode ter coragem de machucar a própria família?

Não posso esquecer.

Não posso superar.

Não vou te perdoar.

Ele vai pagar.

Tenho medo que todos que amo me deixem, e isso é tudo culpa daquele homem. Minha linhagem familiar.

Tudo o que fiz para ajuda-las, toda a minha dor e desculpas. Eu era apenas uma criança, não tinha noção do estrago que isso faria. E todo o meu passado que tentei apagar.

Alguém que te ama não faria isso

Penso o que faria com tudo isso, temos o mesmo sobrenome, mas não somos parecidos. Disse a mim mesmo para sobreviver nem que fosse um milhão de vezes, mas que o faria se arrepender.

Ficavamos intercalando o fim de semana na casa de cada um. E as coisas começaram a mudar.

Eu aprendi a ser bom com mentiras e não tinha mais os olhos do meu pai. Minha irmã não lembrava de nada, seu cérebro enviou os acontecimentos para seu subconsciente para protege-la, mas isso ainda iria afeta-la.

Um fim de semana que era para ser comum, até o desgraçado chegar fedendua bebida em casa e começar a quebrar tudo. Por que ele simplesmente não saia igual as outras vezes? Éramos pré-adolescentes quando a merda piorou. Nesse dia ele me arrastou pela sala e me trancou em quarto de bagunça que havíamos na sala.

Acho que nunca gritei tanto na minha vida igual esse dia

Enquanto ele me arrastava, gritava para minha irmã correr e se esconder. Tinha medo do que ele poderia fazer com ela. Eu me debatia, o empurrava, tentava de tudo mas não tinha sorte.

Quando a porta é trancada, escuto apenas o grito da minha irmã me chamando.

- MYA, SE ESCONDE! NÃO DEIXA ELE CHEGAR PERTO DE VOCÊ!

𝐋𝐈𝐊𝐄 𝐀 𝐆𝐎𝐃Onde histórias criam vida. Descubra agora